Novos casos do vírus Covid-19 têm sido reportados um pouco por todo mundo, incluindo em Portugal. Isto tem levado muitos turistas a repensar os seus planos.
Confrontados com as notícias de novos casos, muitos viajantes perguntam-se “Devo cancelar a minha viagem a Roma ou a Florença?” e “Como é que esta situação altera os meus planos de viagem para a Ásia?”, entre outras questões.
Não existe uma resposta única para estas perguntas e cada caso deve ser revisto tendo em conta as suas particularidades, afirmam os especialistas. Tendo em conta a rápida evolução e imprevisibilidade da situação é importante consultar informação de confiança, tal como relata a CNN:
“Procure várias fontes de informação confiáveis”, diz Baruch Fishhoff, psicólogo e professor da Universidade de Engenharia e Políticas Públicas Carnegie Mellon.
Organizações como o Departamento de Estado e o Centro para o Controlo e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos mantêm uma lista atualizada de recomendações para quem vai viajar para áreas afetadas pelo vírus.
Henry Wu, diretor do TravelWell Center da Emory Healthcare, recomenda os viajantes a seguirem com atenção e regularidade estas recomendações.
Existem também organizações nacionais como a Direção-Geral de Saúde que disponibilizam informações para quem tem dúvidas sobre o vírus.
Neste momento, não são recomendadas viagens para a China e Coreia do Sul, pedindo-se aos viajantes que tomem precauções se pretenderem visitar Itália, Irão, Japão e Hong Kong.
Antes de viajar cada um deve fazer uma avaliação dos riscos que pode vir a encontrar. Isto é exatamente o que Paula Almeida está a fazer ao planear a sua viagem para São Petersburgo.
Embora reconheça que o risco de fatalidade devido ao vírus é “muito, muito baixa” e que mesmo a probabilidade de ser infetada permanece “muito pequena”, a mesma admite que a possibilidade de ter um ou mais voos cancelados, ficar presa numa fronteira ou de ser apanhada numa situação de quarentena é “significativamente maior”.
“Para já o risco ainda é bastante baixo em termos absolutos e não está claro o quão rápido esta situação se pode alterar”, afirma.
Pessoas idosas ou com problemas de saúde devem ter em conta o risco acrescido de complicações, diz Henry Wu.
Angela Wilson, uma turista com viagem marcada para o Japão em março acompanhada da sua mãe e filha, está a considerar cancelar os planos devido à idade avançada da mãe.
Não faz sentido ir agora quando podemos adiar a viagem para uma altura em que seja mais seguro, explicou Angela Wilson, consultora de viagens para a Dream Journeys, uma empresa com sede em Indianápolis, Estados Unidos.
A forma como o risco é avaliado varia de pessoa para pessoa. Cabe a cada um perceber se é melhor manter ou alterar os planos de viagem tendo em conta a sua própria condição.
Embora existam inúmeros motivos para cancelamento de viagem previstos pela maior parte das seguradoras (acidente, falecimento de familiares diretos, destruição da habitação, entre outros), a DECO afirma que
em nenhuma das apólices analisadas se considera motivo de força maior o cancelamento da viagem por receio de contágio. Por isso, não podemos dizer, de forma generalizada, que os seguros de viagem podem ser ativados devido ao coronavírus.
Por exemplo, e no que toca especificamente a viagens à China, a Iati, especializada em seguros de viagem, esclarece:
O seguro não cobre custos de cancelamento se tiveres decidido visitar a China depois que o alerta de epidemia de coronavírus tiver sido declarado. Neste caso, é uma preexistência.
O seguro não cobre taxas de cancelamento se a tua viagem à China estiver agendada antes da emissão do alerta de surto, mas começará a médio ou longo prazo. Neste caso, entende-se que o alerta será retirado antes de iniciares a tua viagem.
O seguro cobre os custos de cancelamento se a tua viagem estiver programada para qualquer outro país, onde não há alerta de epidemia, mas, no momento da viagem, é declarada e impede que faças a viagem.
Se tiveres feito um seguro com a IATI e estiveres imobilizado na China, a cobertura de assistência médica será estendida até à data de regresso.
Assim, é importante verificar as condições da apólice antes de cancelar qualquer viagem sob consequência de não se obter qualquer reembolso.
Se ainda vais viajar e planeias adquirir um seguro de cancelamento, contacta a seguradora relativamente às possíveis condições e coberturas, que podem variar de acordo com o país de destino.
Outra medida importante para reduzir a exposição ao risco de não obtenção de qualquer reembolso em caso de cancelamento de viagem prende-se com optar por efetuar reservas que permitam cancelamento gratuito.
O Covid-19 assemelha-se a uma gripe comum nos sintomas. Os viajantes devem tomar algumas precauções para evitar a contaminação.
“Apesar de não conhecer nenhum caso de contágio em aviões aconselho os passageiros a tomarem as medidas normalmente recomendadas para outras doenças respiratórias como lavar as mãos, e a evitarem viajar se apresentarem sintomas”, explicou Henry Wu.
Para Wu, devemos seguir as recomendações do CDC e da Organização Mundial de Saúde, incluindo “uma rigorosa higienização das mãos, cuidado ao tossir, evitar contacto com pessoas doentes e manter uma certa distância no contacto social com desconhecidos”.
A vacinação contra a gripe, outra doença respiratória bastante comum, deve ser considerada de modo a reduzir o número de infeções virais a que estamos expostos e a evitar a acumulação de sintomas.
No final de contas, cabe a cada um fazer a sua própria análise de riscos.
É possível que o vírus desapareça com a primavera, dada a sua sensibilidade à luz, temperatura e humidade, de acordo com Oriol Mitjà, especialista em doenças infeciosas no Hospital Trias i Pujol, em Espanha.
O coronavírus tornar-se-á um vírus sazonal, com o contágio a diminuir durante o verão. O vírus sobrevive 28 dias no ambiente se a temperatura for inferior a 10 graus, mas aguenta apenas um dia quando estão mais de 30 graus, explicou Mitjà.
Isto parece ser verdade se olharmos para o número de casos em locais onde a temperatura está agora acima dos 20 graus, pelo que quando o calor da primavera chegar talvez possamos esquecer gradualmente o coronavírus.
No caso de Itália, é notório que o número de infetados é muito superior no norte quando comparado com o sul, pelo que pode até ser uma boa ideia viajar para países quentes. Paradoxalmente, pode ser mais seguro voar para países mais quentes como a Tailândia do que permanecer em Portugal.
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