Guia completo que te irá mostrar como planear uma viagem independente em apenas 10 passos. Desde a escolha do destino à selecção do seguro de viagem, passando pela reserva de voos, hotéis e transportes terrestres, procurámos abordar todos os aspectos relevantes num único artigo.
Há algo de catártico no poder de organizares a tua própria viagem de forma independente. No acto de coragem de te fazeres à estrada, munido apenas dos recursos que tu próprio obtiveste e pesquisaste, e te aventurares rumo ao estranho e ao desconhecido. Não que isso faça de alguém melhor ou pior face aos que preferem o conforto e comodidade de uma agência de viagens, mas é, sem sombra de dúvida, uma experiência de viagem (e de aprendizagem) extremamente enriquecedora.
Assim sendo, se te quiseres estrear nas lides das viagens independentes e organizar a tua próxima aventura, queremos que este artigo seja o empurrãozinho que te falta! Com um simples guia de 10 passos, iremos ajudar-te a perceber quais são os factores a que deves estar atento quando planeias a tua própria viagem, do processo de escolha e selecção de destino, à reserva de voos e alojamentos, passando pela elaboração do teu roteiro e orçamento.
Fica connosco, e descobre como planear uma viagem independente em 10 passos!
Comecemos então por uma das etapas mais excitantes do processo de planear uma viagem de forma independente! Embora existam múltiplos factores que possam influenciar a escolha do destino, no final de contas, tudo irá depender de três aspectos principais:
Se o primeiro ponto é auto-explicativo, é importante adequar as tuas preferências à época do ano em que podes/queres viajar e, não menos importante, à verba que tens disponível para a execução da viagem. Aqui, e como seria de esperar, uma viagem prolongada acarretará sempre mais custos, razão pela qual tendemos a seleccionar destinos mais caros (Londres, Amesterdão, Escandinávia) para uma escapadinha, e destinos mais baratos (Balcãs, Norte de África, Turquia) para aventuras um pouco mais prolongadas.
No que toca às datas, podem influenciar a tua experiência de duas formas distintas. Por um lado, se os teus dias disponíveis não chegam sequer a uma semana completa, será provavelmente mais sensato ficares-te por um único país e, preferencialmente, por uma localização geográfica mais próxima. Afinal, se quiseres literalmente voar para o outro lado do mundo, não podes ignorar o facto de que pelo menos dois dias serão “desperdiçados” em deslocações.
Depois, há também que ter em conta a altura do ano em que viajas. Por exemplo, se pretendes visitar Cancun e toda a Riviera Maia mas podes apenas fazê-lo durante os meses de Verão (Junho a Outubro), então valerá a pena saberes que estes meses coincidem precisamente com a temporada de furacões, para além de apanharem também a época de acumulação de sargaço (algas) nas praias desta região mexicana.
Se este é um factor que te deixa especialmente intimidado, convidamos-te a descobrir o nosso artigo sobre os melhores destinos a visitar em cada mês do ano!
Depois de concluída a hercúlea tarefa de selecção do teu destino, é igualmente importante perceber quais as condições que deves cumprir para que te seja garantido o acesso ao país. E se é verdade que dentro da EU, nos restantes países do EEE e ainda em alguns países terceiros (como Geórgia, Arménia, Albânia, Sérvia, Bósnia, Montenegro, Macedónia do Norte ou Turquia) é possível entrar apenas munido do teu Cartão de Cidadão, em praticamente todas as restantes nações do mundo serás obrigado a apresentar passaporte com uma validade mínima de 6 meses após a data de entrada.
Para além disso, e embora os passaportes europeus estejam bastante bem cotados, é também fundamental verificar a necessidade/obrigatoriedade de obtenção de visto antes de viajares. Aqui, a dificuldade do processo varia consoante o destino. Se há países onde podes simplesmente pagar e obter o visto à chegada (Indonésia, Jordânia ou Iraque), noutros poderás tratar do processo online a partir do conforto do teu lar (Azerbaijão, Omã ou Índia). Por fim, e estes são os que verdadeiramente assustam, existem destinos que exigem especificamente que trates da candidatura ao visto numa embaixada (Rússia, China ou Irão), ou até que contrates obrigatoriamente os serviços de uma agência que te possa ajudar no processo e acompanhar no país (Líbia, Síria ou Coreia do Norte).
Recomendado: Que destinos fora da UE permitem a entrada apenas com Cartão de Cidadão?
Independentemente do número de dias que tenhas disponível para explorar o teu destino, é garantido que ficará sempre algo por ver. Assim, e para garantir que a tua experiência é o mais completa possível, é extremamente importante que prepares de antemão um itinerário com todos os locais que faças questão de conhecer em cada dia.
Aqui, não existe nenhum recurso específico ou fórmula mágica que seja comum a todos os destinos, sendo que deverás fazer usufruto do nosso bom amigo “Google” para encontrares a informação que procuras. Normal geral, efectuar a pesquisa em inglês garante sempre melhores e mais completos resultados, sendo que poderás digitar no motor de busca “what to see in X”, “best things to do in Y” ou “places to visit in Z” (obviamente substituindo XYZ pelo nome do teu destino). Para as almas mais antigas, é sempre possível consultar um guia em papel, com destaque para os clássicos como a Lonely Planet, a Rough Guides ou a Bradt Guides. Depois, com recurso a uma ferramenta de mapeamento/deslocação, como o Google Maps, podes optimizar o teu tempo e percurso, garantindo que te dedicas a uma ou duas áreas específicas da cidade em cada dia.
Vamos a um exemplo? Após uma pesquisa rápida por locais a não perder em Barcelona, deparei-me com as 20 atracções seguintes:
Sabendo de antemão que terei apenas 3 dias na principal cidade da Catalunha, compete-me agora garantir que não perco tempo em deslocações entre atracções que estejam situadas longe uma da outra. Lembra-te que qualquer resquício de tempo é precioso! Após colocar todos os 20 locais no My Maps, este é o panorama geral:
Agora, e olhando para a localização de cada item, é só utilizar o Google Maps para calcular as distâncias e montar o cenário definitivo para cada um dos 3 dias de viagem. O resultado abaixo corresponde à melhor combinação possível, permitindo-me poupar várias horas de deslocação e dezenas de quilómetros nas pernas, comparativamente a uma experiência menos planeada. Para além disso – e mais importante – consigo garantir que visito tudo aquilo que desejo na janela temporal relativamente curta que tenho na cidade.
Dia 1:
Dia 2:
Dia 3:
O mesmo raciocínio é válido para viagens mais compridas ou que impliquem a visita a várias cidades diferentes (ou que incluam day trips). Nestes casos, é importante contabilizar o tempo perdido em cada deslocação para que a experiência não acabe por ser substancialmente mais curta e incompleta que aquilo que esperas. Para mais informações sobre transportes colectivos e deslocações internas, podes consultar o passo 7 deste guia de como planear uma viagem de forma independente.
Não menos importante, e até para poderes planear a tua vida financeira da melhor forma, é fundamental que consigas orçamentar a tua viagem! Para além dos aspectos mais evidentes, como os voos e o alojamento, não deverás descurar os itens de cariz variável, como os custos das deslocações internas, das atracções turísticas e – pois claro – dos restaurantes/refeições. Em relação a este último, e até para teres uma perspetiva sobre o custo de vida das cidades que pretendes visitar, experimenta usar os sites Numbeo ou Price of Travel.
No cômputo geral, e ao elaborar um orçamento de viagem, estes são os factores que não quererás descurar:
Ao calculares os custos esperados para cada um destes pontos, saberás de antemão qual o valor de referência a gastar na tua aventura, tornando assim mais eficiente o processo de planeamento de uma viagem de forma independente.
Por outro lado, se costumas ter especial dificuldade em manter o orçamento sob controlo, recomendamos a utilização do cartão Revolut. Ainda que não possas usufruir da principal vantagem deste produto se visitares países que usem o Euro – levantamentos em moeda estrangeira sem taxas de conversão – continua ainda assim a ser uma ferramenta útil. Através da aplicação do banco online, terás acesso imediato a todos os gastos e ao saldo da tua conta, monitorizando assim os teus gastos diários. Para além disso, poderás carregar o cartão apenas com o valor que esperas gastar (por dia ou na viagem), evitando assim que gastes mais do que aquilo que esperavas e limitando também o valor que podes perder em caso de roubo ou fraude.
Recomendado: Tudo que precisas de saber sobre o Cartão Revolut
Chegada a hora de marcar o voo e oficializar a tua viagem, se te quiseres assegurar de que encontras o melhor preço possível, a flexibilidade é um factor extremamente importante. Por vezes, ter a possibilidade de adiar ou antecipar a tua aventura em 2 ou 3 dias pode levar-te a poupar umas boas dezenas de euros em voos! Para além disso, e para surpresa de precisamente 0 indivíduos, voos às Sextas, Sábados e Domingos são geralmente caros do que voar à semana, da mesma maneira que voos em Julho e Agosto são substancialmente mais dispendiosos que voos em Outubro e Novembro.
Outro factor que irá influenciar o custo do voo, e isto é especialmente relevante para voos intercontinentais que sejam apenas servidos por companhias de bandeira (não low-cost), é o número de escalas. Lembra-te: a conveniência paga-se… e bem! Essa é a razão pela qual muitas das vezes é mais barato voar para a América sendo obrigado a fazer escala em Espanha, do que fazê-lo directamente a partir de Porto ou Lisboa.
Por outro lado, não acredites nas famosas “lendas urbanas” que indicam que há um dia específico da semana durante o qual é mais barato reservar voos. Regra geral, poderás começar a fazer a tua pesquisa 3 a 9 meses antes do início da viagem. Para companhias de bandeira, esse período alarga-se até uma antecedência de 10 meses. No decorrer desse intervalo, podes ir monitorizando os preços com recursos a agregadores como a Google Flights ou a SkyScanner, sendo que, quanto te deparares com um preço que, no teu entender, seja simpático para a carteira, não deverás procrastinar ou ser ganancioso na ânsia de que os valores desçam ainda mais. Se estás contente com os valores, avança para a reserva! Caso contrário, podes muito bem vir a arrepender-te uns dias ou semanas mais tarde.
Depois de compradas as passagens, não te esqueças de estar atento aos timings que terás que cumprir para completar o check-in online!
Recomendado: Como encontrar voos baratos – Tudo que precisas de saber
Depois de marcado o voo, irás então dedicar o teu tempo a seleccionar o hotel (ou hotéis) onde irás pernoitar no decorrer da tua aventura. Atendendo ao facto de que o alojamento é, muitas das vezes, a fatia mais dispendiosa de um orçamento de viagem, é importante estar especialmente atento no processo de reserva ao planear uma viagem de forma independente. No entanto, apesar de existirem vários portais que comparam os preços de cada hotel em diferentes plataformas, a verdade é que os viajantes acabam quase sempre por aceder a apenas a um ou dois recursos, com natural destaque para a famosíssima Booking.com.
Na verdade, e para que possas aceder ao melhor preço possível para um alojamento específico, o nosso conselho é que utilizes um motor de busca especializado. Esses agregadores, como a Kayak, a Trivago ou a Momondo, permitem-te comparar, com efeitos imediatos, as diferentes ofertas para o mesmo alojamento em plataformas diferentes, poupando-te tempo e paciência. Desta forma, não terás que pesquisar individualmente os preços em websites como a Hotels.com, a Expedia ou a Agoda (para além da já mencionada Booking.com). Depois de procurares nos motores de busca para teres um preço de referência, verifica também a tarifa oferecida directamente pelo hotel. Apesar de potencialmente mais alta, poderá incluir ofertas extra, como late check-out, crédito para gastares em refeições / serviço de spa, cancelamento gratuito, PA, entre outros benefícios.
Para lá do factor preço, deverás também prestar especial atenção à localização do hotel escolhido. Naturalmente, ficar próximo do centro costuma ser uma aposta segura, pelo menos no hemisfério norte. No entanto, os preços tendem também a ser substancialmente mais altos face aos arredores e subúrbios. Posto isto, se ficar no centro não é financeiramente viável, assegura-te de que a zona que procuras é servida pela rede de transportes públicos local, sob o risco de gastares em táxis aquilo que poupaste no quarto. Para além disso, é igualmente importante confirmares quais as áreas da cidade que deves evitar por questões de segurança.
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Para que possas optimizar a tua aventura sem perderes grande tempo em deslocações, valerá a pena estudar previamente a rede de transportes públicos do teu destino. Claro que não precisas de saber recitar de trás para a frente todas a estações da linha A do Metro do Porto, mas ter uma noção mínima das paragens mais próximas do teu alojamento e das principais referências turísticas ajuda no processo de planeamento de uma viagem independente!
Para além disso, essa análise permitir-te-á também poupar alguns trocos. Depois de teres o roteiro desenhado, terás já uma boa percepção da frequência com que utilizarás os autocarros/metros/eléctricos locais, pelo que estarás em boa posição para examinar o quão compensador seria optar por um passe turístico de 24, 48 ou 72h, face à compra individual de viagens. Dependendo dos destinos, poderás ainda ter a sorte de que o sistema local de transportes esteja devidamente integrado no Google Maps, o que significa que poderás consultar directamente na plataforma como ir do ponto A ao ponto B recorrendo exclusivamente a transportes colectivos.
Também neste ponto, e para que não te sintas imediatamente perdido assim que aterres, recomendamos vivamente que pesquises antecipadamente a melhor forma de te deslocares entre o aeroporto e o centro da cidade.
Por outro lado, caso a tua viagem seja composta por diferentes destinos, terás que marcar antecipadamente as deslocações internas. Aqui, e dependendo obviamente das redes disponíveis em cada país, poderás optar por viajar de comboio ou autocarro. Se falarmos de ainda de países de enorme dimensão ou compostos por territórios insulares, podes adicionar também a possibilidade de viajar de avião (voo interno) ou de ferry.
Aqui, não existe um método específico que esteja standardizado a todos os países do mundo, sendo necessário recorrer a diferentes plataformas para encontrar o comboio ou autocarro que pretendas. No caso do transporte ferroviário, poderás encontrar os sites oficiais dos caminhos-de-ferro de cada país digitando no Tio Google o nome do destino, seguido da palavra “railways”. Já para os autocarros, o caso complica-se ligeiramente. Podes sempre optar por consultar blogs ou outros recursos pesquisando especificamente “bus from X to Y” (substituindo X pelo ponto de origem e Y pelo destino), ou podes recorrer a uma das muitas plataformas que agregam ofertas de diferentes companhias locais.
Se vais viajar na Europa do Sul, Ocidental ou Central, a omnipresente Flixbus será sempre um recurso valioso, sendo os autocarros operados pela própria empresa. Quanto a agregadores, e ainda que seja absolutamente impossível conseguir compilar todos os existentes, deixamos abaixo algumas potenciais soluções:
No caso de estares à procura de ferries, o Ferryhopper é um agregador extremamente poderoso, que também te permite comprares diretamente por lá (embora, normalmente, com uma pequena comissão.
Válido para deslocações para fora da Europa, especialmente para destinos tropicais ou com histórico recente de surtos de determinadas doenças, agendar uma consulta do viajante é um absolutamente essencial em qualquer guia que ensine a planear uma viagem de forma independente. De acordo com o teu destino e as recomendações oficiais da OMS, o médico-clínico irá ditar quais as vacinas necessárias, se há ou não necessidade de fazer profilaxia da malária, e ainda providenciar uma série de outros conselhos úteis relativamente a alimentação, vestuário, medicação e cuidados com a pele.
Podes marcar a tua consulta através do SNS (Norte + Lisboa e Vale do Tejo), se procurares um prestador privado, aconselharmos a marcar a tua consulta na Consulta do Viajante Online. Insere o código flamingo para teres 5% de desconto em consultas para 2 ou mais pessoas.
Para além disso, recomendamos que te informes acerca da obrigatoriedade de vacinações específicas para o teu país de destino, sendo que, após as inoculações, deverás assegurar-te de que não te esqueces do teu Boletim de Vacinas Internacional, que te será dado no final da tua consulta do viajante.
Se queres partir de viagem com a consciência totalmente tranquila face a algum tipo de imprevisto que possa acontecer, então contratares um seguro de viagem é essencial para a tua paz de espírito.
No entanto, e caso a tua viagem tenha como destino algum país da UE, Islândia, Noruega, Suíça, Liechtenstein ou Reino Unido, poderás pedir o teu Cartão Europeu de Seguro de Doença. Este documento oficial, totalmente gratuito, permite-te usufruir dos serviços de saúde públicos destes países, nas mesmas precisas condições com que serias tratado em Portugal. Após solicitação, que poderá ser feita online na Segurança Social Directa ou presencialmente em qualquer espaço de atendimento da Segurança Social, o cartão será entregue na tua morada de residência no prazo de 1 semana.
No entanto, tem em atenção que este cartão é apenas aplicável a serviços de saúde, pelo que continuarás sem qualquer protecção face a cancelamentos, roubos ou perda de bagagem. Para estes casos, bem como para qualquer cobertura de saúde em viagens que tenham como destino um país que não faça parte do grupo acima mencionado, terás que contratar um seguro de viagem. Uma vez que a oferta é vasta e cada vez mais completa, recomendamos que analises com atenção as propostas dos maiores players do mercado, como, por exemplo, a IATI.
Por fim, e depois de garantires que todos os passos acima foram tomados, aconselhamos-te vivamente a passar os olhos na nossa Checklist de Viagem, uma listagem com tudo o que precisas de fazer e tratar antes de dares início à tua aventura.
Entre os inúmeros aspectos abordados nesse artigo, alguns dos quais já falados neste texto, encontrarás ainda conselhos relacionados com licenças internacionais de condução, alertas e dicas de segurança, compra de cartões SIM e preparação de bagagem, entre outros.
Em conjunto, estes 2 artigos são a melhor garantia de que estarás devidamente preparado para planeares a tua viagem de forma independente!
Para contratar o teu seguro de viagem recomendamos a Heymondo, que tem aquela que é, para nós, a melhor gama de seguros da atualidade, com uma relação qualidade-preço imbatível, e que inclui também cobertura para os teus equipamentos eletrónicos.
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