Guia de viagem completo, ideal para quem procura que locais visitar e o que fazer no Peru. Inclui informações detalhadas sobre transportes, documentação de viagem, hotéis e restaurantes, bem como três roteiros completos de 8, 12 ou 16 dias no Peru.
Visitado por milhões de turistas todos os anos, o Peru é um dos destinos mais presentes no imaginário que a maioria dos viajantes tem da América do Sul. Terra de indomáveis picos montanhosos, desertos, lagos, praias e florestas, a topografia e geografia peruanas permitem que o país seja uma verdadeira Meca para os amantes de natureza e emoções fortes. Ainda assim, nem só de extraordinárias paisagens naturais se faz o turismo do país… longe disso!
Com as suas inúmeras e coloridas cidadezinha coloniais e, acima de tudo, com uma colecção absolutamente extraordinária de ruínas pré-colombianas – com a lendária cidade de Machu Picchu (uma das Sete Maravilhas do Mundo) à cabeça – o Peru apela ainda àqueles que buscam uma experiência mais cultural, bem como aos amantes de história e arqueologia. No fundo, um destino com um pouco de tudo, para todos!
Assim sendo, e se estás à procura de o que fazer no Peru, vieste ao sítio certo! Aqui descobrirás um roteiro completo do país, para 8, 12 ou 16 dias – consoante a tua disponibilidade – bem como todas as restantes informações necessárias para preparares a tua aventura. Acompanha-nos neste guia de viagem do Peru e descobre os melhores hotéis e restaurantes, como te deslocares entre cidades, como trocar/levantar dinheiro, dicas de segurança e ainda as melhores alturas para visitar o país.
Apesar de existirem 5 aeroportos internacionais no país, se voares a partir da Europa, existe uma probabilidade quase certa de que aterres no principal aeródromo do Peru: o Aeroporto Internacional Jorge Chávez, em Lima.
Como já seria de esperar, não existem voos directos entre Portugal e Peru, sendo que terás sempre que fazer escala num outro país. Embora o melhor seja sempre consultar plataformas como a Google Flights para monitorizar as melhores ligações, companhias como a Air Europa, a Iberia (ambas com escala em Madrid) ou a Delta (escala na Costa Este dos EUA) costumam ter as melhores ofertas a partir de Porto e Lisboa, com voos para Lima a partir dos €600 (ida-e-volta).
Na verdade, o Peru é um daqueles destinos onde seria possível passar meses sem que ficasses sem coisas para fazer ou locais para visitar. Para além disso, as distâncias gigantescas e as estradas montanhosas farão sempre com que as deslocações ocupem uma parte substancial da aventura. Posto isto, aplica-se a velha máxima de que “quanto mais, melhor”!
No entanto, para aqueles que possam não ter tanta disponibilidade de tempo e/ou orçamento, 1 semana completa seria o mínimo dos mínimos para, pelo menos, conseguires visitar os clássicos em Lima, Cusco e Arequipa (e isto já recorrendo a um par de voos internos). Ainda assim, a nossa recomendação é que tentes prolongar a tua experiência ao máximo, preferencialmente reservando a quinzena de férias obrigatória para a “Terra dos Incas”.
Tendo em conta a dimensão do país, a verdade é que não há uma resposta definitiva para esta questão. Por um lado, zona costeira do Peru é bem mais quente e agradável entre os meses de Novembro e Março, o período correspondente ao Verão no Hemisfério Sul. Durante este período, é até possível ir a banhos nas praias peruanas. No entanto, estes meses coincidem também com a época das chuvas nas montanhas dos Andes, o que significa que o tempo estará quase sempre chuvoso e encoberto nos principais destinos turísticos do país, como Cusco, o Lago Titicaca e até mesmo Arequipa.
Posto, e até porque a esmagadora maioria dos que visitam o Peru estão bem mais entusiasmados com as ruínas de Machu Picchu que com os areais de Máncora ou Paracas, a nossa recomendação é que visites o país entre Maio e Outubro, o período correspondente à época seca nas montanhas. Ao visitares durantes estes meses, tens as melhores probabilidades de apanhar céus limpos nas montanhas, o que significa que estarás mais à vontade para percorrer trilhos e observar os (muitos) vestígios arqueológicos Incas. Para além disso, estando o país próximo da linha do Equador, as temperaturas médias são bastante constantes ao longo de todo o ano, o que significa que, mesmo sendo tecnicamente Inverno, o tempo não estará muito mais frio que o habitual, quer na costa, quer nas montanhas.
Estando este destino situado fora da Europa, e sem nenhum tipo de acordo com a UE que te permita entrar com qualquer outro documento de identificação, é absolutamente obrigatório estares munido do teu passaporte para poderes visitar o Peru. Para além disso, o documento deverá ter uma validade mínima de 6 meses à entrada.
No entanto, os cidadãos portugueses estão isentos de visto de turismo, podendo permanecer no país durante um período máximo de 90 dias apenas com o carimbo no passaporte.
Sim, é necessário levar um adaptador de tomada se viajares para o Peru. As tomadas elétricas nos EUA são diferentes das nossas, por isso terás de levar um adaptador como este de forma a conseguires carregar os teus dispositivos eletrónicos.
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Estando o país situado fora da UE e sem nenhum tipo de acordo para a isenção de taxas de roaming nas telecomunicações, não poderás utilizar o teu tarifário português actual durante a tua viagem ao Peru.
Aliás, a primeira coisa que deves fazer antes de levantares voo rumo ao país é mesmo desligar todos e quaisquer dados móveis que tenhas activos no teu telemóvel, sob pena de teres uma (muito) desagradável surpresa no final do mês. Ainda que os custos possam variar de acordo com a operadora, e apenas para ficares com uma noção do que esperar, a Vodafone cobra os seguintes valores para comunicações em território peruano:
Tendo em conta os valores acima, a nossa recomendação é mesmo que compres um eSIM (cartão SIM virtual) que poderás instalar antes da tua partida e ativar assim que aterres.
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Caso prefiras ter dados ilimitados, a nossa sugestão é o eSIM da Holafly. Segue este link ou insere o código de desconto FLAMINGO para teres 5% de desconto em todas as tuas compras.
Caso o teu telefone não seja compatível com eSIM, a nossa recomendação é que compres um cartão SIM para a tua viagem ao Peru. No entanto – e isto é importante – não o faças no Aeroporto de Lima, uma vez que todas as lojas do espaço vendem cartões a preços absolutamente absurdos, tentando assim aproveitar-se do desconhecimento dos turistas.
Caso, prefiras – e porque os preços vão ser bastante melhores – podes possas visitar uma loja oficial de telecomunicações no centro da capital.
Quanto ao mercado, existem quatro grandes companhias de telecomunicações no país: EnTel, BiTel, Claro e Movistar. Apesar disso, tem em consideração que as primeiras duas têm coberturas relativamente limitadas comparativamente às alternativas, razão pela qual recomendamos que te cinjas aos cartões SIM da Claro e da Movistar.
NOTA: Como alternativa às opções acima, e caso não tenhas interesse em SMS e chamadas locais, podes simplesmente pedir para fazer uma “recarga”. Existem várias “recargas” com todo o tipo de benefício, mas o pacote com o código A85 permite-te desfrutar de internet ilimitada por 1 dia inteiro, ao custo de apenas S/ 5. Na loja física, poderão fazer-te a recarga inicial, sendo que deverás depois pedir que te ensinem a fazê-lo sozinho através da app Mi Movistar, para que possas repetir o processo nos dias seguintes.
Tendo como moeda oficial o Novo Sol Peruano (S/), qualquer levantamento que faças no Peru recorrendo a um cartão português, recorrerá naturalmente ao pagamento de várias taxas. Para além da taxa percentual sobre o valor do levantamento (relativa à conversão), a tua transacção estará também sujeita ao pagamento de um valor fixo, referente à taxa por levantamento de divisa fora da zona Euro. Contas feitas, podes acabar a pagar ao teu banco bem acima de 6% do valor do teu levantamento.
Uma vez que efectuar o câmbio antes da viagem está também longe de ser económico – para além de não ser propriamente seguro andares com uma quantia tão grande em dinheiro vivo – a melhor alternativa passa por recorreres aos serviços de bancos online como o Revolut ou o N26.
No caso do primeiro, permite-te efectuar levantamentos até um determinado limite mensal sem que te seja cobrada qualquer taxa. Para além disso, mesmo depois de atingido esse patamar, as comissões são residuais quando comparadas às dos bancos tradicionais. Contudo, é importante ter em atenção que o Revolut não te “protege” no que toca a eventuais taxas que o banco responsável pela caixa automática que utilizares cobre por levantamentos com cartão estrangeiro. Infelizmente, praticamente todos os operadores de terminais multibanco no Peru cobram taxas de levantamento com cartão estrangeiro, com valores bastante avultados que começam nos S/ 25. Actualmente, a única excepção parece ser o Banco de la Nación, representante das caixas multibanco MultiRed. Seja como for, e existindo alguma comissão cobrada pelo banco do destino, essa informação é-te sempre comunicada antes de confirmares o levantamento, por isso nunca serás apanhado desprevenido.
Relativamente a pagamentos, a sociedade peruana continua a privilegiar as transacções em dinheiro, pelo que é fundamental ter sempre algumas notas no bolso. Se preferires levar algum dinheiro e fazer câmbio (algo que desaconselhamos fortemente por razões de segurança), podemos recomendar 4 casas de câmbio com avaliações muito favoráveis em Lima:
Importa ainda mencionar que é bastante comum no Peru cambiar dinheiro em bancos, uma prática especialmente prevalente no distrito de Miraflores, em Lima. Neste caso, tens a garantia absoluta de que o teu dinheiro está a ser cambiado ao preço de mercado. Como nota final, e em resposta aos tumultos e instabilidade vividos nos últimos anos no país, é agora comum encontrar estabelecimentos que aceitam pagamento em dólares americanos. Neste caso, podes cambiar em Portugal e levar dólares para ires fazendo a maioria dos teus pagamentos ou, para melhorar a segurança, podes cambiar digitalmente Euros por USD na tua conta Revolut, e depois enviares um montante em dólares para ti mesmo através da Western Union. Desta forma, sempre que precises de dinheiro só precisas de levantar dólares no gabinete mais próximo da Western Union em terras peruanas, evitando assim que carregues contigo uma quantidade avultada de dinheiro de uma vez só (e evitando as taxas das caixas multibanco).
Descobre mais: Dicas para viajantes: Tudo que precisas de saber sobre o Cartão Revolut
Não há como dourar a pílula. Infelizmente, visitar a América do Sul acarreta sempre riscos acrescidos comparativamente a viajar pela Europa, pela América do Norte ou pela generalidade do continente Asiático. No entanto, isso não significa que as más experiências sejam uma inevitabilidade – basta perguntar aos 99,99% dos quase 6 milhões de turistas que visitam anualmente o Peru e não têm quaisquer problemas! Ainda assim, e no caso específico do país, os últimos anos têm sido especialmente duros, com instabilidade política, inflação galopante e a altas taxas de desemprego. Tudo isto criou um verdadeiro cocktail explosivo que levou às ruas centenas de milhares de pessoas, especialmente nas comunidades rurais e indígenas, com episódios recorrentes de estradas cortadas e caminhos bloqueados. Pontualmente, nos anos de 2022 e 2023, viajar no Peru podia tornar-se uma verdadeira dor de cabeça, já que os turistas podiam facilmente ficar dias inteiros retidos nas estradas até que a situações fosse desbloqueada. Felizmente, o pior parece já ter passado, e os últimos meses têm decorrido dentro de uma certa normalidade.
Posto isto, o governo (e a população) reconhece que o turismo é um elemento fundamental da economia peruana, e ninguém parece interessado em afectar negativamente um sector que ajuda a alimentar tantas famílias. Talvez por isso, o aparato de segurança tende a ser maior nos principais focos turísticos, como Cusco e Arequipa, de modo a evitar que os visitantes sejam alvos desprotegidos de assaltos ou violência.
No entanto, e mesmo com uma vigilância policial acrescida, é importante estar atento, evitar áreas isoladas, não sair à noite por zonas desconhecidas e não exibir grandes demonstrações de riqueza ao viajar no Peru. Isto significa que só deves andar de máquina fotográfica junto às principais atracções turísticas, evitar retirar grandes quantidades de dinheiro dos bolsos e estar atento às imediações ao utilizar o telemóvel (especialmente se for um topo de gama).
Ao contrário de alguns países vizinhos, os assaltos violentos não são recorrentes, sendo que os criminosos peruanos preferem recorrer a tácticas mais ludibriosas (o chamado “pickpocketing”, a palavra pomposa para carteiristas). Como tal, tenta sempre prestar atenção ao que se passa à tua volta para não seres apanhado desprevenido, e nunca tires os olhos da tua mochila, especialmente nas zonas de maior confusão e junto a estações de transportes. Também nas longas viagens de autocarro pelo país, recomendamos que mantenhas a tua bagagem contigo a todo o momento, evitando despachar a mesma para a bagageira do veículo, onde estará sujeita (principalmente se repararem que és estrangeiro) a potenciais roubos.
Como nota final relativamente a roubos, e porque o seguro morreu de velho, podes sempre utilizar um money belt debaixo da roupa para manter os teus pertences mais valiosos a salvo, utilizando no bolso uma carteira de engodo com uma quantidade de dinheiro que possas perder em caso de assalto.
Como dicas finais (e mais generalizadas), utiliza apenas táxis que tenham o taxímetro ligado (se recorreres à Uber ou ao Cabify, ainda melhor), nunca aceites cambiar dinheiro com estranhos que te abordem na rua e não bebas água da torneira. Para além disso, e uma vez que o Peru está situado numa zona de elevada actividade sísmica, se tiveres o azar de experienciar algum desastre natural no decorrer da tua estadia, segue sempre as indicações dadas pelas autoridades – afinal, eles é que são os especialistas!
Passando às dicas de segurança mais relacionadas com a saúde, a principal preocupação está intimamente ligada à doença da altitude (o termo português para “altitude sickness”), um problema que muitos sofrem quando chegam a Cusco, situada a 3400 metros de altitude! Sem a devida preparação, é bastante comum os viajantes experienciarem dores de cabeça, enjoos, falta de ar e/ou cansaço extremo. Para evitares estes sintomas e ficares prontinho a explorar o mais rapidamente possível, e para além da medicação adequada, deves manter-te hidratado, beber chá de coca (um truque local) e, acima de tudo, não fazer grandes esforços durante os primeiros 2 dias em zonas de grande altitude – razão pela qual os nossos roteiros de Cusco começam sempre de forma mais leve.
Apesar dos voos não serem propriamente baratos, praticamente tudo o resto no Peru (à excepção de quase tudo o que envolva a visita a Machu Picchu) pode ser considerado acessível ao bolso médio português. Dos transportes aos restaurantes, passando pelos supermercados e até por alguns tours guiados, depois de chegares ao Peru é fácil não gastar uma fortuna! Felizmente, os alojamentos não são excepção à regra, com quartos, hotéis e apartamentos para todos os gostos e para todas as carteiras… mesmo as mais encolhidas!
Posto isto, e se estás a priorizar a busca de sítios para dormir no país, deixamos-te uma sugestão para cada categoria de classificação no nosso guia de viagem do Peru:
Capital do país, Lima costuma ser a cidade onde os turistas estão ligeiramente mais expostos a roubos e burlas, uma vez que a presença da polícia turística não é tão premente como em Cusco ou Arequipa. Como tal, esta é a cidade onde a localização do teu alojamento ganha maior importância, pelo que deverás assegurar-te de que ficas acomodado numa zona segura. Para isso, nada melhor montar base em Miraflores, o distrito mais exclusivo da cidade. Para além da segurança reforçada, o quarteirão costeiro conta também com vários parques e com montes de restaurantes e bares “da pinta”. Dentro da mesma temática e ambiente, podes também optar por Barranco (oferta mais barata) ou San Isidro (oferta mais cara, onde vivem as elites). Já para algo totalmente diferente, podes sempre ir pela solução mais evidente e ficar no Centro Histórico. Não ficarás mal servido no que toca a acessos e comodidades, mas terás que estar um pouquinho mais vigilante, especialmente à noite.
Nota: Se usares os links abaixo para fazer as reservas do teu alojamento, estás-nos a dar uma ajuda preciosa sem pagar mais por isso 🙂
Considerada a cidade mais histórica e popular do país, Cusco é um dos destinos mais seguros do Peru, uma vez que a localidade está altamente dependente do turismo. Como tal, o melhor a fazer é ficar mesmo em pleno Centro Histórico, quer optes pela incontornável Plaza de Armas, pelo quarteirão “trendy” de San Blas ou pelas ruas mais sossegadas de Lucrepata. Adjacentes ao Centro Histórico mas com um ambiente bem mais local e familiar, Santa Ana e San Cristobal perfilam-se como excelentes opções alternativas, embora tenhas sempre que enfrentar uma subida íngreme no final de cada dia!
Puno é, de longe, a mais pequena das localidades que destacaremos aqui. No entanto, e ainda que os níveis de riqueza e infraestrutura não sejam tão elevados quantos os de outras paragens, a sua popularidade entre turistas tem vindo a ajudar ao desenvolvimento. Como tal, o melhor a fazer é mesmo ficar nas imediações da Plaza Mayor, o epicentro da cidade, ou nas proximidades do Porto Puno Molle, de onde saem os barcos para as Ilhas Flutuantes dos Uros. Alternativamente, podes sempre escolher um tour que inclua estadia e passar a noite nas casotas de palha das próprias ilhas.
Apesar do seu ar fofinho e colonial, Arequipa é a segunda cidade mais populosa do Peru, com mais de 1 milhão de habitantes (embora extremamente longe dos 9 milhões de Lima). Como tal, e até para poupares as tuas pernas às distâncias enganadoramente grandes, recomendamos estadia no Centro Histórico, onde se concentram quase todas as atracções turísticas. Já no lado oposto do rio, e com um ritmo bem mais tranquilo, o distrito de Yanahuara apresenta-se como uma alternativa bastante simpática. Já se estás à procura de opções mais em conta, podes sempre optar por Cayma, um quarteirão histórico ligeiramente mais a norte, ou pela zona da Estação de Comboios, uma região de ambiente local um pouco mais a sul.
Situado a apenas 10 km da baixa, a melhor forma de viajar entre o Aeroporto Jorge Chávez e o centro histórico de Lima passa por recorrer a um táxi licenciado. Para isso, basta deslocares-te a qualquer um dos stands com representação no interior do terminal (Taxi Green, Taxi Direct e Taxi 365) e solicitar um veículo até ao teu destino. No entanto, conta pagar cerca de S/ 70-80 pelo trajecto. Plataformas como a Uber, embora operacionais em território Peruano, não são autorizadas no interior do aeroporto, pelo que terás que sair do terminal e aceder à estrada principal para que o carro te possa recolher.
Finalmente, tens também a hipótese de recorrer às vans (ou combis, como lhes chamam), os veículos semi-informais que fazem parte do sistema de transportes públicos de Lima. Embora as rotas estejam pré-definidas, não há horários estabelecidos, com a carrinha a partir quando os lugares estiverem cheios. O preço do bilhete é de uns míseros S/ 3. No entanto, e à semelhança da Uber, terás que sair do recinto do aeroporto e aceder à estrada principal para apanhar um destes serviços. O problema? A zona de Callao, onde está situado o aeroporto, é uma das mais problemáticas de Lima, pelo que as condições de segurança poderão não ser as melhores, especialmente se estiveres com muita bagagem, não falares espanhol ou tiveres traços étnicos que se destaquem particularmente. Ainda assim, se quiseres arriscar, existem várias linhas que ligam o aeroporto ao centro histórico (CR58, CR57, IO32A – apenas alguns exemplos). Para consultares informações acerca de rotas, horários em tempo real e localizações de paragens, podes utilizar a app TuRuta Peru.
Por outro lado, se a tua base for em Miraflores ou San Isidro, então é muito mais prático recorrer a um dos serviços de shuttle aeroportuários. Aqui, tens duas hipóteses: o Airport Express Lima e o Quick Llama. O primeiro serviço opera entre as 07h00 e as 22h00, com partidas de hora em hora, ao passo que o segundo funciona entre as 04h20 e as 00h20, com uma cadência de partidas semelhante. Em ambos os casos, o destino principal é o Parque Kennedy e o preço da viagem está cifrado nos S/ 20. No entanto, para grupos de pelo menos 2 pessoas, o Airport Express Lima aplica um desconto de 25% (cada bilhete passa a S/ 15).
Já no que toca ao aeroporto de Cusco, as distâncias são bem menores, com o aeroporto situado a apenas 5 km do Centro Histórico. Posto isto, a melhor forma de viajar entre ambos passa por recorrer a apps de ride-sharing, como a Cabify ou a Uber. Embora existam táxis “normais” no aeroporto, é bastante comum que tentem negociar a tarifa de modo a cobrar-te mais enquanto turista. Com as apps – aquilo que vês, é aquilo que pagas! Pelo curto trajecto, o valor deverá rondar os S/ 12. Por outro lado, se queres mesmo poupar uns trocos ou fazer as coisas da forma “local”, podes sempre apanhar uma van/combi até ao centro. Basta sair do recinto do aeroporto e passar nesta bomba de gasolina, onde todos os veículos costumam parar para recolher e deixar passageiros. Confirma que a van vai para “Cusco Centro” e embarca se a resposta for afirmativa, A viagem de cerca de meia hora custará S/ 1.
Para além da dimensão gigantesca, especialmente aos olhos europeus, a topografia e terreno altamente montanhoso do Peru faz com que todas as deslocações por terra sejam substancialmente longas e ocupem uma porção considerável do teu itinerário. Como tal, e a não ser que estejas na disposição de voar para todo o lado (uma opção que também cobriremos), é bom que vás mentalizado de que te esperarão algumas longas e desconfortáveis horas pelas estradas ziguezagueantes dos Andes.
Ainda assim, e tendo em conta todos os factores que não jogam propriamente a seu favor, a verdade é que o Peru tem uma rede de transportes intercidades bastante extensa e bem organizada, permitindo-te chegar a qualquer recanto do país e – seguramente – a todos os locais minimamente turísticos!
Sem surpresa, os autocarros são o meio de transporte mais popular do país, permitindo-te atravessar todo o Peru, tanto nas agradáveis e rápidas estradas costeiras, como nas lentas e empoeiradas vias dos Andes e da Amazónia. No fundo, são os autocarros que ajudam a ligar toda a população num país tão vasto e diverso. Ainda assim, e porque não existem milagres, as viagens mais longas podem ser verdadeiramente cansativas, com os troços mais longos a demorarem mais de 20 horas. Para além disso, a natureza das estradas e do terreno faz com que algumas partes, para além de lentas, possam também ser bastante assustadoras (especialmente na montanha). Talvez por isso, e a não ser que estejas a percorrer as estradas da costa, não é aconselhável apanhar autocarros nocturnos no Peru, já que as condições de visibilidade podem não ser as melhores. Durante o dia, as travessias são bem mais fáceis e com menores riscos.
Naturalmente, existem dezenas de empresas de autocarros a operar no Peru, destacando-se como as mais fiáveis e conhecidas a Cruz del Sur, a Civa e a Transzela. No entanto, se quiseres ter a certeza de que encontras o preço mais baixo possível, podes sempre recorrer ao agregador RedBus, que compila ainda ofertas de outras empresas mais pequenas. Posto isto, aqui estão algumas informações básicas sobre as rotas mais populares no país:
Embora estas deslocações sejam também elas feitas de autocarro, optámos por individualizar a Peru Hop por ser um serviço directamente orientado para turistas, funcionando em moldes bastante diferentes dos das transportadoras correntes. Embora existam várias partidas diárias que ligam os principais destinos turísticos do país, os passageiros não adquirem bilhetes individuais, mas sim passes que cobrem determinadas rotas pré-definidas. A empresa disponibiliza mais de 20 passes distintos, mas para efeitos de simplificação escolhemos o passe “Full South to Lima”, por ser aquele que mais assemelha ao nosso roteiro mais longo de 16 dias. Iremos utilizá-lo para ajudar a explicar o modus operandi da empresa.
Por um valor total de 189 USD (qualquer coisa como S/ 700), o passe permite-te viajar entre Cusco e Lima, com direito a paragens em Puno, Arequipa, Nazca, Huacachina e Paracas. Depois de comprares o passe online, toda a gestão das tuas viagens será feita através da app Peru Hop. É através da plataforma que podes reservar o teu lugar num determinado autocarro e digitar o teu ponto de recolha (todas a viagens seguem a lógica “porta-a-porta” e os autocarros vão-te buscar ao teu hotel). Todos os autocarros da empresa incluem ainda a presença de um guia que vai explicando um pouco da história das atracções e das regiões por onde passarás. No caso deste passe específico, abaixo seguem os horários diários de partida entre as várias cidades. Não te esqueças que, mesmo já tendo pago pelo passe, é obrigatório utilizar a app para reservar gratuitamente um lugar na viagem que pretendas fazer.
Convém esclarecer que isto não é um tour guiado pelo país, mas sim um serviço de transporte personalizado, pelo que todo o planeamento do itinerário, bem como reservas de hotéis e actividades, continuarão inteiramente a teu encargo (à excepção das paragens especiais descritas acima e já incluídas nas viagens – não pagas extra). Para além das deslocações de autocarro, o passe inclui ainda uma série de outros benefícios/vantagens, como o acesso à Torre de Observação das Linhas de Nazca, um tour guiado pela Reserva Natural de Paracas e uma visita a uma quinta vinícola de Pisco, a bebida nacional do Peru.
Fazendo as contas ao preço mais baixo do mercado para cada viagem de autocarro contemplada no nosso roteiro de 16 dias, o valor que pagarias seria de S/ 335, cerca de metade do preço do passe da Peru Hop. Para além disso, perdes um pouco do contacto com a população e cultura local, uma vez que todas as tuas deslocações serão feitas num ambiente criado por turistas (a empresa é irlandesa) e para turistas. Em contrapartida, os autocarros são bastante confortáveis e modernos, os níveis de segurança substancialmente superiores – quer no que toca ao historial de roubos de bagagem, quer na segurança rodoviária (as viagens nocturnas não são um problema) – e o tempo é optimizado da melhor forma, permitindo-te ver mais, em menos tempo.
Em sum, tudo dependerá das tuas prioridades!
Apesar da paisagem Andina e do desnivelamento crónico do terreno, surpreende que o Peru disponha de uma ferrovia que, ainda que caríssima e pouco extensa, te permita deslocar entre alguns dos seus principais pontos turísticos! Praticamente toda a ferrovia é detida por operadores privados, com a excepção da rota entre Huancayo e Huancavelica, ainda relativamente obscura entre turistas.
De longe o mais prominente dos operadores do país, a Peru Rail detém rotas um pouco por todos os Andes, dividindo os espólios do Machu Picchu e do Vale Sagrado com a Inca Rail, e monopolizando as ligações ferroviárias entre Cusco, Puno e Arequipa. Relativamente a valores, as viagens são bastante mais caras quando comparadas com os autocarros, embora os níveis de segurança e conforto sejam muito maiores. Para além disso, viajar de comboio pelos Andes é toda uma experiência à parte, com as paisagens inacreditáveis e o estilo retro de algumas das carruagens a transportarem-te de volta para a era dourada da ferrovia no “Novo Mundo”. Se isso vale o investimento (nos casos em que existam alternativas) é que já é uma pergunta a que só cada passageiro pode responder.
Como de costume, aqui seguem os preços e durações das viagens para as rotas mais procuradas:
A somar a essas rotas, está ainda o serviço Andean Explorer, também da Peru Rail. Esta é uma experiência luxuosa com a duração de 3 dias/2 noites, na qual o passageiro é transportado entre Cusco e Arequipa, com paragens no local arqueológico de Raqch’i, no Lago Titicaca (Puno) e no Lago Saracocha, com estadia e todas as refeições incluídas. O preço, no entanto, promete afastar até os maiores entusiastas da ferrovia, com a cabine mais simples para 2 pessoas a custar para cima de S/ 24.000!
Finalmente, se estiveres a viajar com o tempo contado ou se a perspectiva de fazer grandes viagens de autocarro não é propriamente animadora, podes sempre recorrer a voos internos para te deslocares entre as principais cidades peruanas. Afinal, o país é servido por duas dezenas de aeroportos domésticos e internacionais, com companhias aéreas como a LATAM Peru, a Sky Airline ou a JetSMART a organizarem centenas de ligações diárias. Para além disso, e como acontece em muitos outros países da América do Sul, parte destes voos é subsidiada pelas autoridades locais, pelo que os valores são quase sempre consistentes e acessíveis, especialmente se marcados com a devida antecedência.
Das inúmeras rotas aéreas internas do Peru, destacam-se as seguintes entre turistas:
Embora relativamente desconhecida deste lado do Atlântico, a cozinha peruana destaca-se como uma das mais diversas e apreciadas de toda a América Latina, com fortes influências nativas, asiáticas e, pois claro, espanholas. Para além disso, a culinária do país tem uma particularidade difícil de encontrar: é familiar o suficiente para que as nossas papilas não o estranhem inteiramente; mas diferente ao ponto de te fazer sentir que estás a provar algo exótico. Posto isto, talvez nenhum outro prato seja tão internacionalmente conhecido como o Ceviche, um prato de peixe-branco (normalmente corvina) marinado em sumo de lima, cebola, sal e malaguetas, e servido cru juntamente com milho-doce assado, choclo (variedade de milho Andina) cozido e batata doce. De resto, este é o prato nacional do país e pode ser encontrado em quase todo o lado!
Para algo um pouco mais familiar, podes sempre contentar-te com o Pollo a la Brasa, frango no churrasco servido com batata frita e com um molho cremoso à base de menta, coentros, malaguetas e maionese chamado Aji Verde; ou Lomo Saltado, um refogado à Asiática (stir-fry) com tirinhas de bife, cebola, tomate e malaguetas amarelas. De regresso às receitas com maior exotismo, vais querer provar o Aji de Galina, frango desfiado e cozinhado num molho espesso de natas, nozes, queijo e pimenta-aji; Papas a la Huancaina, uma salada de batata e ovos cozidos, cobertos com um molho/puré de queijo fresco, alho, leite, malaguetas amarelas, sumo de lima e (o ingrediente secreto) bolachas de água-e-sal; e ainda Causa, uma espécie de lasanha quéchua com recheio de maionese misturada com atum, salmão ou frango desfiado, onde as placas são substituídas por um puré de batata e pimenta-aji. Pelo meio, é sempre incluída uma camada com um esmigalhado de ovo cozido, abacate e azeitonas. Por fim, e já na categoria de “nunca na vida me apanham a comer isso”, guardámos o espaço obrigatório para o Cuy, o nome local dado ao porquinho-da-índia, e que se tornou uma iguaria entre peruanos. Diz quem provou que sabe a frango!
Já na categoria dos doces e das sobremesas, é bom manter um espacinho no estômago para provar os Picarones, uns donuts de massa frita feitos de farinha de batata doce; o Suspiro de Limeña, uma base de doce de leite com topping de merengue e canela; a Crema Volteada, a versão peruana do Pudim Flan; ou o Gelado de Lúcuma, um fruto nativo dos vales andinos do Peru. Para beber, nunca pode faltar o Pisco Sour, a bebida nacional!
Administrados por empresas ou guias locais, estas free walking tours consistem em visitas guiadas pelos quarteirões históricos, no qual te vão contando as histórias de cada sítio e providenciando um importante contexto cultural. Embora os tours sejam, de facto, gratuitos, mandam os bons costumes que no final cada pessoa dê uma gorjeta ao guia como compensação pelo seu trabalho. No caso de Lima e Cusco, o valor mínimo aceitável deverá rondar os S/ 15.
Posto isto, aqui estão algumas empresas que organizam free walking tours em Lima e Cusco.
Para não tornarmos este texto demasiado extenso, resolvemos criar um artigo autónomo para cada itinerário.
Podes consultar cada uma das opções seguindo as ligações abaixo:
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