O insustentável peso da expectativa 🇮🇷

  • 19.04.2023 20:40
  • Bruno A.

Para a despedida do Irão, o nosso editor abre o coração e partilha o seu relativo desapontamento. Não face ao país, que continua a considerar um dos mais fascinantes e incompreendidos do mundo, mas ao irrealismo da sua gigantesca idealização da Pérsia. Uma pequena lição sobre o efeito das expectativas defraudadas na experiência de viagem.

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A Pérsia era um sonho antigo. Um destino a fervilhar no meu imaginário desde 2018. No entanto, por entre trocas, baldrocas e fintas do destino, o sonho foi sendo continuamente adiado durante 5 longos anos, até colocar finalmente o pé em solo iraniano.

Pelo caminho, fui lendo e assistindo a dezenas de relatos de outros viajantes, portugueses e estrangeiros, que vendiam o Irão como um destino imperdível, aguçando ainda mais o meu apetite, já de si voraz. Da Pérsia, destacavam a sua arquitectura monumental e o coração gigantesco do seu povo. Especialmente depois da minha visita ao Uzbequistão, um dos meus países favoritos e, visualmente, com uma estética semelhante, estava mais que pronto para mergulhar na realidade iraniana. Mais do que qualquer outro, queria verdadeiramente amar este país.

No entanto, e como em qualquer outra esfera, a realidade acaba sempre vergada pelo insuportável peso da expectativa. O Irão é, de facto, um país belíssimo, mas os dias foram passando e continuei à espera de uma sensação constante de profundo arrebatamento que nunca chegou. Vi locais estonteantes e mesquitas grandiosas. Halls inteiros de azulejos vibrantes, ruínas tão antigas quanto o próprio tempo e pequenas cidades adormecidas, aparentemente saídas de qualquer conto de “As Mil e Uma Noites”. Mas nunca foi suficiente. Troquei impressões com dezenas de iranianos, andei à boleia e partilhei refeições. Mas nunca foi suficiente. Continuei ad aeternum à espera de ver o sítio mais bonito ou conhecer a pessoa mais generosa.

Não aconteceu, nem poderia acontecer. A fasquia havia sido colocada a uma altitude impossível de alcançar, e a minha imagem estranhamente pristina do Irão ruiu como um castelo de cartas. Significa isto que não gostei do país? De todo! Continuo a achá-lo um destino de viagem excepcional, e uma daquelas experiências que pertencem ao “Olimpo” do viajante intrépido, pese embora a probabilidade de que algo de mau te aconteça seja provavelmente maior em cidades como Londres, Paris ou NYC do que em qualquer lugar do Irão.

Talvez, depois de vários meses em viagem, tenha atingido o meu ponto de sobre-estimulação. Talvez precise de parar um pouco e centrar o meu foco em algo familiar, antes de voltar a buscar a sensação de deslumbramento. Ou, talvez, seja necessário aprender a lição e ajustar expectativas, para que mais nenhuma viagem colapse perante o irrealismo idealista. Seja o que for, é fácil perceber de que lado está o problema.

Peço desculpa, Irão. Não és tu, sou eu.

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