Nesta nova rúbrica convidamos outros bloggers / criadores de conteúdo de viagens do nosso país a escrever sobre o(s) seu(s) destino(s) favorito(s). Esta semana temos um artigo do Vasco Monteiro!
Depois de vários países visitados (dispenso contagens como se os países fossem cromos colecionáveis), confesso que não é fácil responder a esta pergunta. Já fui ao Brasil 3 vezes, e numa das vezes “morei” lá, visto que trabalhei remotamente durante 1 mês em Florianópolis. Também estou sempre a regressar a Espanha todos os meses devido a laços familiares, e a Costa Rica quase ganhou este “prémio” do meu destino preferido, no entanto a taça será entregue à Coreia do Sul, e porquê?
Eu explico-te já a seguir e pelo meio ainda te dou umas dicas de viagem coreanas:
Coreia, Coreia…Como surgiu a ideia de voar para lá?
Eu sempre fui fascinado pela tecnologia e se me segues no instagram, já sabes que eu tenho sempre uma app ou 1 site na manga para tudo, e eu sabia que a Coreia era dos países mais tecnologicamente avançados do mundo. Para além disso disso, a mescla perfeita de tradições ancestrais, gastronomia exótica, natureza fantástica e pela sua alta tecnologia (pois claro), levou-me a pensar: “olha bora lá”.
Então, no dia 16 janeiro de 2023 lá fui eu gastar quase o dia inteiro a estudar rotas para lá chegar, uma mistura de “queimação de pestanas” entre skyscanner , google flights e flightconnections…e após várias alternativas estudadas, escolhi a rota Madrid – Abu Dhabi – Seoul, e na volta Seoul – Abu Dhabi – Madrid – tudo comprado diretamente no site oficial da companhia aérea Etihad airways por 625 euros (todos os 4 voos, ótimo preço). No regresso, ainda fiquei 1 dia e meio em Abu Dhabi tirando proveito do programa de stopover, podes ler mais sobre isso aqui. Eu costumo passar muitos dias em Madrid então decidi partir e regressar da capital espanhola, que por sinal é um ótimo aeroporto para voar para todo o mundo!
Após ter comprado o voo, lá fui para a Coreia em abril de 2023, mas até lá, fui fazendo as minhas pesquisas e preparei a viagem da melhor forma possível!
Primeiro, tens que preencher um K-eta online, que é como se fosse uma pré-autorização para voares para lá, sem isso não é possível pisar o território sul-coreano. Terás que reservar o voo e o alojamento e logo após tratares disso entra neste link e começa o processo. Após preencheres tudo, demora entre algumas horas até 1/2 dias a receberes a aprovação no teu email. Depois quando a receberes, imprime esse “golden ticket” e guarda esse email nos favoritos! Não percas esse documento!
Dependendo de quantos dias quiseres ficar na Coreia, existem centenas de guias online em inglês com roteiros e itinerários já prontos, tipo este aqui, basta pesquisar literalmente “korea x days ultimate guide” e não faltarão roteiros. Ah, o mais importante – dados móveis, para teres sempre internet – no meu caso comprei um cartão SIM virtual da airalo com dados ilimitados, por isso, se o teu telemóvel é compatível com esim, é a melhor opção, caso contrário basta comprar um cartão SIM físico no aeroporto e pronto. Para saberes tudo da Coreia pesquisa assim no google “Things to Know Before Traveling to South Korea”.
Quando aterrei em Seul (capital), deparei-me com as diferenças abismais! Chegas a um novo mundo com uma cultura, idioma, caligrafia, pessoas, tipos de construções…tudo totalmente distinto… sentes-te uma criança novamente, sentes um entusiasmo permanente de estar à espera dos presentes debaixo da árvore de Natal.
Bem, apanhei o bus 6015 para o meu alojamento (Ara125) e logo aí já notei uma diferença enorme… assentos grandes e estofados, bus cheiroso (parecia lavanda) e limpíssimo e o condutor com luvas brancas… Quando saí na minha paragem Ibis Hotel, sabia que tinha que caminhar 6 minutos para o meu alojamento, era hora de colocar à prova o kakao map (o google maps é inútil na Coreia), na verdade os 7 minutos transformaram-se em 15, porque tive que pedir ajuda a um funcionário de um restaurante, que, com o seu inglês extremamente básico, indicou-me a porta do hotel, que ficava na esquina de um 7 eleven. Ora, eu, após dois voos de 9 horas cada, sem ter dormido quase nada no avião, senti que estava no último nível de um jogo de playstation a tentar encontrar a porta do hotel, realmente o cérebro não estava a 100%, no entanto há sempre gente amável pelo mundo e disposta a ajudar.
Descansei um pouco e saí à rua logo no primeiro dia, nesse momento fiz uma videochamada com a família a mostrar um pouco das ruas coreanas e o cansaço desapareceu, dando lugar ao entusiasmo, que momento.. que mo-men-to , tu que estás aí desse lado, nem imaginas a minha reação, fiquei a ferver de alegria dos pés à cabeça, tanta gente diferente, comida estranha, lojas que vendem os itens mais fascinantes do mundo, luzes e neons que podem até provocar epilepsia…bem, naquele momento o meu jantar foi distribuído entre diferentes barracas de comida, e comia coisas que, às vezes, nem eu sabia o que era…
Nos dias seguintes fiz vários tours, que reservei pelo getyourguide e Airbnb experiências e como “só” fiquei 9 dias, decidi ficar as 9 noites em Seul e tendo a base lá, explorar mais do país em “day-tours”, deixando alguns livres para “vaguear”…Fiquei completamente fascinado com os templos e com um jardim, que, quando lá cheguei, não parecia real, um tal “garden of morning calm”, um cenário de filme, ali, tão real e palpável…
Lista de tours que fiz:
Alpaca World, Ilha de Nami e “garden of morning calm”
Walking tour por Bukchon Hanok village
Tour privado com fotógrafo profissional
E as comidas? Desafiante…não pelas comidas em si, porque eu como de tudo, mas sim por não saber o que estava a comer, nem sempre havia um menu em inglês, e quando não havia, eu usava a câmara da app do google tradutor para entender as denominações dos pratos… até quando pedia “no spicy” parecia não ser entendido e lá tinha eu que fazer o sacrifício de comer pratos, muito picantes (como se estivesse no México)… Um conselho de amigo, aventura-te nos pratos típicos e experimenta o Bibimbap (o meu favorito).
E perguntas tu “mas Vasco como sabias onde comer?”. Na maioria das vezes, perguntava onde ir a pessoas que ia conhecendo, aos responsáveis de cada tour, a outros hóspedes que já estavam há mais tempo na cidade ou ao recepcionista, depois apontava o lugar no kakaomap e ia para cada restaurante sem complicações. Bendita tecnologia! Houve 2 dias que perguntei aleatoriamente na rua onde ir, e fui ajudado, a hospitalidade e bondade dos coreanos é sensacional, e mesmo que poucos saibam inglês, através de gestos e usando o google tradutor é fácil chegar a um entendimento básico.
Compras… “Tu não estás bem a ver”. Eu nunca pensei que iria gastar tanto dinheiro como gastei na Coreia…Até a pessoa menos consumista do mundo, não resistiria ao charme das lojas coreanas. Adotei, literalmente, o lema “yolo (you only live once) e toca a gastar: em comida, desde snacks de todo o tipo de sabores (fora os restaurantes), comida de rua, roupa nova, souvenirs e cosméticos como cremes e máscaras faciais… sim, leste bem, na Coreia do Sul existe uma extrema preocupação com a imagem, tanto, que isso está proporcionalmente relacionado com a quantidade de cosméticos que por lá encontras. Em cada esquina há uma loja só de cosméticos, e digamos que eu enchi a mochila disso… até tive que deixar roupa que trouxe de Portugal para doação, já que não ia caber tudo na mala na viagem de regresso.
Agora, culturalmente falando (convido-te a passares no meu instagram para ver stories no destaque da Coreia), vou-te mostrar o lado bom e o lado mau da Coreia… eu sei que se calhar estavas à espera de um mundo encantando, mas não, longe disso…
Tecnologicamente e “infraestruturalmente” falando, eu fiquei encantado: internet ultra rápida em todo o lado, pagamentos em cartão (revolut) aceite em 99% de todos lugares, metro ultra-moderno e fácil de usar (só parece difícil no começo), estradas modernas, muitos lugares abertos 24 horas por dia etc etc… No entanto vamos analisar o lado negativo: a taxa de suícido neste país é das mais elevadas do mundo, e eu associo isso a alguns comportamentos da sociedade: a elevada pressão de “manter a aparência perfeita”, pois é… roupas caríssimas, maquilhagem imaculada, e a pressão intensa no trabalho.. os coreanos trabalham muitas horas, e para ganhar mais, trabalham ainda mais, o que, consequentemente, tira-lhes tempo para desfrutar da vida – logo temos aqui uma receita completa para um desastre total… Puxando pela cabeça, também notei que na Coreia o tema da saúde mental ainda é tabu.. fazer terapia e ir ao psicólogo só em casos extremos. E é curioso que numa sociedade onde vês bonequinhos fofos por todo o lado e em todas as lojas (até na entrada da esquadra da polícia), onde quem “vence” é quem tem a melhor roupa, ou quem frequenta o café mais “fancy”, parece que tudo isso é uma fachada que esconde o lado obscuro da sociedade: depressão, taxa de suícido elevado, taxa de fertilidade baixíssima e descuido total da saúde mental.
Mas, voltemos “ao mundo encantado”, não vá este texto perder o seu charme… A Coreia proporciona-te o factor “uau”, que é o que já me faltava nas viagens, eu não me surpreendo facilmente, mas a Coreia conseguiu essa proeza, e foi essencialmente essa sensação que me levou a colocar este belo país no 1º lugar de destinos favoritos. E mesmo que não tenhas companhia para viajar, ou preferes ir a solo, a Coreia é dos países mais seguros do mundo!
Em resumo, café delicioso, comida de sabores imbatíveis, paisagens tecnológicas e naturais de tirar o fôlego, bebidas “queridas” com todo o tipo de sabores, bares e cafés temáticos que parecem um autêntico mundo à parte, estradas e transporte público espetacular, enfim, ingredientes perfeitos para uma receita, ou, devo dizer, viagem perfeita. Vai, desfruta, vê o outro lado do mundo, permite ao cérebro absorver coisas novas e, acima de tudo, diverte-te.
Quero agradecer ao nosso querido João, o convite para escrever este texto, e qualquer dúvida de viagem para a Coreia, fica à vontade para me enviar mensagem no instagram.
Instagram: @vascoomonteiro
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