Experiência a Bordo com a Emirates 🇦🇪: Lisboa – Dubai – Maldivas – Dubai – Lisboa (Boeing 777-300ER)

  • 26.04.2022 22:30
  • João

Na nossa viagem às Maldivas e ao Dubai, no final do ano passado voámos com a Emirates e finalmente (!) arranjámos algum tempinho um trip report! Continua a ler para veres como foi a nossa experiência com aquela que é talvez a companhia aérea mais famosa do mundo, e uma das opções válidas para voar para alguns dos destinos mais exóticos do Mundo.

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Nota: De forma a manter a experiência o mais genuína possível, o voo foi pago integralmente por nós e a companhia não foi informada que iríamos produzir qualquer artigo relacionado.

Lisboa – Dubai (Hora prevista de partida:13:35; Hora prevista de chegada: 01:00 +1; Duração aproximada: 8h 25m, Boeing 777-300ER)

Check-in em Lisboa:
Embora tivéssemos feito o check in online, era necessário ir ao balcão (esta viagem foi em Outubro – Novembro, por isso as regras Covid-19 eram apertadas) para obter o cartão de embarque. Como chegámos cedo, quase não apanhámos fila. Ainda assim, a Emirates tinha 4 balcões a funcionar naquela altura, por isso o tempo de espera não deve ser um problema. Devido a isto, em 10 minutos tínhamos os testes e o formulário das Maldivas verificados e já estávamos com os cartões de embarque, em direção à segurança. Como tínhamos apenas bagagem de cabine, optámos por não a despachar.

Embarque:
O embarque teve início por volta das 15h30 na porta N46. Como é habitual, os passageiros das classes ou estatutos Premium embarcaram primeiro. Os passageiros em económica embarcaram de acordo com a zona presente no seu cartão de embarque, por isso não sabemos muito bem a partir de que filas é que é atribuída uma zona ou outra. Ainda assim correu tudo de forma ordeira e eficaz.

Voo EK192:
O Boeing 777-300ER deste voo era uma das opções de duas classes apenas: Executiva e Económica (muitos destes modelos ao serviço da Emirates têm ainda Primeira Classe). Os assentos da classe executiva tinham uma configuração de 2-3-2, enquanto a económica tinha uma configuração típica de 3-4-3, excepto nas filas a partir da 46 (inclusive), em que passa a 2-4-2. Se vais com apenas mais uma pessoa, esta é uma excelente opção. Neste voo optámos pelos assentos 47 J e K, por essa mesma razão. Em todos eles estavam já uma almofada e uma manta, ambas confortáveis. Tanto uma como outra foram disponibilizadas em todos os restantes voos desta viagem.

Os assentos em si são bastante confortáveis. Como podes ver, têm duas bolsas separadas. Uma maior, para colocares os auriculares, livros, tablet, etc e outra mais pequena para poderes colocar a carteira / telemóvel / passaporte. Os encostos de cabeça ajustáveis, o espaço para pernas e o ângulo de inclinação generoso eram os esperados para uma companhia como a Emirates – muito satisfatórios. Tinham ainda duas portas USB para carregar os telemóveis e ainda uma ligação de tomada “normal”. Para além disso, a mesa / tabuleiro tem um suporte para copos independente (não precisas de a abrir) e 2 modos de abertura: a metade – onde podes pousar o teu telefone, os teus auriculares, etc, sem perder muito espaço – e completa, que serve para trabalhares no computador / tablet ou para fazeres as refeições. Tanto tem termos de funcionalidades como de conforto, este é um dos melhores assentos que já usámos. Só faltou mesmo o suporte para os pés.

O sistema de entretenimento a bordo tinha uma excelente seleção de filmes, séries e documentários mas tinha um estilo bastante “rústico” e um pouco desatualizado. No entanto o ecrã tinha dimensões muito generosas e uma sensibilidade excelente, tornando o sistema bastante eficaz de navegar.

O voo EK192 partiu do Aeroporto Humberto Delgado por volta das 14:00, com uns 35 minutos de atraso. Depois de atingirmos a altitude de cruzeiro, a tripulação distribuiu uma máscara e um tubo de álcool gel a cada passageiro. O mesmo aconteceu nos restantes voos da nossa viagem.

Aproximadamente 1 hora depois, o almoço foi servido. Os passageiros podiam escolher entre dois pratos principais:

  • Carne de vitela guisada de carne com puré e brócolos
  • Peito de Frango com massa e molho de tomate

Embora tivéssemos pedido ambos frango, já só havia uma porção. Então este indivíduo sacrificou-se pela sua senhora e aceitou comer a carne guisada. Por vezes, se forem sentados nas últimas filas, esta situação pode acontecer porque quem está à tua frente escolhe primeiro. Se não fores esquisitinho(a), não é nada de dramático, mas se fores mais seletivo(a) e o voo for longo, se calhar procura um lugar mais à frente possível.

  • Peito de frango com pasta com molho de tomate

As refeições principais vinham acompanhadas de uma bebida, água, um pão e uma salada de grão de bico. Para sobremesa era oferecido um a porção de bolo de chocolate. A qualidade da comida era bastante boa, mas não ao nível da Turkish Airlines, por exemplo, mas estamos a ser bastante picuinhas. Os tradicionais chá ou café foram oferecidos depois da refeição, tal como esperado.

Sensivelmente a 70% do voo, foi oferecido aos passageiros um snack que constituía num iogurte, uma bebida, chá e café e um folhado com doce de morango de dimensões generosas.

O serviço da tripulação de durante todo o voo foi muito bom, tal como esperado e cumprindo os standards “Emirates”. Nada a apontar.

O voo EK192 aterrou no Aeroporto Internacional do Dubai por volta das 1:15, aproximadamente 15 minutos depois da hora, tendo conseguido recuperar algum do tempo perdido.

Dubai – Male (Hora prevista de partida: 02:45; Hora prevista de chegada: 07:50; Duração prevista do voo: 04h 05m, Boeing 777-300ER)

Embarque em no Dubai:
O embarque ocorreu em duas fases: Antes de deixar os passageiros na “sala” propriamente dita, os funcionários do aeroporto realizavam um procedimento de pré-embarque, que consistia em verificar os documentos necessários para entrada nas Maldivas e validar o cartão de embarque. Depois disso, os passageiros desciam as escadas rolantes até à sala de embarque. Esta primeira verificação já estava a ocorrer quando chegámos à zona da porta (demos uma voltinha no Aeroporto), enquanto o embarque teve início cerca de 40 minutos antes da hora prevista de partida. Como a verificação de todos os documentos tinha sido feita à priori, o embarque foi muito rápido pois havia apenas um controlo rápido à entrada.

Voo EK656:
O Boeing 777-300 era semelhante ao voo LIS-DXB, excepto que este tinha uma seção de primeira classe. O voo EK656 descolou do Aeroporto do Dubai por volta das 2h55, 10 minutos após a hora prevista de partida. Mais uma vez os assentos escolhidos foram o 47 J e K pelas razões já referidas anteriormente.

Como já estávamos a tentar ajustar ao horário das Maldivas, tentámos dormir logo que nos sentámos. Aproximadamente 2:45h no voo, foi servido um generoso pequeno almoço. Não dormimos muito mas como ainda teríamos um voo de hidroavião até chegar ao hotel, pensámos que seria boa ideia encher o papo porque iriam passar algumas horas até voltarmos a comer.

A refeição consistia numa generosa omelete, pimento grelhado, salsicha e batata e queijo desfiados. Era acompanhada por um croissaint, bolachas de água e sal, manteiga, água e bebidas à escolha.

Após a refeição, foi oferecido aos passageiros chá / café ou qualquer outra bebida, como habitual.

Ao contrário do que aconteceu com a refeição principal no voo LIS-DXB, este pequeno almoço estava ao nível do que a Turkish nos serviu, ou seja, excelente.

A tripulação de cabine foi muito consistente e profissional durante as 4h de voo, que aterrou no Aeroporto de Male aproximadamente às 7:50 locais, ou seja, sem qualquer atraso.

Male – Dubai (Hora prevista de partida: 11:10; Hora prevista de chegada: 14:20; Duração prevista do voo: 04h 10m, Boeing 777-300ER)

Check-in em Male:
O check in em Male decorreu sem problemas. Como íamos fazer uma paragem de 3 dias no Dubai, os documentos exigidos foram verificados foram os de quem tinha como destino o Emirado. Todo o processo demorou cerca de 7 minutos, visto que a a Emirates tinha 3 balcões disponíveis exclusivamente para classe económica e a fila não era significativa.

Embarque:
O embarque começou por volta das 3:20 na porta 5. O Aeroporto de Male está um pouco subdimensionado para a quantidade de tráfego que recebe, o que resulta em filas quase do cumprimento da sala de embarque para voos como o da Emirates. Desta vez os passageiros em económica não eram divididos por áreas e não havia qualquer ordem para o embarque dependendo do lugar escolhido. Depois do cartão de embarque ser validado e uma curta viagem de autocarro até ao Boeing 777-300ER, estávamos nos nossos lugares em 15 minutos.

Voo EK659:
Nã0 vamos maçar o(a) leitor(a) com mais uma descrição do B777-300. Desta vez optámos por um lugar do lado esquerdo do Avião, mas voltámos a ficar nas filas finais, com apenas 2 lugares. Desta vez optámos pelo 46 A e B. Por volta das 14:30 (10 minutos depois da hora) estávamos a dizer adeus às Maldivas.

Após cerca de 1h, foi servido o almoço. Ao contrário das opções mais “convencionais” nos voos LIS-DXB e DXB-MLE, desta vez os passageiros podiam escolher entre peito de frango e camarões com couve chinesa e arroz. A minha adorável senhora, como não adora marisco, pediu o peito de frango, que era semelhante ao do voo LIS-DXB. Este indivíduo, pelo contrário, decidiu experimentar a opção com camarão e gostou bastante. A acompanhar o prato principal vinha uma salada de massa, bolachas de água e sal, queijo, manteiga, um pão, água e bebidas à escolha. A sobremesa consistia em 3 profiteroles com molho de chocolate.

O voo decorreu sem qualquer problema. Mais uma vez, nada a apontar à tripulação.

O EK659 aterrou no Aeroporto Internacional do Dubai por aproximadamente às 14h20, mais uma vez, sem atrasos.

Male – Lisboa (Hora prevista de partida: 07:25; Hora prevista de chegada: 12:00; Duração prevista do voo: 08h 35m, Boeing 777-300 ER)

Como o nosso voo até Lisboa foi 3 dias depois de termos chegado ao Dubai, tivemos de recolher o cartão de embarque novamente. Fizemos o check in online e desta vez optámos pelas máquinas automáticas. Bastou inserir o código da reserva e tínhamos o cartão de embarque na mão. Tendo o cartão de embarque, e só para experimentar, utilizámos também as máquinas automáticas disponíveis para despachar as nossas malas. Mais uma vez, inserimos o número da reserva, recolhemos a etiqueta autocolante, colocámos a etiqueta nas malas e colocámo-las no tapete rolante ao lado da máquina. Tudo super simples. Um membro do staff da Emirates estava na área a verificar a documentação necessária para voar para Portugal.

Embarque:
O processo de embarque foi semelhante ao voo DXB-MLE. Antes de entrar na área de embarque foi novamente verificada toda a documentação e o cartão de embarque. Estando tudo OK, os passageiros desciam a escada rolante até à sala propriamente dita. No momento do embarque era novamente feita uma verificação rápida do cartão, tornando o processo bastante rápido. Embora os passageiros Premium tenham embarcado primeiro, não existiu, novamente, uma ordem definida para embarque dos passageiros em económica de acordo com os lugares que estavam a ocupar.

Voo EK191:
Novamente um B777-300ER (o outro único modelo que a Emirates opera para além do Boeing 777 é o Airbus A380, mas que não voa para Portugal). Mantivemos os lugares 46 A e B.

O EK191 descolou do Aeroporto do Dubai por volta das 07h35, uns 10 minutos após a hora prevista de partida.

Aproximadamente 3-4h pós deixarmos o Dubai para trás, foi servido o almoço. A seleção de pratos principais era bastante semelhante ao voo LIS-DXB:

  • Carne guisada com arroz
  • Peito de frango grelhado com puré e ervilhas

Ambos optámos pelo peito de frango e ficámos satisfeitos. A acompanhar vinha uma salada de lentilhas, pão, bolachas de água e sal, manteiga, queijo, água e bebidas à escolha. Para sobremesa tínhamos a versão de Dubai de natas do céu, que era também bastante boa.

Mais uma vez, a tripulação foi super profissional e atenciosa.

Após cerca das 8h 35m, planeadas, aterrávamos em Lisboa.

Conclusão:
Se perguntarmos qual é a melhor companhia aérea do mundo a uma pessoa que desconheça mais ou menos o mundo da aviação, provavelmente “Emirates” vai ser a resposta. E isto é um mérito da companhia, que através de ações de marketing muito eficientes (patrocínios a clubes de futebol, anúncios de televisão e na internet) se posiciona dessa forma. Mas se o produto não acompanhar o marketing, a possibilidade de ser bem sucedida numa indústria ultra competitiva diminui consideravelmente. A Emirates consegue acompanhar o marketing na medida em que apresenta um produto super sólido em todos os aspetos e um serviço a bordo excelente. A única coisa que temos a apontar, na realidade é o sistema de entretenimento a bordo ter uma interface bastante desatualizada. Em Portugal, a única concorrente à altura, na nossa opinião, é a Turkish Airlines – que se destaca da Emirates pela qualidade do catering. No entanto não seria justo para nós comparar ambas diretamente porque nunca fizemos um voo de 8h num wide-body da Turkish, sendo um tipo de serviço e aeronaves diferentes. Talvez no futuro.

Podemos comparar sim, com a Singapore Airlines, que continua a ser a nossa favorita. Neste aspeto a Emirates fica a desejar na qualidade do catering, no sistema de entretenimento a bordo e na ausência de apoio para pés.

Ainda assim, o produto geral apresentado pela companhia dos Emirados Árabes Unidos é muito bom e é necessário valorizar que é, neste momento, a única companhia das consideradas “Premium” pelos peritos a voar a partir de Portugal. Usando o futebolês: não sendo favorita ao título, é confortavelmente candidata a lugares de Liga dos Campeões.

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