10 dos destinos mais subvalorizados da Ásia 🏮🧧

Composto por quase 50 nações distintas, o continente asiático é o maior e mais diverso de todos os 7 Continentes. Embora a menção da Ásia nos tenda a levar para paragens mais orientais, caracterizadas pela filosofia de Confúcio, pelos templos Budistas ou pela atmosfera paradisíaca do Sudeste Asiático, a verdade é que o gigantesco continente é também lar do berço da cultura hindu, do coração do Islão e das intermináveis estepes da Ásia Central.

Naturalmente, num universo tão variado de destinos, culturas e realidades, nem todas recebem a mesma atenção mediática dos radares turísticos – e é isso que estamos aqui para ajudar a corrigir! Se queres saber mais sobre alguns dos locais mais inexplorados do continente, então convidamos-te a seguir viagem connosco neste périplo pelos 10 destinos mais subvalorizados da Ásia!

Nota: Tendo em conta a sua posição única como limitação geográfica entre Europa e Ásia, optámos por não considerar o Cáucaso como parte do continente Asiático. Se a UEFA pode, nós também podemos! 😊

10 países inexplorados no continente asiático:

Laos

Naquela que será, porventura, a região mais turística e popular do continente, começamos precisamente com um dos países menos visitados – a par do Brunei – de todo o Sudeste Asiático! Ensanduichado entre os gigantes e extremamente populares Tailândia e Vietname, e com os inesquecíveis Templos de Angkor a sul, no Camboja, o Laos continua a passar relativamente despercebido à esmagadora maioria dos que se deslocam a esta região.

No entanto, a pequena nação tem muito para oferecer, especialmente aos que procuram uma experiência mais recatada, longe das confusões e excessos que muitas vezes se encontram nos países vizinhos. Para além de Luang Prabang, a capital cultural do país, e de Vientiane, a capital efectiva, no Laos podes ainda fazer River Tubing na animadíssima Vang Vieng, e dar um saltinho às Cascatas de Kuang Si, à vila costeira de Nong Kiau e ao completo enigma arqueológico que é a Planície dos Jarros.

Uzbequistão

Ainda que a Ásia Central seja amplamente conhecida pelas suas paisagens e montanhas e pela presença ainda bastante forte de uma cultura de nomadismo, o Uzbequistão apresenta uma faceta totalmente diferente da região. Afinal, é por estas bandas que podes encontrar alguns dos monumentos mais impactantes da gloriosa era da Rota da Seda, da qual o Uzbequistão é precisamente o seu expoente máximo!

Para visitares os templos, túmulos e monumentos mais impressionantes do país, é obrigatória a deslocação até às cidades históricas de Samarcanda, Bukhara e Khiva, esta última bem junto à fronteira com o Turquemenistão. No entanto, e embora longe da arquitectura monumental das paragens anteriores, é também boa ideia ambientares-te ao país na capital Tashkent, explorares a paisagem no Vale de Fergana e assistir a uma das maiores catástrofes alguma vez perpetrada pela mão humana contra a natureza no Cemitério de Navios de Muynak, no Mar Aral.

Iraque

Passando ao Médio Oriente, uma região fértil em destinos subvalorizados e pouco explorados, inaugurámos esta zona do globo no Iraque, coração da Mesopotâmia. Tendo iniciado a emissão de vistos turísticos à chegada apenas em 2021, este é de resto um dos países que há menos tempo abriu as portas ao turismo, agora que a situação de segurança é a mais estável dos últimos 20 anos.

Um verdadeiro brinde para os visitantes mais destemidos, uma vez que o Iraque está repleto de locais absolutamente fantásticos, com as lendárias ruínas da Babilónia e a fantástica e exótica Baghdad à cabeça. Mais a norte, junto à fronteira com o Curdistão Iraquiano, vale também a pena visitar Mossul e as ruínas de Hattra, ao passo que no sul do país, onde se concentra a maioria dos locais de destaque, é imprescindível a passagem em Samarra, Karbala e Najaf, bem como a deslocação até aos Pantanais Árabes (Arab Marshes), um dos locais mais impactantes que alguma vez visitei.

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Paquistão

Outro destino cujo nome é suficiente para instaurar o pavor nas caras dos menos atentos, o Paquistão é mais um país cujas condições de segurança melhoraram substancialmente ao longo das últimas décadas. Para além disso, e apesar das tremendas dificuldades logísticas com transportes e alojamento e das fortes diferenças culturais, não há muitos países que ofereçam um cenário natural tão cru e intocado, composto por desertos, montanhas, lagos e alguns dos picos mais altos do planeta.

Aliás, assim que saias das cidades, e para onde quer que olhes, a probabilidade de ficares de queixo caído é quase certa, com destaque para o Vale de Hunza, Fairy Meadows ou o Vale Swat. No entanto, o país tem também a sua quota-parte de atracções culturais, que podem ser encontradas na antiga capital Mogol de Lahore, na cidade histórica de Multan, na confusão constante de Karachi ou nas ruínas Mohenjo-Daro, lar de uma das primeiras civilizações da região.

Omã

De regresso ao Médio Oriente, trazemos-vos agora um dos destinos em maior crescendo da região. Aliás, com a vertiginosa ascensão do Dubai a destino mais visitado do mundo e o crescimento previsto para a Arábia Saudita até 2030, é bastante provável que o Omã aproveite a boleia dos vizinhos para se estabelecer de vez nos mapas turísticos.

Apesar disso, e com os atributos que lhe são reconhecidos, o Omã teria sempre tudo para se tornar um destino de culto, independentemente da condição das suas fronteiras. Afinal, que outro país conheces, de dimensões semelhantes, onde podes visitar cidades e fortes históricos (Muscat, Nizwa e Forte de Bahla), passar a noite do deserto (Wahiba Sands), assistir à desova das tartarugas no seu habitat natural (Ras al-Jinz), nadar através de grutas e vales (Wadi Shab e Wadi Bani Khalid) e ainda descobrir fiordes tão ou mais impressionantes que os da Noruega (Península de Musandam)? Eu ajudo – nenhum!

Irão

Com as notícias recentes acerca da repressão do regime e dos constantes atentados às liberdades femininas no país, o Irão é o exemplo perfeito da frase feita de que um povo não deve ser confundido com o seu governo. Especificamente no caso iraniano, onde a democracia é pouco mais que uma miragem, as autoridades governamentais são absolutamente desprezadas pela esmagadora maioria da população. O país tem má fama, e os iranianos sabem – razão pela qual fazem toda a questão de receber os forasteiros com uma hospitalidade ímpar!

A par disso, o Irão é o berço da civilização persa e elemento central de alguns dos impérios mais importantes da história, sendo por isso sem surpresa que alberga monumentos e mesquitas absolutamente fabulosos. Das cúpulas de Isfahan aos vidrais de Shiraz, passando pelo bazar de Kashan, pelas vielas de Yazd, pelos palácios de Teerão e pelas lendárias ruínas de Persépolis, a quantidade de locais a visitar é aparentemente infindável (e estes são apenas os destinos mais conhecidos do país)!

Myanmar

Antes de tudo o resto, um pequeno disclaimer: tendo em conta a situação imposta nos últimos 3 anos, com o país em guerra civil e uma junta militar a tomar conta das operações, este é o único destino desta lista onde não recomendamos qualquer viagem neste momento. No entanto, no breve período de paz e estabilidade que assistiu à chegada de turistas (2011-2020), o Myanmar parecia destinado a tornar-se um dos destinos mais “cool” do Sudeste Asiático, e uma novidade bem-vinda junto aos números desenfreados da vizinha Tailândia.

Foi sol de pouca dura, mas o país deixou um impacto profundo nos sortudos que o puderam visitar, com a maioria a deixar-se impressionar pela paisagem quasi-mística de Bagan, pelo brilho da Golden Rock de Kyaiktiyo, pelas vilas flutuantes do Lago Inle, pela antiga capital imperial de Mandalay e pelos monumentos budistas e coloniais de Yangon. Um destino a manter debaixo de olho, assim que a situação actual acalme!

Quirguistão

Se o Uzbequistão é o expoente máximo da riqueza cultural da Ásia Central, então o mesmo vale para o Quirguistão no que toca a diversidade natural. Uma distinção bem mais hercúlea, ou não estivessem os vizinhos de Tajiquistão, Cazaquistão e Turquemenistão extremamente bem apetrechados no que toca a atracções patrocinadas pela Mãe-Natureza.

No entanto, e para além de receber alguns dos melhores trechos da Estrada do Pamir, a road trip mais bonita do mundo, a terra dos quirguizes presenteia ainda aqueles que a visitam com o Parque Nacional Ala-Archa, o extraordinário Lago Issyk Kul e a região de Naryn, num misto de paisagens deslumbrantes e uma cultura de nomadismo ainda bastante presente. Já para um lado mais cultural do país, não podes deixar de passar na capital Bishkek, no bazar de Osh, nas ruínas da Torre de Burana ou na vila histórica de Karakol.

Líbano

A quarta e última paragem do Médio Oriente a agraciar a nossa lista, o Líbano é o país que, para além de toda a sua riqueza histórica, provavelmente mais beneficiará da divisa estrangeira que levarás para o seu território, ou não estivesse a nação a enfrentar uma das espirais inflacionárias mais agressivas da história. No entanto, mesmo ignorando quaisquer considerações éticas, o Líbano é um destino extremamente divertido, e tido como o local mais liberal de todo o mundo muçulmano.

Aqui, podes experimentar uma das melhores gastronomias do mundo e encontrar a melhor vida nocturna do Médio Oriente, com epicentro em Beirute, a capital que tem tanto de charmosa como de dura. Já para as actividades turísticas mais comuns, é obrigatório conhecer as ruínas de Baalbek (das melhores do mundo), explorar as cidades históricas e locais de arqueológicos de Byblos e Tyre, entrar na Gruta de Jeita, visitar a confusão interminável de Tripoli e descobrir o legado histórico cristão do país nos mosteiros do Vale do Kadisha.

Sri Lanka

Finalmente, fechamos a nossa lista de destinos mais subvalorizados da Ásia na pequena ilha do Sri Lanka. Verdade seja dita, este é provavelmente o país mais popular desta compilação, tendo o turismo crescido de forma substancial ao longo de 2023 (inclusive entre os portugueses). Toda a popularidade tem um motivo, não é verdade? Pois bem, o Sri Lanka oferece a combo perfeita entre o exotismo e beleza natural do Sudeste Asiático e a forte influência cultural Indiana, tão patente nos traços e na cultura do país (mas sem as confusões e burlas).

Quanto a locais a não perder no país, o difícil é mesmo escolher entre a antiga capital real de Kandy, as plantações de chá de Ella (a viagem de comboio entre estas duas é das mais bonitas do mundo), os encantos coloniais de Galle, os areais de Tangalle e Hikkaduwa, os locais arqueológicos de Anuradhapura, Pollonnaruwa e Sigiriya, as paisagens do Adam’s Peak e os parques naturais de Udawalawe, onde podes ver os elefantes, e de Yala, onde podes fazer um safari de leopardos. Pensando melhor, para quê escolher?