Guia de viagem completo, ideal para quem procura que locais visitar e o que fazer na Albânia. Inclui informações detalhadas sobre transportes, documentação de viagem, hotéis e restaurantes, bem como três roteiros completos de 7, 10 ou 14 dias na Albânia.
Um país com uma história recente tão bizarra e triste quanto fascinante, longe parecem ir os tempos em que a Albânia era a versão europeia da Coreia do Norte. Completamente enclausurada do resto do mundo durante décadas, à conta de um dos ditadores mais alucinados de que há memória (e olha que não são assim tão poucos) e que mandou construir centenas de milhares de bunkers por todo o território, a Albânia pode já ter acordado para o mundo há 30 anos, mas a verdade é que só agora é que o mundo está a acordar para a Albânia.
Uma nação de praia e montanha, com uma herança cultural otomana extremamente vincada, e que tem para oferecer boas gentes, boa comida e bons preços. Que mais podes querer?! A realidade é que a Albânia é um país extremamente “sui generis”. Tem uma língua própria que não deriva de nenhuma família específica, praticamente todos bebem álcool e comem porco apesar de serem muçulmanos e é provavelmente o único país no mundo onde o Islão convive com minissaias e o som do Adhan é transmitido lado-a-lado com o bass da música techno. Pessoalmente, o meu país favorito!
Assim sendo, e se estás à procura de o que fazer na Albânia, vieste ao sítio certo! Aqui descobrirás um roteiro completo do país, para 7, 10 ou 14 dias – consoante a tua disponibilidade – bem como todas as restantes informações necessárias para preparares a tua aventura. Acompanha-nos neste guia de viagem da Albânia e descobre os melhores hotéis e restaurantes, como te deslocares entre cidades, como trocar/levantar dinheiro e ainda os esquemas/burlas mais comuns.
Embora não existam neste momento ligações aéreas directas entre Portugal e Albânia, está previsto o início das operações que irão finalmente ligar estas duas nações para o dia 25 de Junho de 2023. Assim, e a partir desta data, será possível voar a partir de Lisboa e Porto para Tirana, através de um charter sazonal da companhia Air Albania que terás, provavelmente, de adquirir através de um pacote numa agência de viagens.
Se o teu objetivo for viajar de forma independente, tens também algumas opções:
Voar através de companhias de bandeira, como a Aegean ou Grupo Lufthansa que, usualmente, tem os melhores preços para a Albânia. O preço já inclui uma mala de cabine e tens as escalas garantidas, ou seja, no caso de um cancelamento / atraso do voo que te faça perder a ligação, a companhia tem a obrigação de te reencaminhar na mesma até ao teu destino final. Num momento de ajustamento como o que estamos, em que as companhias ainda cancelam bastantes rotas e alteram constantemente horários / dias de voos, é esta a opção que aconselhamos.
Também poderás voar para Tirana fazendo escala numa de várias cidades europeias, inclusive recorrendo apenas a voos com companhias low-cost, como a Easyjet (Londres-Gatwick e Genebra) ou a Wizzair, que voa para Tirana a partir de quase 40 destinos em solo europeu, nos quais se incluem Berlim, Barcelona, Madrid, Budapeste, Charleroi, Bérgamo e Milão-Malpensa. É uma opção que aconselhamos apenas se conseguires dar algum tempo (de preferência pelo menos 1 dia) entre as escalas, visto que se existe algum atraso ou cancelamento, quando usas escalas independentes a companhia não é responsável por te levar até ao destino final.
Como alternativa, poderás voar para Bari directamente a partir do Porto, e apanhar depois o ferry para Durres, na costa albanesa. Esta viagem, feita durante a noite, tem a duração de 9 horas e o custo de 48€ por passageiro.
Igualmente por mar, tens também a hipótese de voar até à ilha grega de Corfu, sem voos directos para Portugal mas com ligações a um elevado número de cidades europeias, e de lá apanhar um ferry até Sarande, a maior cidade da Riviera Albanesa. Esta viagem de ferry tem a duração de 60 a 90 minutos e os preços rondam os 15-20€. Poderão comprar bilhetes e consultar toda a informação nos websites da Finikas Lines e da Ionian Seaways.
Para terminar, e atendendo ao relançamento da rota Lisboa-Belgrado com a Wizzair, uma última opção poderá passar por voar para a capital sérvia, e de lá chegar por terra até Tirana. Para isso, será necessário separar a travessia em dois. A primeira para o trajecto Belgrado-Pristina (capital do Kosovo), e a segunda para o troço Pristina-Tirana. Felizmente, existem várias ligações diárias para ambos os segmentos da viagem. Alternativamente, podes voar (com escala) para o Aeroporto de Pristina, e fazer apenas por terra o último troço da viagem.
Se ao longo dos últimos anos (especialmente no pós-pandemia) o interesse turístico na Albânia tem crescido a olhos vistos, a muito se deve o cenário idílico da sua costa. Embora o país tenha muito mais para oferecer do que a simples combinação praia/sol/areia, não há como negar que é essa a principal força motriz do turismo albanês.
Assim sendo, e porque mesmo em época alta a Albânia continua a ser acessível ao bolso médio português, a altura ideal para visitar o país coincide com os meses de maior calor, nomeadamente no decorrer do quadrimestre Junho-Setembro. E isto é válido não só para aqueles que queiram aproveitar a costa, mas também para os entusiastas da montanha, uma vez que os trilhos mais populares dos “Alpes Albaneses” apenas ficam transitáveis a partir de Maio/Junho. Em contrapartida, a capital Tirana poderá ficar insuportavelmente abrasadora nessa altura, com temperaturas que chegam aos 40ºC nos dias mais quentes. Um pequeno preço a pagar para que as condições sejam as ideais no resto do país e possas completar a tua lista de coisas para fazer na Albânia!
Apesar de não fazer parte da União Europeia, a Albânia tem desde 2009 um acordo em vigor com a UE que permite que os cidadãos destes países entrem no seu território sem que seja obrigatória a apresentação de passaporte.
Assim sendo, e independentemente de entrares por ar, terra ou mar, poderás visitar a Albânia munido apenas do teu cartão de cidadão, desde que o mesmo tenha uma validade mínima de 3 meses face à tua data de saída.
Estando o país situado fora da UE e sem nenhum tipo de acordo para a isenção de taxas de roaming nas telecomunicações, não poderás utilizar o teu tarifário português actual durante a tua viagem à Albânia.
Aliás, a primeira coisa que deves fazer antes de levantares voo rumo ao país é mesmo desligar todos e quaisquer dados móveis que tenhas activos no teu telemóvel, sob pena de teres uma (muito) desagradável surpresa no final do mês. Ainda que os custos possam variar de acordo com a operadora, e apenas para ficares com uma noção do que esperar, a Vodafone cobra os seguintes valores para comunicações em território albanês:
Posto isto, a nossa recomendação é que compres um cartão SIM assim que chegues à Albânia, sendo que poderás fazê-lo no terminal de chegadas do aeroporto. Existem três grandes companhias de telecomunicações na Albânia: ALB Telecom, Vodafone e One Telecom. Por experiência própria, podemos confirmar que a Vodafone é uma opção fiável.
Outra opção interessante é simplesmente comprares um cartão eSIM
Nenhum guia de viagem da Albânia está completo sem que este tema seja abordado.
Tendo como moeda oficial o Lek Albanês (LEK), qualquer levantamento que faças na Albânia recorrendo a um cartão português incorrerá naturalmente no pagamento de várias taxas. Para além da taxa percentual sobre o valor do levantamento (relativa à conversão), a tua transacção estará também sujeita ao pagamento de um valor fixo, referente à taxa por levantamento de divisa fora da UE. Contas feitas, podes acabar a pagar ao teu banco bem acima de 6% do valor do teu levantamento. A alternativa passa por recorreres aos serviços de bancos online como o Revolut, que te permite efectuar levantamentos até um determinado limite mensal sem que te seja cobrada qualquer taxa. Para além disso, mesmo depois de atingido esse patamar, as comissões são residuais quando comparadas às dos bancos tradicionais.
Seja como for, é importante ter em consideração que o Revolut nada pode fazer quanto às taxas cobradas pelo banco responsável pela caixa automática que utilizes. Nesse ponto, e infelizmente, a esmagadora maioria dos bancos albaneses cobra uma comissão fixa por levantamento com cartão estrangeiro, com valores que podem rondar os 3€-5€ por saque. No entanto, há uma exceção honrosa: o Credins Bank, que não cobra por levantamentos com Revolut.
Descobre mais: Dicas para viajantes: Tudo que precisas de saber sobre o Cartão Revolut
A par dos romenos, o povo albanês é provavelmente aquele que tem o maior número de estereótipos negativos associado. Embora não exista uma grande presença albanesa em Portugal, nos países onde efectivamente existem comunidades significativas, esta minoria é vista como abrasiva, perigosa e desonesta. Infelizmente, este estereótipo provém de um período de Guerra Civil do final dos anos 90, em que, por inércia e incompetência governamentais, o país foi efectivamente deixado à anarquia e nas mãos de grupos de crime organizado (as famosas Máfias Albanesas).
E no entanto, durante todo o período extensivo em que estive na Albânia, e independentemente da cidade ou da hora do dia/noite, nunca tivemos qualquer problema. Aliás, arrisco dizer que os albaneses foram o povo mais hospitaleiro que encontrei até ao momento no continente europeu!
Posto isto, não há quaisquer razões para temeres pela tua segurança quando estiveres de visita a este país. Claro que é sempre boa ideia usares o senso-comum, como em qualquer outra cidade do mundo, e teres atenção aos teus pertences em zonas mais movimentadas e evitares taxistas que se recusem a ligar o taxímetro do veículo. Mas fora isso – nada a temer!
Como ouvi da boca de vários albaneses, os verdadeiros burlões do país são os que andam de fato e gravata 😊
Conforme já referimos, a Albânia é um país tendencialmente acessível, mesmo durante os meses de maior procura e intensificação do turismo.
Assim, deixamos neste guia de viagem da Albânia algumas alternativas de alojamento para cada uma das principais cidades albanesas que iremos abordar no roteiro (tendo por base reserva de 1 ou 2 noites, para 2 pessoas, no mês de Junho):
Nota: Se usares os links acima para fazer as reservas do teu alojamento, estás-nos a dar uma ajuda preciosa sem pagar mais por isso 🙂
Tal como acontece com os alojamentos, também os restaurantes costumam ser bastante em conta em território albanês, embora naturalmente mais caros nas zonas turísticas. Para melhorar a situação, a cozinha albanesa é bastante versátil, juntando o melhor da cozinha grega, turca e balcânica. Como cereja no topo do bolo, o país sofre uma influência enorme de Itália, situada imediatamente do outro lado do Adriático. Isto reflecte-se na língua (a quantidade de albaneses que fala italiano é absurda), nos hábitos e na mentalidade, mas também na gastronomia, ao ponto de se dizer que é na Albânia que podes encontrar a melhor comida italiana, fora de Itália.
No caso das regiões de montanha, como Valbona e Theth, existem muito poucos restaurantes que se dediquem exclusivamente a essa actividade, uma vez que, normalmente, todas as guesthouses têm uma ala de restauração onde a família proprietária do estabelecimento prepara as refeições para os hóspedes.
Posto isto, e à excepção destes 2 destinos específicos, deixamos neste guia de viagem da Albânia algumas alternativas de restaurantes a preços razoáveis para cada uma das restantes cidades mencionada no roteiro.
Ao elaborarmos os roteiros deste guia de viagem da Albânia, iremos considerar que todos eles começam e terminam no mesmo local: a capital Tirana. Assim sendo, iremos partilhar quais as formas existentes de transporte entre o aeroporto e o centro da cidade.
O Aeroporto de Tirana fica a cerca de 19km do centro. Uma vez que a cidade não é servida por nenhum sistema de metro ou eléctrico, sobra-te o autocarro como único meio de transporte público para cumprir esta deslocação. Estes miniautocarros partem directamente do terminal de chegadas e deixam-te na Praça Skanderbeg, em pleno coração de Tirana. Em relação a horários, os veículos operam entre as 8h00 e a meia-noite, partindo sempre à hora certa (1x/hora). Cada bilhete tem o custo de 300 LEK, sendo que podes também pagar em euros (3€), e a viagem tem a duração de cerca de 30 minutos.
Em alternativa, caso chegues a Tirana depois do último autocarro partir ou não te apeteça esperar quase 1 hora pelo veículo seguinte, podes também recorrer aos serviços de um táxi. Tal como acontece em muitos outros aeroportos, estes veículos cobram um preço fixo para fazer o trajecto até ao centro da cidade: 20€. Para te assegurares de que estás a utilizar um táxi oficial, procura a insígnia amarela com a indicação “Auto Holiday Albania”, o operador designado.
Por fim, tens igualmente a opção de pedir um táxi através de uma app de transporte privado. Uma vez que a Uber não opera actualmente no mercado albanês, poderás usar a Speed Taxi, uma empresa que opera nas cidades de Tirana e Shkoder. Através deste serviço, a viagem entre o aeroporto e o centro ficará por cerca de 10€.
Independente do tempo que tenhas no país, verás que qualquer um dos nossos roteiros da Albânia implicará deslocações entre várias cidades.
Assim sendo, aqui segue um apanhado dos vários tipos de transportes internos à tua disposição no país.
Antes de tudo o resto, convém esclarecer que o aluguer de carro é praticamente obrigatório para que possas explorar determinadas zonas da Albânia.
Se é verdade que as deslocações entre as principais cidades podem ser asseguradas através de autocarro ou minivan, o processo torna-se praticamente impossível se quiseres ter a liberdade para explorar livremente a Riviera Albanesa, o principal hotspot turístico do país. As alternativas, para esses percursos específicos, podem passar por contratares um tour ou recorreres a um táxi, embora isso acabe por encarecer bastante a tua experiência ao mesmo tempo que lhe retira muita da flexibilidade.
Para além disso, mesmo que alugues carro apenas para a zona da Riviera, tens que ter em atenção que deverás devolver o veículo no mesmo local onde o recolheste. Por exemplo, se alugares o carro num operador local em Sarande, provavelmente essa microempresa não terá instalações em Vlore, onde termina a Riviera e poderias apanhar um autocarro para o ponto seguinte. Logo, terás que voltar a Sarande para devolver o carro. Por outro lado, mesmo que utilizes uma empresa que até tenha instalações em ambas as cidades – uma raridade – existe sempre um (grande) custo extra pela conveniência de recolheres o carro num local e o deixares noutro.
Podes ver abaixo a diferença de preço na mesma empresa entre alugar o mesmo carro por 3 dias com recolha e entrega em Sarande vs recolha em Sarande e entrega em Vlore. Podes comparar preços e alugar o teu veículo online em Rentalcars.com
Como nota final, se a tua carta de condução tiver sido emitida em Portugal, ou em qualquer outro país da UE, EUA ou Canadá, não é necessário fazeres-te acompanhar de uma Licença Internacional de Condução.
Recomendado para as deslocações:
Caso não tenhas mesmo interesse em alugar carro, podes sempre fazer a maioria das tuas deslocações de autocarro. Conforme referido acima, e no que toca às travessias entre as principais cidades do país, encontrar opções de transportes terrestres não é problema algum.
Para que possas planear a tua viagem da forma mais rigorosa possível, podes sempre confirmar preços e horários no agregador Gjirafa, uma plataforma de consulta de informações sobre transportes terrestres na Albânia, Kosovo e Macedónia do Norte.
Nesse agregador, apenas não conseguirás encontrar dois dos trajectos previstos nos roteiros deste guia de viagem da Albânia: Shkoder-Koman e Theth-Shkoder. No caso do primeiro, o percurso é assegurado pela Berisha, a mesma empresa que gere o Ferry do Lago Koman, sendo por isso considerado uma espécie de “tour”. Estas vans recolhem-te directamente no teu hotel às 06h30 e têm o custo de 7€, sendo o pagamento feito antecipadamente por Paypal. Se quiseres pagar logo pelo percurso de autocarro até Koman + ferry + transfer do porto até Valbona, o preço passa a 21€. Podes reservar o teu lugar através do seu site oficial.
Já quanto ao segundo trajecto, e ainda que não apareça na plataforma Gjirafa, é também assegurado diariamente por alguns operadores semi-turísticos locais. Estas minivans partem de Theth por volta das 11h00, recolhendo os passageiros de vários alojamentos da vila. Para poderes assegurar o teu lugar, solicita a recolha directamente na tua guesthouse e eles saberão a quem ligar. O percurso tem o custo de 10€ e as vans demoram 2 horas a chegar a Shkoder.
Curiosamente, estes são também os dois únicos trajectos que terás (quase)n obrigatoriamente que fazer de transporte colectivo, mesmo que tenhas alugado carro. Uma vez que o trekking entre Valbona e Theth não implica o regresso ao ponto de partida, não tens como levar o veículo até ao ponto final do trajecto. Assim, e para esses dias na montanha, a nossa recomendação é que deixes o carro alugado em Shkoder por 2 dias até regressares à cidade.
Recomendado para as deslocações (se não quiseres lugar carro):
Finalmente, poderão existir situações onde, pode falta de alternativa ou desconforto do viajante, o meio ideal de transporte passe pela contratação de um transfer, tour ou serviço de táxi.
Conforme explicámos, esta pode ser a melhor solução para te deslocares entre os vários pontos da Riviera Albanesa, caso não pretendas alugar carro.
Recomendado para as deslocações:
Para não tornarmos este texto demasiado extenso, resolvemos criar um artigo autónomo para cada itinerário.
Podes consultar cada uma das opções seguindo as ligações abaixo:
Reserva já os teus tours ou atividades no Viator, do grupo Tripadvisor! E ao fazê-lo estás-nos a dar uma grande ajuda 🙂
Para contratar o teu seguro de viagem, aconselhamos a IATI, com uma excelente gama de seguros, incluíndo aquela que é, provavelmente, a melhor cobertura Covid-19 do mercado.
Se reservares connosco, através deste link, tens 5% de desconto no teu seguro e, ao mesmo tempo, dás-nos uma ajuda preciosa 🙂