Experiência a bordo: Porto – Lisboa – São Tomé e Príncipe com a TAP (Airbus A319; A321neo; A321LR; Embraer 190)!

  • 26.11.2019 14:16
  • João
TAP Portugal, Airbus A321LR

Na nossa mais recente viagem, voámos numa das mais exóticas e interessantes rotas oferecidas pela TAP. Aqui vamos descrever a nossa experiência no voo ida e volta do Porto até São Tomé e Príncipe, com escala em Lisboa, em quatro diferentes modelos da companhia aérea portuguesa!

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Porto – Lisboa (Partida prevista:07:00; Chegada prevista: 07:55; Duração prevista: 55 minutos; Modelo: Airbus A319)

Check-in no Porto:
Como a tarifa basic da TAP não inclui mala de porão e já tinha feito o check in online, dirigi-me, diretamente, para a porta de embarque. Tendo em conta experiências prévias de check in e bag-drop no Aeroporto Francisco Sá Carneiro, posso dizer que a companhia providencia um número suficiente de balcões para que não seja necessário passar muito tempo na fila. Um facto importante a reter é que os passageiros que façam Porto-Lisboa na TAP, podem passar na segurança pela fila de fast-track, uma vantagem que permite poupar uns minutos significativos, quando existe muito movimento. Desde a entrada no aeroporto, até chegar à porta 32 (quase exclusivamente usada para a ponte aérea), demorei, apenas, cerca de 5 minutos.

Embarque:
O embarque teve início por volta das 6:30. Passageiros com estatuto Premium ou em Classe Executiva embarcaram em primeiro lugar, seguidos por aqueles que transportavam um item de bagagem de mão, que pudesse ser colocado por baixo do banco da frente. Os restantes passageiros, nos quais eu me incluía, embarcaram posteriormente, de acordo com a zona a que foram alocados (“A” ou “B”), dependendo do número do seu assento. Assim, aqueles com assentos na traseira do avião embarcaram primeiro, seguindo-se os restantes. Como estava no 9F, fui dos últimos a embarcar. Embora pareça mais complicado do que o embarque “típico”, este sistema permite uma maior rapidez e organização, reduzindo possíveis atrasos.

Voo TP1933:
O Airbus A319 estava dividido em duas classes, ou três, se considerarmos a “Economy Xtra” uma classe. No momento do check-in online, estes lugares estavam disponíveis gratuitamente, por isso escolhi um deles. Em termos de conforto e espaço para as pernas, nada a apontar. O encosto de cabeça ajustável é uma adição interessante e que permite um conforto superior. Infelizmente os assentos “normais” aproximam-se muito do que se pode ver nas típicas low-cost, sem encosto de cabeça e com menos espaço para pernas.  O A319 da TAP descolou do Aeroporto Francisco Sá Carneiro por volta das 7:30, aproximadamente 30 minutos depois da hora prevista de partida. O comandante justificou o atraso com restrições de tráfego aéreo em Lisboa. Como o voo é extremamente curto, não existiu serviço de refeição / bebida a bordo. O voo TP1933 aterrou no Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, por volta das 8:10, 15 minutos depois da hora prevista.

Lisboa – Accra – São Tomé (Partida:09:45; Chegada prevista a Accra: 14:25; Chegada prevista a São Tomé 16:55; Duração prevista: 8 horas e 10 minutos; Modelo: Airbus A321neo)

Embarque em Lisboa:
Depois da aterragem e do controlo de passaportes, dirigi-me diretamente para a porta 27. Devido ao pequeno atraso e ao facto de o avião ter sido estacionado numa área bastante longe do terminal em si, o embarque já tinha começado. O procedimento foi similar ao descrito anteriormente para o voo OPO-LIS. Todos os passageiros foram transportados de autocarro até ao avião e o embarque foi bastante rápido.

Voo TP1529:
O Airbus a 321neo estava dividido em duas classes. A Classe Executiva estava organizada numa configuração de 2-2, enquanto a económica apresentava uma configuração 3-3. As primeiras impressões foram bastante boas, e a aeronave estava em excelente estado, também por ser um dos modelos mais recentes da TAP. Foi-me designado o lugar 19D (voando em classe Económica, na tarifa Basic, a escolha de lugares é paga). O assento era confortável, moderno e tinha um ângulo de inclinação satisfatório. Uma porta USB estava também disponível para cada passageiro. Tendo isto em conta, a TAP oferece um produto muito interessante tendo em conta a tipologia de rota para as quais esta aeronave é destinada (voos de curta ou média duração).

O único problema, e bastante significativo, é que o voo para São Tomé, com escala técnica em Accra, no Gana, dura, no total, cerca de 7 a 8 horas, não 4 ou 5. Durante estas 7 a 8 horas, o único entretenimento que os passageiros têm a bordo é aquele que já tinham carregado, previamente, nos seus dispositivos móveis ou a revista da TAP. A companhia não oferece qualquer sistema de entretenimento. Parece “picuinhas”, mas num mercado ultracompetitivo da aviação, qualquer pormenor é importante. Compreendendo que a instalação de ecrãs num A321neo, usado maioritariamente em voos de curta/média duração, pode não ser justificada, mas a verdade é que o sistema poderia ser disponibilizado através de wifi, através do dispositivo móvel de cada passageiro, como faz, por exemplo, a GOL, no Brasil. Outro pormenor negativo foi o facto de não ter sido disponibilizada qualquer almofada, apenas um cobertor. Isto não seria problema, se os assentos dispusessem de um encosto de cabeça ajustável, o que não aconteceu. Volto a sublinhar, estamos a falar de um voo de, no mínimo, 7 horas.

Devido à necessidade de ter um mecânico a bordo (o aeroporto de São Tomé não possui manutenção, por isso a TAP voa sempre com um mecânico, caso seja necessário), os passageiros tiveram de aguardar cerca de uma hora dentro da aeronave, para que algumas peças necessárias fossem trazidas e carregadas no porão.

O A321neo da TAP descolou do Aeroporto Humberto Delgado às 10:41, 56 minutos depois do tempo previsto para a partida.

Aproximadamente 1:30h depois, o almoço foi servido. Os passageiros podiam escolher uma de duas opções:

– Pasta com frango e bacon.

– Vitela guisada com puré de batata.

A refeição era acompanhada de uma salada, bebida, um pão, bolachas de água e sal, manteiga e sobremesa, neste caso, arroz doce. Optei pela pasta e não há qualquer queixa a apontar ao catering.

Após a refeição foi oferecido aos passageiros café, chá, ou outra bebida.

Depois de cerca de 5 horas no ar, o voo TP1529 aterrou no aeroporto de Accra, no Gana, para entrada e saída de passageiros. A paragem ocorreu de forma eficiente e ordenada e, passados cerca de 50 minutos, o Airbus A321neo estava a descolar, rumo à ilha de São Tomé.

Após atingir a altitude de cruzeiro, foi oferecido aos passageiros um pequeno lanche, que consistia numa sandes de fiambre e queijo, um queque e uma bebida. Após a refeição foi oferecido aos passageiros café, chá, ou outra bebida.

Relativamente à tripulação, nenhuma queixa a registar, totalmente profissionais.

O voo TP1529 aterrou no Aeroporto Internacional de São Tomé às 17:41, hora local, 46 minutos depois da hora prevista de chegada.

São Tomé – Accra – Lisboa (Partida prevista:19:35; Chegada prevista a Accra: 21:15; Chegada prevista a Lisboa 04:40 +1; Duração prevista: 8 horas e 10 minutos; Modelo: Airbus A321LR)

Check-in em São Tomé:
Embora me tenha sido possível fazer o check-in online, apenas foi possível obter o cartão, diretamente no Aeroporto. Após cerca de 25 minutos na fila, o staff do aeroporto indicou-me um dos três balcões disponíveis na zona de check in.

Entreguei o passaporte, recolhi o cartão de embarque e dirigi-me para a segurança em poucos minutos. O aeroporto apenas dispõe de um aparelho de raio X, mas como o ritmo de pessoas a fazer o check in era reduzido, demorei cerca de mais 5 minutos apenas a passar a segurança e a emigração. A única (?) sala de embarque está em boas condições, tem uma loja de souvenirs, um bar e uma televisão, no entanto não dispunha de lugar sentado para todos os passageiros.

Embarque em São Tomé:
O embarque começou à hora prevista e seguiu o mesmo método já relatado. Como o avião tinha as portas dianteira e traseira prontas para embarque, o processo voltou a ser bastante rápido e sem problemas.

TAP flight TP1528:
Ao seguir o voo procedente de Lisboa, no Flightradar 24, para verificar possíveis atrasos, reparo que a matrícula da aeronave era a CS-TXA. Este equipamento em particular foi o primeiro Airbus A321LR, entregue à TAP em abril. Foi uma excelente notícia para este avgeek, dada a ainda “raridade” do modelo, tanto na frota da TAP como na de qualquer outra companhia. Ao contrário do 321neo, o 321LR foi especificamente desenhado para servir o médio ou longo curso, sendo usado maioritariamente nas rotas de Tel Aviv e algumas dos EUA, com planos oficiais para ser utilizado para o Nordeste Brasileiro e Moscovo. Em teoria, um produto muito mais ajustado ao percurso que iria ser feito.

O Airbus a 321LR estava dividido em duas classes. A Classe Executiva estava organizada numa configuração de 2-2 ou 1-1 (filas 2 e 4), com cadeiras que se transformam em cama (lie-flat). A económica, tanto a “normal” como a Xtra apresentava uma configuração 3-3 com todas as condições para um voo de longo-curso agradável.

Cadeiras confortáveis, bom espaço para pernas, encosto de cabeça ajustável, tomada elétrica, porta USB e, talvez a característica que mais me impressionou, um enorme ecrã de alta definição do sistema de entretenimento a bordo.

TAP Portugal, Airbus A321LR, Interior

Como parecia que estava mesmo numa maré de sorte, fiquei com o lugar 23D. Caso o espaço para pernas seja mais importante do que ter uma vista desobstruída, este é um lugar ideal visto que o custo de escolha do mesmo é, aparentemente, o mesmo de um lugar “normal”.

Voltando ao excelente sistema de entretenimento (semelhante ao muito mais publicitado e noticiado A330neo), posso afirmar, com alguma certeza, que é o melhor que já usei. A seleção de filmes (101 no total) e séries (103) era enorme e muito recente. O único detalhe menos positivo que posso apontar é que por vezes o elemento estético faz com que se perca alguma funcionalidade. No caso específico do meu lugar, e como não tinha uma cadeira imediatamente à frente, o ecrã estava guardado no suporte para o braço.

O ecrã em si é fantástico, não só pelo tamanho, mas pela resolução e responsividade. Outro pormenor muito positivo é a existência de WiFi a bordo e da oferta de um pacote que permite aos passageiros a utilização de aplicações de mensagens como o iMessage, WhatsApp e Facebook Messenger de forma totalmente grátis . No caso específico deste voo, a rede ficou disponível aproximadamente quatro horas após a descolagem de São Tomé, mas quando consegui experimentar, funcionou tudo perfeitamente. Para além do A321LR, também o A330neo está equipado com este sistema.

Aos passageiros foi disponibilizado um cobertor confortável, mas voltou a não haver almofada, o que se tornou menos grave, dada a existência do encosto de cabeça ajustável.

O voo TAP1528 descolou do Aeroporto Internacional de São Tomé às 19:36, apenas 1 minuto após a hora prevista.

Depois de atingir a altitude de cruzeiro, foi oferecido aos passageiros uma pequena refeição, em tudo semelhante ao voo de ida.

Aproximadamente 1:30h depois de sair de Acra, foi servido o jantar. A única opção apresentada era peito de frango com banana assada, molho de caril e beringela. A refeição era acompanhada de uma salada, bebida, um pão, manteiga e sobremesa, neste caso um bolo de côco. Embora o aspeto não fosse o melhor, o facto é que o jantar estava extremamente saboroso.

Após o jantar foi tempo para explorar o sistema de entretenimento a bordo e ver um filme.

Mais uma vez, nada a apontar à tripulação, sempre simpática, disponível e profissional.

Lisboa – Porto (Partida prevista:06:00; Chegada prevista ao Porto: 06:55; Duração prevista:55 minutos; Modelo: Embraer 190)

Após aterrar em Lisboa, passei pela imigração e segurança de forma bastante rápida, tomei o pequeno almoço e dirigi-me para a porta 14 do terminal Schengen. Como o voo estava praticamente vazio, o embarque foi extremamente rápido. O Embraer 190 estava organizado em duas classes – Executiva e Económica, ambas com configuração de 2-2. Dada a duração do voo, não existiu serviço de refeição / bebidas.

O voo TP1956 descolou do Aeroporto Humberto Delgado às 6:13, 13 minutos depois da hora prevista, aterrando no Aeroporto Francisco Sá Carneiro às 6:45, 10 minutos antes da hora prevista.

Conclusão:
Como voo bastante na TAP, já sabia o que esperar, relativamente ao soft-product, que continua a ser decente, com possibilidade de melhorar. A refeição no voo de ida foi boa, e na volta foi excelente. A tripulação mostrou-se profissional e eficiente. No entanto a falta de certos items relacionados com o conforto dos passageiros, uns fáceis de resolver (almofada!), outros mais complicados (inexistência de entretenimento a bordo) deixou-me bastante desapontado com a utilização de um A321neo num voo que durou mais de 7 horas (com o atraso, os passageiros estiveram mais de 8 horas dentro do avião). Compreendo que as companhias aéreas tenham, em primeiro lugar, que gerar lucro, , que a frota não “estica” e que a TAP opera os voos para São Tomé, quase sem concorrência real, podendo utilizar produtos menos competitivos, mas é necessário olhar para o contexto. Não é satisfatório voar para São Tomé, oferecendo o mesmo produto que, no dia seguinte, pode estar a voar para Frankfurt ou Londres. O CEO da TAP e outros membros da administração continuam a afirmar a importância estratégica das rotas de África Ocidental, de forma a atrair o mercado norte-americano, brasileiro e europeu, mas a verdade é que a concorrência é significativa (Ethiopian, Delta, Kenya Airways, Lufthansa, Air France, British Airways, entre outras) e todos os pormenores contam.

De qualquer forma, isto não deve constituir um obstáculo a voar para São Tomé e Príncipe, um dos destinos mais espetaculares que já visitei. O facto de a TAP ainda vir a receber mais A321LR, dá-me alguma esperança que a sua utilização passe a ser regra para estas rotas. Isto fará uma grande diferença, não só ao nível de conforto dos passageiros, mas também relativamente à imagem e competitividade da TAP. Este modelo apresenta um excelente hard-product, sendo o melhor que já vi, ao nível de narrow-body, estando ao nível do que as melhores companhias apresentam nos seus wide-body. Neste capítulo, a TAP fez uma excelente escolha e está no bom caminho.

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