Já de si o continente que recebe menos turismo, se queres descobrir mais acerca alguns dos seus locais mais inexplorados, então convidamos-te a seguir viagem connosco neste périplo pelos 10 destinos mais subvalorizados de África!
Apesar de ser o continente com o maior número de países – 54, para ser exacto – África continua a passar ao lado da esmagadora maioria dos radares turísticos. A título de exemplo, apenas a remotíssima Antártida e a Oceânia, esta última formada por apenas 14 nações insulares, recebem menos visitantes. A prova está nos números oficiais. Em 2023, ao passo que 700 milhões de turistas chegaram à Europa, 300 milhões à Ásia e 200 milhões à América, o gigantesco continente africano ficou-se por uns míseros 60 milhões.
Para além disso, a esmagadora maioria dos que chegam acabam por se ficar pelos mesmos 15 destinos de sempre, visitando as pirâmides do Egipto, a arquitectura islâmica de Marrocos, os safaris de Quénia, Tanzânia e Botsuana, os gorilas de Ruanda e Uganda, as Victoria Falls de Zâmbia e Zimbabwe, as praias de Tunísia, Seychelles e Maurícias ou a natureza intocada de Madagáscar, Namíbia e África do Sul. Nas restantes 39 nações, e talvez com as honrosas e fortes vertentes culturais e históricas de Gana e Senegal, praticamente não existe turismo.
Face a isto, e sem qualquer surpresa, quase todo o território Africano continua um obscuro mistério, pejado de estereótipos e ideias pré-concebidas. E no entanto, este é, a larga distância, o destino com a maior diversidade de culturas, línguas e etnias – um verdadeiro mundo por descobrir! Posto isto, se queres descobrir mais acerca alguns dos locais mais inexplorados, então convidamos-te a seguir viagem connosco neste périplo pelos 10 destinos mais subvalorizados de África!
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Lar daquele que foi o homem mais rico da história da Humanidade – o Imperador Mansa Musa – o Mali é provavelmente o país da África Subsariana com a maior riqueza histórica e cultural. A título de exemplo, é aqui que podes encontrar a lendária cidade de Timbuktu, uma das mais importantes metrópoles islâmicas do seu tempo, onde todas as casas, mesquitas e edifícios governamentais são feitos de adobe.
Infelizmente, fruto da guerra civil que ainda assola o país, o norte do Mali (e, por conseguinte, Timbuktu) está completamente off-limits, mas o sul está aberto a visitantes. Aí, para além da capital Bamako e de Ségou, o ponto a não perder é a Grande Mesquita de Djenné, considerada Património da Humanidade pela UNESCO. Aliás, a melhor altura para visitar o Mali será durante o mês de Abril, logo depois das chuvas, quando toda a vila de Djenné se junta e celebra o “crépissage”, restaurando as estruturas de adobe da mesquita.
Embora pudéssemos perfeitamente ter atribuído esta vaga a Cabo Verde, a verdade é que a recente inauguração de ligações low-cost através da Easyjet vieram dar um impulso ao turismo e imagem do país. Para além disso, Cabo Verde já tem uma economia altamente dependente do sector, bem como zonas onde a infraestrutura turística está já bastante bem desenvolvida. Como tal, achámos que a pequena nação (igualmente) insular de São Tomé e Príncipe seria uma excelente alternativa.
Terra de gente relaxada e de uma atmosfera tranquila – ou não fosse o leve-leve o lema do país – aqui poderás aproveitar várias praias paradisíacas, como a Praia das Bananas ou a Praia Jale, visitar uma ou duas roças históricas e fazer uma prova de algum do melhor chocolate do mundo, produzido precisamente em solo São Tomense. Igualmente impactantes são as florestas tropicais que ocupam partes substanciais de ambas as ilhas, tendo sido reconhecidas como Reservas da Biosfera.
Outro país que passou recentemente por uma Guerra Civil, a situação está felizmente muito melhor controlada na Líbia, ao ponto do país ter reaberto ao turismo e ter inclusive lançado um e-visa! Aliás, pela primeira vez em muito tempo, é até possível viajar entre o leste e o oeste do país, flancos marcados pela presença de facções opostas durante o conflito.
Ali, ensanduichada entre dois pesos-pesados do turismo no norte de África – Egipto e Tunísia – a Líbia oferece uma experiência bem mais autêntica, com a exótica Tripoli à cabeça e o seu mix único de arquitectura árabe (nativa) e italiana (colonial). No entanto, o grande destaque do país é mesmo Leptis Magna, considerada por muitos como a mais bem preservada das cidades arqueológicas romanas em toda a bacia mediterrânica! Para além da capital e das inúmeras ruínas romanas, na Líbia podes ainda explorar o imenso Sahara e visitar Ghadames, apelidada de “Pérola do Deserto”.
Num mundo globalizado onde é cada vez mais difícil ter experiências de viagem únicas, posso garantir que não encontrarás nenhum destino no mundo como a Eritreia. Apesar do pouco favorável epíteto de “Coreia do Norte de África”, à conta do regime absolutamente lunático e repressor, a singularidade do país acaba por ser consequência directa dos episódios menos felizes da sua história recente. Afinal, depois de uma guerra fratricida e de um governo que manteve o país isolado, as coisas mantêm-se praticamente como eram há 6 décadas.
Colonizada pelos Italianos, a capital Asmara parece um pequeno pedaço do país transalpino parado nos anos 60. Um sítio onde as igrejas católicas e as fachadas decrépitas clássicas partilham o espaço com cafés onde podes beber o melhor expresso de África, clubes de vídeo e cinemas antigos semelhantes àqueles que eram frequentados pelos nossos pais e avós. Uma cidade única no mundo, e razão mais que suficiente para visitar o país.
Considerando a proximidade geográfica de Marrocos, com quem faz fronteira a norte, não deixa de ser surpreendente a diferença abismal no número de visitantes entre o país magrebino e a nação vizinha da Mauritânia. Erigido em pleno Sahara, ao longo do qual foram construídas várias vilas mercantis que serviam de centros de comércio para as rotas do deserto, o país está repleto de oásis (como o pitoresco Terjit), e cidades históricas semiabandonadas, como Tidjikja, Ouadane e, acima de tudo, Chinguetti, um verdadeiro tesourinho por descobrir que foi em tempos um dos principais centros religiosos, científicos e astronómicos da África Ocidental.
Como cereja no topo do bolo, os viajantes mais intrépidos podem concluir a famosa travessia do Iron Ore Train. Considerado o comboio mais longo do mundo, responsável por transportar toneladas de minério de ferro entre Zouérat e Nouadibou, o comboio viaja por 20 horas ao longo do inóspito e imenso deserto, com os passageiros a passarem a noite nas próprias carruagens de transporte de mercadorias.
Dado o tamanho do país e o facto de ser o mais populoso de África – com uns incríveis 230 milhões de pessoas – é extremamente peculiar que a Nigéria não se tenha ainda tornado um dos grandes destinos turísticos do continente. Felizmente, não lhe faltam atributos capazes de atrair todo o tipo de viajante, já que cada região alberga a sua própria língua, maioria étnica, cultura e tradição, como se existissem várias nações dentro do mesmo país.
Para além da megacidade de Lagos, conhecida pelos contrastes extremos entre a riqueza estratosférica e a miséria, a Nigéria é famosa pelas suas inúmeras valias naturais, com destaque para o Monte Zuma, a Floresta Ngwo, o Rancho Obudu, a Cascata Awhum ou o Centro de Conservação Lekki. Já na vertente patrimonial, os melhores locais a visitar são os Bosques Sagrados de Osun-Ogbo, a Cidade Velha de Nok, os Monólitos de Alok Ikom, a Cidade Antiga de Kano ou a Paisagem Cultural de Sukur.
O único país de África que nunca foi colonizado, a antiquíssima Etiópia tornou-se um verdadeiro símbolo do pan-africanismo, tendo muitas nações do continente adoptado as cores da sua bandeira (verde, vermelho e amarelo). Acontece que, quando os italianos lá chegaram, a Etiópia era já um império bem estruturado, ao contrário da maioria dos territórios do continente que eram uma amálgama de diferentes tribos sem grande coesão inter-étnica.
Aliás, é essa história tão rica que ajuda a que a Etiópia tenha preservado algum do mais impressionante património cultural de África, como as cidades históricas de Axum, Gondar, Bahir Dar e Harar. No entanto, nenhum outro chega perto da imponência e misticismo de Lalibela, um local mágico de igrejas directamente esculpidas em rochas. Seja como for, a Etiópia também não deixa o crédito por mãos alheias no que toca às atracções naturais, com a paisagem singular da Depressão de Danakil e o lendário Vale do Omo, um microcosmo onde podes ter contacto directo com algumas das tribos mais peculiares de África.
Sabias que o Sudão tem mais pirâmides que o Egipto?! Embora o país seja actualmente impossível de visitar devido ao golpe militar de 2021, as riquezas culturais sudanesas não parecem ter sido afectadas pela Guerra Civil despoletada, permanecendo à espera de visitantes para quando a situação inevitavelmente estabilizar. Se a capital Khartoum – à semelhança da maioria das capitais africanas – passa relativamente despercebida, o mesmo não se pode dizer das extraordinárias Pirâmides de Meroe, uma gigantesca necrópole com mais de 200 pirâmides outrora construídas para albergar os corpos dos governantes e da nobreza do antigo Reino de Cuxe.
Outros pontos a não perder no país incluem o Mercado de Camelos de Khartoum, as ruínas e túmulos de Velha Dongola, o Templo de Soleb ou o rochedo de Jebel Barkal. A par de todas estas atracções, não há como não falar do povo Sudanês. À boa maneira da cultura Núbia, este é um dos povos mais amorosos, hospitaleiros e honestos que podes encontrar nas tuas viagens.
Se alguns países se destacam pelas suas paisagens naturais, construções antigas ou praias paradisíacas, outros há que aportam valor pelas suas tradições únicas e incomuns. Esse é o caso do Benim, visto como a capital mundial do Vodu. Apesar da má fama no mundo ocidental, o Vodu não é mais que uma religião/corrente espiritual animista, estando a anos-luz do estereótipo dos bonequinhos com agulhas e das maldições. Posto isto, não há melhor lugar que o Ouidah para experienciar o Vodu em todo o seu esplendor, já que aí podes visitar mercados fetichistas, templos animistas e assistir a cerimónias religiosas!
Vodu à parte, no Benim podes/deves ainda explorar os Palácios Reais de Abomey, as praias desertas de Grand-Popo, a arquitectura colonial da capital Porto-Novo (com raízes portuguesas) e a vila flutuante de Ganvie, onde todas as casas e estruturas foram construídas em plataformas de madeira erigidas sobre estacas. À conta disso, é conhecida como a Veneza da África Ocidental!
Finalmente, fechamos esta lista com o parente-pobre do Magrebe! Se a Líbia pelo menos ainda tinha algum turismo antes da Guerra Civil, a Argélia nunca fez sequer parte das rotas mais populares, tendo sempre ficado numa plataforma secundária. Um erro crasso, já que o país está pejado de cidades mediterrânicas vibrantes, ruínas romanas, paisagens desérticas e cidades-oásis em pleno Sahara.
Pois bem, depois de inevitavelmente começares o teu périplo pela sempre animada capital de Argel, podes explorar toda a costa mediterrânica e visitar a cidade de Constantine, famosa pelas suas pontes, e Oran, conhecida pela arquitectura colonial francesa. Pelo meio, valem os desvios às extraordinárias ruínas romanas de Timgad e Djémila. Quando estiveres pronto para descer ao abrasador Sahara, não podes perder então os oásis de Djanet e Taghit, as vilas históricas berberes de Ghardaia e Timimoun (um paraíso para fotógrafos) ou as pinturas rupestres de Tassili n’Ajjer com mais de 12.000 anos!
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