Guia de viagem completo, ideal para quem procura que locais visitar e o que fazer na Geórgia. Inclui informações detalhadas sobre transportes, documentação de viagem, hotéis e restaurantes, bem como três roteiros completos de 7, 10 ou 15 dias na Geórgia.
Situada na ainda obscura região do Cáucaso, entre os picos montanhosos desta cordilheira e as águas calmas do Mar Negro, a Geórgia é um dos destinos turísticos em maior crescimento do mundo. Os que se aventuram pela região, são normalmente atraídos pelas paisagens deslumbrantes e pelas inúmeras oportunidades de hiking, ou não fosse este país um dos destinos mais cobiçados pelos entusiastas dos outdoors.
No entanto, a Geórgia está longe de ser um destino unidimensional. Por força da sua localização peculiar, na confluência entre os continentes europeu e asiático, o país tem uma cultura bastante rica e diversa. Nas grandes cidades, essa mistura eclética de influências é perfeitamente perceptível, o que, em claro contraste com o profundo isolamento das suas aldeias mais remotas, onde tudo permanece aparentemente imutável há décadas, resulta numa experiência extremamente interessante.
Assim sendo, e se estás à procura de o que fazer na Geórgia, vieste ao sítio certo! Aqui descobrirás um roteiro completo do país, para 7, 10 ou 15 dias – consoante a tua disponibilidade – bem como todas as restantes informações necessárias para preparares a tua aventura. Acompanha-nos neste guia de viagem da Geórgia e descobre os melhores hotéis e restaurantes, como te deslocares entre cidades, como trocar/levantar dinheiro e ainda os esquemas/burlas mais comuns.
Apesar da pequena dimensão do país, podes encontrar nada menos que 3 aeroportos internacionais no seu território: o Aeroporto Shota Rustaveli, em Tbilisi, o Aeroporto Alexander Kartveli, em Batumi, e o Aeroporto Internacional de Kutaisi.
Como já seria de esperar, não existem voos directos entre Portugal e Geórgia, sendo que terás sempre fazer escala num país da Europa Central. Para voos com companhias de bandeira, sem escalas independentes, a Lufthansa costuma ter as melhores ofertas a partir de Porto e Lisboa, com voos para Tbilisi a partir dos €200 (ida-e-volta) com escala em Munique ou Frankfurt. Por outro lado, o aeroporto de Kutaisi é a principal base da Wizz Air no país, permitindo-te voar low-cost a partir de várias cidades europeias, como Barcelona, Berlin, Budapeste, Bruxelas, Colónia, Dortmund, Milão, Praga, Roma e Viena (outra outras).
Como opção final, e caso estejas a planear um périplo pela região do Cáucaso ou encontres um preço absolutamente formidável, podes também optar por voar para Baku (capital do Azerbaijão) ou Yerevan (capital da Arménia), e depois chegar por terra até Tbilisi com recurso a uma van/autocarro local.
A resposta a esta pergunta dependerá em grande parte das regiões que pretendas visitar. A Geórgia é um país pequeno, mas o terreno altamente montanhoso faz com que as deslocações sejam mais morosas que o normal, especialmente ao visitares regiões de grande altitude.
No entanto, diria que 1 semana é o tempo indicado para cumprir os mínimos olímpicos, com direito a uma visita a Tbilisi, Kazbegi e Kakheti. No entanto, e atendendo à quantidade abismal de locais fixes para visitar no país, não ficarias nada mal aviado se dedicasses uma quinzena inteira ao país. Para além dos lugares mencionados, esse período permitir-te-ia ainda explorar a fabulosa região de Svaneti, desfrutar da costa do Mar Negro e ainda ficar com uns pozinhos para visitar locais como Akhaltsikhe e Vardzia.
Posto isto, qualquer período entre 7 e 15 dias pode ser considerado apropriado para visitar a Geórgia!
Atendendo ao facto de que o Inverno será sempre bastante nevoso e frio nas regiões montanhosas, nas quais podes encontrar os destinos de hiking mais populares do país, o melhor é mesmo evitar este período para as tuas férias na Geórgia (até porque alguns acessos poderão estar cortados).
Assim sendo, a melhor altura para visitar o país será entre os meses de Maio e Outubro, quando as condições nas zonas altas estarão perfeitas para caminhadas e todos os trilhos/estradas desimpedidos. Para além disso, se optares pelo pico do Verão (Julho-Agosto), podes até ir a banhos nas praias de Batumi, embora, por outro lado, Tbilisi e a região de Kakheti possam facilmente chegar a uns poucos suportáveis 40ºC.
Apesar de não fazer parte da UE, as autoridades georgianas permitem a entrada de cidadãos portugueses apenas munidos de cartão de cidadão válido. No entanto, tem em atenção que isto é apenas válido para quem chegar ao país por via aérea! Por outro lado, se contas entrar na Geórgia por terra, então terás que apresentar passaporte com validade mínima de 6 meses.
Finalmente, resta mencionar que cidadãos portugueses podem permanecer na Geórgia sem visto até ao período máximo de 1 ano, um dos regimes mais generosos que encontrarás.
Estando o país situado fora da UE e sem nenhum tipo de acordo para a isenção de taxas de roaming nas telecomunicações, não poderás utilizar o teu tarifário português actual durante a tua viagem à Geórgia.
Aliás, a primeira coisa que deves fazer antes de levantares voo rumo ao país é mesmo desligar todos e quaisquer dados móveis que tenhas activos no teu telemóvel, sob pena de teres uma (muito) desagradável surpresa no final do mês. Ainda que os custos possam variar de acordo com a operadora, e apenas para ficares com uma noção do que esperar, a Vodafone cobra os seguintes valores para comunicações em território turco:
Posto isto, a nossa recomendação é que compres um cartão SIM para a tua viagem à Geórgia, sendo que, embora o possas fazer nos quiosques disponíveis do terminal de chegadas, os preços e pacotes disponíveis nunca são tão vantajosos quanto os que consegues encontrar nas lojas do centro da cidade. Existem três grandes companhias de telecomunicações no país: Magti, Silknet e Cellfie; embora a Magti seja, de longe, a mais popular e a que apresenta uma melhor cobertura de rede por todo o país. Para além disso, tanto a Magti como a Silknet permitem-te comprar um SIM virtual (eSIM) através das suas aplicações móveis, poupando-te o tempo e o trabalho de teres que te deslocar a uma loja física!
*adicionar preço do SIM Card: 10 GEL
Tendo como moeda oficial o Lari Georgiano (GEL), qualquer levantamento que faças na Geórgia recorrendo a um cartão português, recorrerá naturalmente ao pagamento de várias taxas. Para além da taxa percentual sobre o valor do levantamento (relativa à conversão), a tua transacção estará também sujeita ao pagamento de um valor fixo, referente à taxa por levantamento de divisa fora da zona Euro. Contas feitas, podes acabar a pagar ao teu banco bem acima de 6% do valor do teu levantamento.
Uma vez que efectuar o câmbio antes da viagem está também longe de ser económico – para além de não ser propriamente seguro andares com uma quantia tão grande em dinheiro vivo – a melhor alternativa passa por recorreres aos serviços de bancos online como o Revolut ou o N26.
No caso do primeiro, permite-te efectuar levantamentos até um determinado limite mensal sem que te seja cobrada qualquer taxa. Para além disso, mesmo depois de atingido esse patamar, as comissões são residuais quando comparadas às dos bancos tradicionais. Contudo, é importante ter em atenção que o Revolut não te “protege” no que toca a eventuais taxas que o banco responsável pela caixa automática que utilizares cobre por levantamentos com cartão estrangeiro. Infelizmente, todos os grandes bancos georgianos cobram actuamente taxas de levantamento com cartão estrangeiro, embora esses valores sejam relativamente modestos (3 GEL por levantamento). Seja como for, e existindo alguma comissão cobrada pelo banco do destino, essa informação é-te sempre comunicada antes de confirmares o levantamento, por isso nunca serás apanhado desprevenido.
Relativamente a pagamentos, e embora em Tbilisi a maioria dos estabelecimentos aceite cartão, a verdade é que a maioria do país continua a privilegiar as transacções em dinheiro, pelo que é fundamental ter sempre algumas notas no bolso. Se preferires levar algum dinheiro e fazer câmbio, podemos aconselhar 3 casas de câmbio com avaliações muito favoráveis em Tbilisi:
Descobre mais: Dicas para viajantes: Tudo que precisas de saber sobre o Cartão Revolut
Embora esta revelação possa surpreender os mais distraídos, a verdade é que a Geórgia é um destino extremamente seguro e pacato. Seja nas grandes cidades ou nas aldeias, podes andar pelas ruas a qualquer hora do dia ou noite, sem que tenhas que te preocupar com o teu bem-estar ou com a integridade dos teus pertences. No entanto, é à vontade, mas não à vontadinha! Por mais segura que uma cidade seja, nunca deixes de parte o senso comum. Cuidado com os veículos sem taxímetro, tem especial atenção aos teus pertences em zonas movimentadas e nunca aceites ajudas de ninguém quando estiveres a utilizar o multibanco. No fundo, não faças nada que não farias em nenhum outro país do mundo!
É verdade que o país tem uma má relação com a Rússia, tendo inclusive lutado uma guerra de alguns dias em 2008 contra o gigantesco vizinho, e que, ao contrário das nações do Báltico, a Geórgia não está salvaguardada pela adesão à UE ou à NATO. No entanto, a verdade é que, mesmo com a guerra na Ucrânia, as coisas se mantiveram relativamente estáveis. Aliás, o país recebeu centenas de milhares de refugiados russos e ucranianos, uns fugidos do conflito, e outros de um eventual alistamento obrigatório, pelo que a possibilidade de uma nova guerra/invasão, mesmo no clima de crispação actual, é extremamente reduzida. E já que falamos de geopolítica, convém relembrar que os territórios da Ossétia do Sul e da Abkhazia, embora reclamados pela Geórgia e reconhecidos internacionalmente como parte do país, estão de facto nas mãos de administrações “independentes” (fortemente apoiadas pela Rússia). Isto significa que os territórios são disputados e que não existe qualquer representação internacional dentro das suas fronteiras, pelo que não recomendamos qualquer viagem a estes “países”.
Finalmente, uma última palavra para aquele que pode muito bem ser o maior risco para quem viaje pela Geórgia: as deslocações por terra! Para além de a maioria das estradas do país estarem longe da condição ideal, assim como muitos dos veículos, os condutores georgianos são dos mais precipitados que encontrarás. Mesmo nas vans/marshrutkas, não será incomum deparares-te com motoristas que conduzem acima dos limites de velocidade e que arriscam em manobras que não lembram a ninguém, com pouco ou nenhum respeito pelas regras de trânsito.
Embora os preços tenham sofrido um forte aumento em todos os quadrantes desde a crise inflacionária de 2022/2023, exacerbada pela chegada de muitos russos com maior poder de compra que os locais, a verdade é que a Geórgia continua a ser um destino bastante em conta. Isto aplica-se a restaurantes, supermercados e transportes, mas também a alojamentos turísticos, com uma oferta bastante grande e diversificada.
Posto isto, e se estás a priorizar a busca de sítios para dormir no país, deixamos-te uma sugestão para cada categoria de classificação no nosso guia de viagem de Tbilisi:
A melhor forma de viajar entre o aeroporto de Tbilisi e o centro da cidade passa por recorrer à linha 337 do sistema local de autocarros. Estes autocarros operam diariamente entre as 07h00 e as 23h00, com um novo veículo a sair a cada 15/20 minutos. A viagem tem a duração de 60 minutos e termina na Station Square, junto à Estação de Comboios. No entanto, o trajecto passa pela Avenida Rustaveli, junto à Praça da Liberdade, uma localização muito mais central. Os bilhetes têm o custo de 1 GEL, e podes optar por comprar um Metromoney Card no terminal de chegadas do aeroporto (2 GEL) e depois carregá-lo com o montante que pretendas (podes continuar a usar o mesmo cartão no metro de Tbilisi). É só encostá-lo à máquina situada no interior do autocarro, e a tarifa de 1 GEL é automaticamente debitada do saldo do cartão. Como alternativa, podes simplesmente utilizar qualquer cartão de pagamento contactless na mesma máquina. No entanto, sendo o teu cartão emitido por um banco internacional (isto é, não georgiano) a tarifa é ligeiramente superior: 1,5 GEL.
Como alternativa, podes simplesmente utilizar uma das famosas aplicações de táxis/ride-sharing. A Uber não opera em território georgiano, mas podes facilmente utilizar alternativas como a Bolt e a Yandex, recorrendo ao wi-fi do aeroporto. Com este serviço, a viagem até ao centro de Tbilisi rondará os 20-30 GEL, ao passo que um táxi oficial chegaria facilmente aos 50-60 GEL.
Se estás a planear um roteiro que percorra diferentes pontos do país, então é obrigatório descobrir o modus operandi dos transportes públicos e colectivos locais. Se no interior de Tbilisi o metro acaba por facilitar as deslocações curtas, para as viagens intercidades terás que recorrer ao comboio ou às marshrutkas (vans/camionetas), sendo que nem sempre é fácil perceber como funcionam os horários ou os locais de partida.
Assim, decidimos fazer um apanhado com todas as informações que consideramos importantes para que consigas deslocar-te pela Geórgia sem grande dificuldade!
À boa maneira soviética, Tbilisi é servida por um daqueles sistemas de metro à antiga. Eficientes e extremamente baratos, mas também incrivelmente barulhentos, e construídos a uma profundidade tal que algumas escadas rolantes demoram 1 minuto inteiro a levar-te da entrada da estação às plataformas. Peculiaridades à parte, o metro de Tbilisi é a melhor forma de te deslocares pela cidade, ligando o centro histórico aos subúrbios residenciais e a outros quarteirões de interesse turístico.
O sistema é actualmente composto por 23 estações, divididas por 2 linhas distintas, e opera diariamente entre as 06h00 e a meia-noite. O tempo de espera médio entre metros poderá variar entre os 3 e os 5 minutos.
No que toca aos bilhetes, o preço de cada viagem individual está actualmente cifrado em 1 GEL, sendo que poderás fazer quaisquer transbordos necessários num prazo de 90 minutos após a validação inicial (desde que não voltes à superfície). Para comprares bilhetes, primeiro tens que adquirir um Metromoney Card, um cartão reutilizável que podes carregar com qualquer quantia que pretendas. Este cartão tem um custo de 2 GEL. Depois, é só validares este cartão nos torniquetes antes de acederes às plataformas, e o montante de cada viagem é automaticamente debitado do saldo. Vale também a pena mencionar que o mesmo cartão pode ser partilhado por vários viajantes, desde que o saldo seja suficiente. De resto, o cartão pode também ser utilizado nos autocarros da cidade, bem como no Rike Park-Narikala Ropeway (teleférico).
No entanto, se contas utilizar o metro de forma muito recorrente, então poderá valer a pena analisar outras ofertas da plataforma. Para isso, contudo, terás que comprar um Travel Card (também conhecido por Blue Card), uma vez que apenas este cartão pode ser carregado com os “passes” diários e multi-diários de transportes públicos. À semelhança do Metromoney Card, este cartão também tem o custo de 2 GEL, embora não possa ser partilhado por vários viajantes (cada pessoa tem que ter o seu passe). De resto, estes são os preços para os passes aplicáveis a visitantes temporários:
Extremamente populares nos países da antiga União Soviética, as marshrutkas são pequenas vans, habitualmente velhas e decrépitas, que fazem a ligação entre diferentes cidades de um determinado país. Dada a falta de espaço no interior dos veículos e as condições de manutenção maioritariamente insuficientes (a que se aliam as estradas “bumpy”), viajar de marshrutka pode ser extremamente desconfortável, especialmente se a deslocação for superior a 2/3 horas. Para além disso, e ao contrário dos autocarros a que estamos habituados, as vans não obedecem a uma estrutura horária rígida. Isto é, existe uma hora aproximada de partida, mas a viagem só começa quando todos os lugares estão preenchidos. O mesmo se aplica às paragens. A viagem tem um destino, mas cada passageiro pode pedir ao motorista para ser deixado em qualquer lugar, desde que não obrigue a um desvio entre o ponto de partida e a derradeira paragem.
Embora o governo georgiano tenha divulgado recentemente a intenção de regular e remodelar por completo o sistema de transportes intercidades, estando prevista a introdução de autocarros novos e modernos, a verdade é que as marshrutkas (pelo menos por agora) são um elemento fundamental na mobilidade do país. Ainda assim, tendo em conta o carácter informal da rede, é difícil quantificar com exactidão os horários e número de saídas diárias para cada rota. No entanto, e como regra geral, as marshrutkas operam entre as 07h00 e as 18h00, com um novo veículo a iniciar a mesma rota a cada 60 minutos (para as mais populares ou curtas, 20 minutos). Infelizmente, não existe um único website onde possas consultar os horários destes veículos, pelo que o melhor é mesmo tentar passar nas estações locais e consultar as horas de partida uns dias antes (por exemplo, quando chegas a uma cidade, podes aproveitar e consultar logo o horário para a tua deslocação seguinte). Para além disso, se tiveres MESMO que apanhar uma determinada marshrutka e não puderes correr o risco de a perder, então o meu conselho é que chegues à estação cerca de 60 minutos antes da hora de partida prevista, para não correres o risco de perder o lugar (especialmente se estiveres a viajar durante o Verão ou épocas festivas, no resto do ano esse risco é quase inexistente).
Quanto aos bilhetes, e na esmagadora maioria dos casos, não é possível compra antecipada, sendo o bilhete adquirido directamente ao motorista e apenas em numerário (com o pagamento a ser feito antes ou no fim da viagem). Em raras ocasiões, as estações podem ter um balcão central onde é feito o pagamento antes do embarque. Embora seja humanamente impossível incluir todas as rotas, deixamos abaixo um apanhado do preço que podes contar pagar (aproximadamente) para as deslocações mais populares:
Por fim, resta mencionar os locais de embarque. Em quase todas as cidades, o processo não podia ser mais simples, com as estações devidamente identificadas em plataformas como o Google Maps. Chegado ao local, é só perguntar qual a van que vai para o teu destino, ou podes simplesmente ler os placares colocados na frente dos veículos. No entanto, no caso de Tbilisi, a capital tem várias estações espalhadas por toda a cidade, sendo por isso importante saber de antemão de onde partem as marshrutkas para o teu destino:
Originalmente criados ainda no decorrer do Império Russo, os caminhos-de-ferro georgianos são servidos por 12 linhas diferentes, espalhadas pelo território ocidental do país (não existem comboios a leste de Tbilisi). Apesar de fazerem parte da rede um conjunto relativamente alargado de carruagens soviéticas extremamente lentas, nas rotas mais frequentemente utilizadas por turistas são empregues os veículos mais rápidos e modernos, nomeadamente os comboios rápidos suíços. Estes exemplares são capazes de atingir velocidades máximas de 160 km/h, e são os veículos que encontrarás na popular rota que liga Tbilisi a Batumi, no Mar Negro.
Por outro lado, para o igualmente popular trajecto entre Tbilisi e Zugdidi, o principal ponto de ligação à região montanhosa de Svaneti, são utilizados os chamados “fast trains”, que – diga-se – não fazem jus ao nome. Apesar de consideravelmente mais modernos que as velhas latas soviéticas, estes continuam a ser lentos e relativamente desconfortáveis. Podes também utilizar a mesma rota para viajar entre Tbilisi e Kutaisi.
De qualquer das formas, e à excepção das primeiras duas rotas mencionadas acima, viajar de comboio na Geórgia não é particularmente recomendado, a não ser que desprezes por completo as marshrutkas e/ou sejas fã de viagens desnecessariamente longas. Posto isto, ficam abaixo os preços para essas ligações:
Para além de poderes comprar os bilhetes em pessoa na estação, se quiseres assegurar o teu lugar com a devida antecedência (super recomendado durante a época alta), podes adquirir os teus ingressos online no site oficial da Georgian Railways, ou através de uma plataforma secundária (ligeiramente mais cara) como a TKT.GE ou a BookaWay.
Quando todos os bilhetes de comboio são vendidos e as marshrutkas esgotam os assentos, é bastante comum encontrares senhores a deambular pelas estações, na tentativa de angariar clientes para os seus táxis partilhados. A premissa é simples, a tarifa pelo carro tem um valor total, sendo depois dividida por todos os passageiros. Por norma, o taxista apresentar-te-á logo o valor por pessoa, assumindo que vai conseguir encher o carro.
À conta disso, podes ter que esperar um bom bocado até que o responsável consiga encontrar outros 3 passageiros. Ao contrário das marshrutkas, onde o motorista é habitualmente honesto e cobra o mesmo a todos os passageiros, nos shared taxis é bastante comum os turistas pagarem o dobro (ou triplo) daquilo que paga um passageiro local. No entanto, se estiveres à rasca, não é necessariamente uma má solução.
Tendo em conta as opções de marshrutkas, comboios e táxis partilhados, apanhar um voo interno na Geórgia acaba por ser uma opção redundante. Com uma única excepção! Dependendo do tempo que tenhas no país, se o teu itinerário for curto e mesmo assim quiseres incluir uma visita à região de Svaneti, então pode valer a pena voar entre Tbilisi e Mestia. Afinal, viajar por terra entre os 2 pontos pode facilmente demorar umas boas 10/11 horas para cada lado, ao passo que o voo é de uns singelos 60 minutos (para além disso, sobrevoar as montanhas do Cáucaso é deslumbrante).
Os voos são operados por uma pequena empresa chamada Vanilla Sky Airlines, com uma cadência que varia entre as 2 e as 6 ligações semanais, dependendo da altura do ano. Por cada lugar, é cobrada uma tarifa fixa de 90 GEL. Vale ainda a pena mencionar que os voos não partem do aeroporto principal de Tbilisi, mas sim de um aeródromo secundário, situado em Natakhtari, a 20 km da capital. Contudo, o preço do bilhete de avião inclui um transfer entre os escritórios da companhia, no centro de Tbilisi, e o aeroporto de partida. Finalmente, tem em atenção que, dada a volatilidade das condições meteorológicas e a localização peculiar de Mestia, bem no meio de alguns dos maiores picos da Europa, é relativamente comum o cancelamento e adiamento das partidas por más condições de visibilidade.
Embora seja uma excelente forma de ganhar flexibilidade e autonomia para a tua aventura, não podemos, em consciência, recomendar o aluguer de um veículo para a totalidade da tua aventura pela Geórgia. A não ser que tenhas prática a conduzir em terrenos bastante acidentados, arriscares-te com um carro alugado pelas estradas de montanha pode não ser a solução mais inteligente, quer do ponto de vista financeiro, quer do ponto de vista da segurança. Para além disso, os georgianos são infames pela sua condução errática e com pouco (ou nenhum) respeito pelo código da estrada.
No entanto, isto não significa que esta solução esteja totalmente “off-limits” para todos os segmentos da tua aventura. Especialmente para a região de Kakheti, onde as estradas são planas e o trânsito bem mais tranquilo, alugar carro é uma belíssima solução para poderes explorar todas as vilas e mosteiros. Caso contrário, perderás bem mais tempo e dinheiro a recorrer a um misto de marshrutkas e táxis para percorreres todos os pontos de interesse. No entanto, fora de Kakheti, será bem melhor se recorreres exclusivamente aos transportes colectivos.
Como sempre, para os melhores preços no aluguer de carros, recomendamos que explores a Rentalcars.com!
Por mais estranho que a nós, ocidentais, possa parecer, pedir boleia na berma da estrada é uma prática relativamente comum nalgumas zonas do globo, com destaque precisamente para o Cáucaso, para a Ásia Central e para algumas zonas do Médio Oriente. Não é raro encontrares locais de braço estendido em algumas das zonas mais remotas, por isso ninguém irá estranhar se os turistas fizerem o mesmo.
À conta disso, andar à boleia da Geórgia é extremamente fácil, e raramente terás que esperar mais que 5 ou 10 minutos até que alguém pare. Por norma, não é esperada qualquer gratificação pelo favor, mas se quiseres deixar o teu apreço com uma notinha, ninguém levará a mal. No interior das grandes cidades, conseguir boleia será bem mais difícil, mas assim que consigas sair do centro e tenhas acesso a uma auto-estrada que siga na direcção para onde pretendas ir, encontrar um carro que te deixe no teu destino será apenas uma questão de tempo.
Obviamente, esta é uma solução que requer algum tempo e flexibilidade, pelo que não a recomendamos a quem goste de viajar com tudo planeado ao pormenor. No entanto, é uma solução particularmente boa para quem queira viajar entre Tbilisi e Kazbegi e pretenda ir parando nos vários pontos de interesse espalhados ao longo da Georgian Military Highway (a estrada que liga as duas cidades).
Ideal para quem gostar de pão e queijo, a Geórgia é, verdadeiramente, o país da “comfort food”. Prova disso é o seu prato nacional: o Khachapuri! Na verdade, reza a lenda que existem 50 variedades distintas deste pão com/de queijo, com destaque para o Adjaruli (o clássico que aparece nas fotos de toda a gente, com a gema de ovo por cima), o Megruli (que se assemelha a uma pizza de queijo), o Imeruli (tarte recheada de queijo) e o Penovani (com massa folhada, semelhante a um “panike”). Ainda no ramo das tartes e dos queijos, vale também a pena provar o Lobiani (tarte com recheio de feijão) e o Elarji, um acompanhamento super-famoso no país, feito com farinha de milho e queijo. Em Svaneti, nas montanhas, têm uma variação ainda melhor desta última iguaria – o Tashmijabi – na qual substituem a farinha por puré de batata (e é só incrível!).
Já para petiscos que não te arrebentem imediatamente com o colesterol, não faltam pratos dignos de renome na culinária georgiana, como os Mtsvadi, o nome dado às espetadas de carne locais; os Khinkali, uns dumplings sumarentos com recheio de carne e coentros (existem variações com cebola, batata ou queijo); o Ajapsandali, a versão georgiana do ratatouille, temperada com uma pasta local picante chamada adjika; o Lobio, um estufado de feijão com coentros; os pkhali, umas bolinhas de paté de legumes, servidas com pão, frutos secos e romã (muito melhor que o que soa); o ojakhuri, um prato frito de carne de porco, batata e cebola (parecido com a nossa Carne de Porco à Alentejana, mas sem as ameijoas); ou a Kharcho, uma sopa de carne de vaca que cai que é uma maravilha no tempo frio.
No que toca a sobremesas, o país está longe de ser um exemplo, uma vez que os georgianos não tinham por hábito a ingestão de grandes quantidades de doces ou açúcar em tempos antigos. Talvez por isso, não existem sobremesas decadentes que possam ser consideradas tradicionais, com o Medoki, a adaptação georgiana do bolo de mel (honey cake) russo a ser o que mais se aproxima dos travos ocidentais. Assim, os poucos exemplares de doçaria georgiana tendem a envolver fruta cozida e frutos secos, como é o exemplo do Pelamushi, um pudim de sumo de uva, ou da famosa Churchkhela, o snack doce mais conhecido da Geórgia, feito de um interior de frutos secos (existem muitas variedades diferentes) envolto numa camada de sumo de fruta e farinha. Para compensar a falta de doces, a Geórgia produz algum do vinho mais subvalorizado (e antigo) do planeta, com destaque para as colheitas da região de Kakheti.
Em Tbilisi, podes optar por explorar o centro com recurso a um free walking tour. Administrados por empresas ou guias locais, estes tours consistem em visitas guiadas pelos quarteirões históricos, no qual te vão contando as histórias de cada sítio e providenciando um importante contexto cultural. Embora os tours sejam, de facto, gratuitos, mandam os bons costumes que no final cada pessoa dê uma gorjeta ao guia como compensação pelo seu trabalho. No caso de Tbilisi, o valor mínimo aceitável deverá rondar os 15 GEL.
Posto isto, aqui estão algumas empresas que organizam free walking tours em Tbilisi:
Embora a Geórgia esteja longe de ser um país gigante, a verdade é que a quantidade de locais merecedores de uma visita é absolutamente gigantesca. Mesmo para quem opte pelo itinerário mais comprido deste guia (15 dias), é inevitável que algumas vilas ou cidades fiquem por visitar.
Seja como for, tomámos a liberdade de deixar uma pequena compilação de alguns ilustres desconhecidos. Alguns farão parte dos nossos roteiros, ao passo que outros ficam como uma sugestão caso tenhas mais tempo disponível ou pretendas fazer alguma troca. Posto isto, aqui estão alguns pontos alternativos que quererás adicionar à tua longa lista de coisas para ver a fazer na Geórgia:
Akhaltsikhe: Situada perto das fronteiras com Turquia e Arménia, Akhaltsikhe é uma cidade que já foi tomada por vários impérios, dos otomanos aos persas, passando por mongóis e russos. Comum a todos eles foi a presença do fabuloso Castelo Rabati, a fortaleza mais impressionante de toda a Geórgia, e uma verdadeira ode ao multiculturalismo e à mistura de estilos e credos. Para além disso, Akhaltsikhe é uma excelente base para visitar a Vardzia Cave City, um gigantesco mosteiro totalmente cravado nas paredes de um precipício.
Borjomi: Um dos locais predilectos do Georgianos para escapar ao calor intenso dos meses de Verão, Borjomi é conhecida pelas suas águas termais. De resto, durante a União Soviética e o Império Russo, era um dos principais destinos de turismo de saúde. Hoje em dia, podes mergulhar nas piscinas termais, explorar os seus parques e experimentar a água Borjomi, uma das melhores marcas do mundo. Nas redondezas, vale ainda a pena visitar o Mosteiro Mtsvane e apanhar o comboio cénico até Bakuriani.
Tusheti: Considerada a mais isolada de todas as regiões montanhosas da Geórgia, Tusheti é o derradeiro destino para os amantes de trekking. Para lá chegares, é necessário contratares um tour ou encontrares um taxista que tenha um 4×4 e esteja disposto a fazer a viagem de 8 horas, desde Tbilisi, atravessando o assustador Abano Pass (apenas aberto nos meses de Verão). Em Tusheti, não podes perder a pitoresca aldeia de Dartlo, as Torres de Keselo ou a Igreja de Shenako.
Zugdidi: Embora seja tradicionalmente tratada como um mero ponto de passagem no caminho até Mestia (Svaneti), vale sempre a pena parar em Zugdidi, quanto mais não seja para visitar o Palácio Dadiani, outrora a residência oficial da família que governava a região de Samegrelo. Para além do edifício ser bastante bonito, e num daqueles acasos totalmente aleatórios, o museu interior alberga uma das máscaras mortuárias originais de Napoleão Bonaparte. Resta saber como é que uma peça destas acabou num canto tão recôndito do globo.
Vale de Pankisi: O principal centro da comunidade chechena do país, o Vale de Pankisi é uma região com uma cultura (os locais seguem o Islão), língua (Kist) e tradições que diferem do resto do país. Mais do que um conjunto de paisagens ou atracções, o vale oferece uma experiência cultural imersiva, especialmente se tiveres os contactos certos. Outrora um local perigoso, onde criminosos e extremistas chechenos encontravam abrigo dos mandatos emitidos pelo governo russo e pelos tribunais internacionais, o Vale de Pankisi é agora um excelente destino fora-da-caixa, mesmo no já obscuro contexto georgiano.
Sno: Situada a menos de 10 km de Kazbegi, a insuspeita aldeia de Sno é famosa pelas bizarras esculturas em pedra de cabeças gigantes. Estas figuras representam reis e outros governantes famosos da história da Geórgia, e fotografam bastante bem em oposição aos picos montanhosos e cenário natural idílico da aldeia. Para além disso, Sno é uma paragem obrigatória para quem tenha uns dias de trekking planeados no Vale de Juta.
Gori: Terra natal do lendário e temível Joseph Stalin, Gori é lar de um dos museus mais rocambolescos que alguma vez verás. Ao passo que a maioria dos ditadores sanguinários do século XX são repugnados (ou quanto muito ignorados) pelas sociedades actuais, o Museu de Stalin celebra abertamente a vida e obra do seu filho pródigo. Para além disso, podes visitar a carruagem principal do comboio oficial onde Stalin costumava viajar nas suas longas jornadas pela interminável União Soviética.
Tskaltubo: Um destino de eleição para os amantes de dark tourism, Tskaltubo teve o seu momento de glória durante o período soviético, quando os trabalhadores eram encorajados a viajar para esta estância e a desfrutar de um período obrigatório de repouso nas suas águas termais. À conta disso, foram construídos dezenas de spas e de sanatórios na pequena cidade, sendo até criada uma linha ferroviária directa a partir de Moscovo! Naturalmente, com a queda do regime, caiu também a popularidade de Tskaltubo, deixando os seus majestosos sanatórios ao abandono, para serem tomados pela natureza ao longo de décadas.
Asureti: Esta pequena aldeia foi outrora povoada por famílias alemãs, trazidas em 1815 por ordem de Catarina, a Grande, como parte de uma espécie de intercâmbio cultural e comercial. À conta disso, aqui podes encontrar igrejas luteranas, casinhas em enxaimel (half-timbered) e placas com os nomes das ruas em alemão. Infelizmente, de germânico apenas resta a arquitectura, uma vez que a esmagadora maioria da população foi deportada durante a Segunda Guerra Mundial, por receio de simpatias para com Hitler e a Alemanha Nazi.
Chiatura: Outro local que sofreu bastante com a queda da URSS, Chiatura era uma pujante cidade mineira, até que o regime se desintegrou e as minas foram deixadas ao abandono. Para trás ficaram as estruturas brutalistas, com destaque para o assustador sistema de teleféricos dos anos 50 ainda em uso, com os veículos enferrujados e em aparente estado de degradação avançado. Nas redondezas, vale também a pena visitar o Pilar de Katskhi, uma espécie de Meteora (local famoso na Grécia) da Geórgia, com um mosteiro antigo construído no topo de uma gigantesca coluna rochosa.
Para não tornarmos este texto demasiado extenso, resolvemos criar um artigo autónomo para cada itinerário.
Podes consultar cada uma das opções seguindo as ligações abaixo:
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