O início de mais uma série de crónicas do nosso editor, desta feita para a sua primeira grande viagem a 3. Por terras de China e Vietname, o Bruno relatará as suas experiências no Oriente longínquo com um bebé de apenas 8 meses.
“And you know, for you, I’d bleed myself dry
For you, I’d bleed myself dry”
Yellow, Coldplay (2000)
Pela primeira vez, estou com medo de viajar. Aliás, medo nem é a palavra certa. É mais pavor, daquele que se entranha nos ossos, acomoda-se no fundo do estômago e nos prega partidas sempre que pousamos a cabeça na almofada. Esta é nova. Depois de países como Irão, Iraque ou Síria. Depois de um mini-périplo pela América do Sul. Depois de uma pandemia, e o que me apoquenta é uma viagem pela ultra-desenvolvida China e pelo super-turístico Vietname.
É que pela primeira vez, não serei só eu e ela. Agora, junta-se a nós o nosso filho de menos de 8 meses, com todos os desafios que o quotidiano já acarreta extrapolados pelo stress e exigência da viagem. A introdução alimentar e as vacinas. O co-sleeping e a rotina de sono. O controlo do refluxo e o tummy time. O nosso feed de Instagram foi tomado de assalto pelo algoritmo dos pais de primeira viagem, com centenas e centenas de posts que ora nos tranquilizam, ora nos aceleram o batimento cardíaco. Ir de viagem é a coisa certa a fazer. Será que deveríamos ter esperado um pouco mais? Vai ser muito difícil. O que é que fomos fazer à nossa vida? Pior ideia de sempre! Qual esquizofrénico, passo por todos estes estados, várias vezes ao dia.
Chegada a manhã da viagem, olho para as malas e as dúvidas apenas se adensam. As duas mochilas de 40 litros onde costumava caber toda a vida de duas pessoas para 6 meses (incluindo computadores), foram substituídas por algo que pode apenas ser descrito como um “absoluto caos”. Para além das mesmas duas modestas mochilas, acompanham-nas agora um bisonte de 70 litros só com latas de fórmula, medicamentos e equipamentos de cozinha, uma mochila mais pequena só para a roupa do puto, um saquinho nada leve com comida, brinquedos, água e outros essenciais para ter à mão no voo e um carrinho de bebé. Bom, e o miúdo, claro, que já são 7.5kg para carregar se não lhe apetecer ir sentado.
Não é fácil, a parentalidade. A experiência mais bonita do mundo consegue ser simultaneamente a mais stressante, especialmente para quem, como eu, tem sérios problemas em lidar com aquilo que foge do seu controlo. Ou é porque tem refluxo. Ou porque tem um percentil de peso baixinho. Ou porque ainda não senta sozinho. Ou porque tem o freio da língua curto. Um bebé perfeitamente feliz, saudável e com um comportamento normal, diga-se de passagem – aspectos importantes que tendo a negligenciar e ignorar sempre que um milestone não é atingido de forma imediata.
Tudo isto para dizer que, se já é psicologicamente duro em casa, presumo que a tarefa se avizinhe hercúlea pelas terras do Reino do Meio. Ao mesmo tempo, quero acreditar que já temos a experiência de viagem mais que necessária para ir contornando – com maior ou menor dificuldade – qualquer obstáculo ou contratempo que for surgindo. No entanto, esta viagem será, sobretudo, um combate entre a ânsia e a ansiedade.
A ânsia de sentir o friozinho na barriga de cada vez que piso solo novo. A ansiedade de que o bebé esteja a comer bem e a ganhar o peso adequado. A ânsia de provar uma iguaria local. A ansiedade de conseguir lidar com a inevitável febre/doença. A ânsia de ver como interagem pessoas com traços, estórias e vivências tão diferentes dos nossos. A ansiedade de conseguires sentar e andar no timing certo. A ânsia de desbravar caminhos que, pelo menos para nós, são novos. A ansiedade de navegar os desafios conjugais que um bebé traz a um casamento.
Qual combate de wrestling, ânsia e ansiedade até fingem uma luta equilibrada e entusiasmante, mas no fim eu já sei quem ganha. Afinal, estou a escrever isto dentro de um avião rumo a Shanghai, não estou? Oliver, meu pequenino. Que me ajudes a livrar da ansiedade e eu prometo que te passo toda esta ânsia. Temos acordo?
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