Como Funciona?
O passe “All You Can Fly” oferece aos clientes a possibilidade de realizar um número ilimitado de voos dentro da rede de rotas da Wizz Air por um período de um ano, com um valor inicial de €499. A assinatura inclui destinos populares em toda a Europa, para além de algumas rotas no Médio Oriente, Sri Lanka e Maldivas.
A principal vantagem do passe “All You Can Fly” está na previsibilidade dos custos. Para quem gosta de viajar, o modelo permite explorar novos lugares com flexibilidade e liberdade.
Numa primeira fase, estarão disponíveis 10 000 passes.
Embora o conceito seja apelativo, há nuances a considerar para avaliar se realmente compensa.
Mas é mesmo tudo incluído?
Na verdade, não. Para além do pagamento de um valor anual de €499 – que passará a €599 a partir de amanhã, 16 de Agosto – para cada segmento a companhia cobrará uma taxa de reserva €9.99.
Para além disso, a subscrição apenas inclui a franquia básica de bagagem, ou seja, um item pessoal. Se precisar de levar bagagem adicional, seja de mão ou de porão, terá de pagar extra ao fazer a reserva.
No passe, “All You Can Fly”, as reservas só podem ser feitas à última hora — nos três dias antes da partida. Se és o tipo de pessoa que gosta de planear férias com antecedência, poderás ter dificuldades em tirar o máximo proveito da subscrição.
Também é importante de ressalvar que os bilhetes “All You Can Fly” não estão garantidos em todos os voos. A Wizz Air esclarece que a disponibilidade dos lugares depende de “vários fatores externos e internos”, o que significa que pode não ser fácil conseguir reservar sempre com o passe.
Além disso, esta limitação pode afetar não apenas a partida, mas também o regresso. Se não conseguires reservar o o voo de regresso dentro da janela de três dias devido à falta de lugares ou por qualquer outra questão, a única opção será comprares o bilhete pelo processo habitual, pagando o preço normal.
Para quem pode ajustar rapidamente os seus planos e reservar de forma flexível, a partida pode ser fácil de gerir. No entanto, garantir o regresso, especialmente numa viagem mais longa, pode ser complicado e acabar por custar tanto como sem o passe.
Após pagar a subscrição, tens um período de reflexão de 14 dias. Depois disso, fica vinculado durante um ano inteiro. Não poderás cancelar a subscrição para obter um reembolso parcial, nem transferir o passe para outra pessoa. Além disso, a subscrição renova-se automaticamente, por isso, lembra-te de cancelar se não quiseres continuar.
Mas Será Que Vale a Pena?
Para quem voa a partir de Portugal, muito provavelmente não, dada a presença ainda residual da companhia. Só vemos vantagem se fores alguém que viaje frequentemente nas (ainda poucas) rotas que ela oferece. Por exemplo, se viajares bastantes vezes por ano entre Lisboa e Bucareste ou Sófia, poderá valer bastante a pena, dado que são voos que usualmente se encontram a um preço bastante elevado, principalmente em época alta.
Num plano geral, achamos que o passe “All You Can Fly” só faz sentido se voares muito regularmente na na Wizz Air (ou em rotas que a Wizz Air também opere) e fores extremamente flexível quanto às datas. Para quem se encaixa nesse perfil, é possível recuperar o valor investido rapidamente com alguma facilidade.
Conclusão
O lançamento do passe “All You Can Fly” é uma jogada ousada da Wizz Air e pode redefinir o mercado de voos low-cost na Europa. A iniciativa traz vantagens claras para os consumidores, mas o sucesso irá da capacidade da companhia lidar com a procura e entregar uma experiência satisfatória, o que com as restrições atuais do passe, nos parece algo difícil.
Será este o futuro das viagens? Só o tempo dirá.