Os comboios noturnos já foram um símbolo de status, de aventura e de uma Europa cosmopolita. Depois de cairem em desuso, estão a ganhar novamente passageiros graças a preocupações ambientais e à redescoberta do encanto de viajar noite dentro.
Comboios noturnos são um tema recorrente na cultura popular. Agatha Christie pôs o detetive Poirot a investigar um homicídio no Expresso do Oriente. Wes Anderson imaginou três irmãos a tentarem reconciliar-se a bordo de uma rota de comboio fictícia que atravessa a Índia no seu filme Darjeeling Express.
A verdade é que, apesar de serem bem reais, os comboios noturnos têm mesmo um quê de fantasia. A ideia de adormecer numa cidade e acordar noutra, de juntar viagem e estadia, de conhecer outros viajantes nos corredores apertados do comboio ou na carruagem-bar.
Com a ascensão dos voos low-cost, muitas rotas de comboios noturnos perderam a sua competitividade e foram desativadas. Mas uma preocupação crescente com as emissões de carbono, com países como a Alemanha a discutirem mesmo o fim do voos domésticos, veio dar um novo fôlego aos comboios noturnos. Fica a conhecer as rotas que podes explorar, incluindo algumas bem recentes.
A Áustria vai aparecer várias vezes nesta lista, e há uma razão para isso. Quando os comboios noturnos começaram a cair em desuso, a empresa austríaca ÖBB continuou a acreditar neles e a oferecer bons serviços.
Em 2016, quando a alemã Deutsche Bahn decidiu desfazer-se da maior parte das ligações noturnas entre cidades alemãs, a ÖBB decidiu correr um risco significativo e comprar todas as 42 carruagens que a sua congénere tinha posto para venda, nascendo assim uma marca especializada chamada Nightjet.
Uma das varias ligações oferecidas pela Nightjet conecta Amsterdão com Linz, atravessando para o coração da Europa, das margens do Mar do Norte até ao sopé dos alpes.
Depois de aproveitares o dia nos cafés junto aos canais de Amsterdão, segue até à estação central, de onde partem todos os dias um comboio às 21h30 para Linz, onde chegarás por volta das 10h00. Nas margens do Danúbio, Linz é a terceira maior cidade da Áustria, mas não fica atrás de Viena ou Salzburgo no que toca a cultura e arquitetura.
Saíndo da estação de comboio, bastam 20 minutos a caminhar para chegar ao rio, e à Hauptplatz, a imponente praça central da cidade a partir da qual poderás começar a explorar Linz.
Aberta em Setembro de 2022, esta rota é prova do interesse renovado das companhias europeias em operar comboios noturnos. Uma parceria entre a SJ sueca e a Nightjet, esta rota veio ligar duass cidades cheias de vida a bordo do SJ EuroNight.
Hamburgo sempre foi uma cidade internacional, graças ao seu importante porto e ao seu estatuto de cidade comercial que vem dos tempos medievais. A cidade não fica atrás de Berlim no que toca à oferta cultural e mesmo na vida noturna, concentrada na zona de Reeperbahn, a maior rua na Europa dedicada a bares e discoteca.
Os comboios noturnos para Estocolmo partem de Hamburgo diariamente. A viagem segue pela Dinamarca, passando sobre o Mar do Norte e chegando à Suécia através de Malmo.
A capital sueca estende-se ao longo de 14 ilhas, pelo que passear pela cidade é descobrir constantemente novas perspetivas. Mesmo assim, é fácil navegar por Estocolmo e se o tempo permitir, a bicicleta é uma ótima forma de a explorar. Uma cidade pacata, Estocolmo tem muito para oferecer no que toca a museus mas também na área da gastronomia. Quando estiveres a ficar com fome podes experimentar um pouco da Nova Cozinha Nórdica – uma reinterpretação das técnicas e ingredientes locais em rápido crescimento na Escandinávia.
Conhecida como Caledonian Sleeper (Caledónia era o nome dado pelo Império Romano ao território que é hoje a Escócia), a linha que liga Londres a Fort Williams é particular pelo choque entre a metrópole londrina e a natureza inóspita mas deslumbrante das Terras Altas escocesas.
Partindo por volta das 20h, é possível chegar a Fort Williams à hora do pequeno-almoço. Em Edimburgo, a linha divide-se em três, seguindo as outras duas composições para Inverness e Aberdeen, também no norte da Escócia.
Mas é Fort Williams, na costa ocidental da Escócia, que atraí particularmente os viajantes desta linha. Isto porque a cidade está bastante perto de várias das maiores maravilhas da região. Logo ao lado fica Ben Nevis – o ponto mais elevado de todo o Reino Unido; a norte, a Ilha Skye e a sul a região de Glen Coe e o lago Lochmond.
Crédito: Caledonian Sleeper
Como tínhamos prometido, a Áustria volta a aparecer nesta lista. Desta vez, o destino é a capital, Viena, nesta ligação entre duas cidades grandiosas e com um legado cultural bastante forte.
Em ambas as cidades vais encontrar museus fabulosos – Paris, claro está, associamos imediatamente ao Louvre, mas Viena não lhe fica atrás, com galerias como o Palácio Belvedere ou o Albertina. Aproveita também para comparar a arquitetura das duas cidades, igualmente conhecidas por darem imensa importância ao urbanismo e à consistência arquitetónica dos seus vastos quarteirões.
A bordo de um confortável comboio da Nightjet que parte três vezes por semana da estação de Paris Gare de L’Est, a viagem entre as duas capitais demora 15 horas. Pelo caminho, vais cruzar a região da Alsácia, o sul da Alemanha e algumas das principais cidades austríacas como Linz e Salzburgo.
De destino Viena para para ponto de partida. Se estiveres com fome e ainda tiveres algum tempo antes do teu comboio, experimenta o Schnitzel, um panado de escalopes de porco cuja receita foi aprimorada até à perfeição e, como sobremesa, um apfelstrudel, um folhado de maçã que se tornou símbolo de Viena.
O destino é a capital romena, Bucareste, uma cidade bem mais em conta do que Viena. Sendo ambas cidades com gosto pela cerveja, em Viena conta pagar €5,00 por um copo de meio litro num bar, comparado com €3,00 na capital romena. Uma ótima notícia para quem quer beber um pouco na noite de Bucareste, a qual tem vindo a ganhar reputação nos últimos anos, graças à vivacidade do centro histórico da cidade.
Tal como o Caledonian Express, o comboio que liga as duas cidades vai buscar o seu nome à província romana hoje ocupada pela Roménia – Dacia Express (não, não é o novo modelo da Dacia). Podes comprar bilhetes na secção internacional do website dos Caminhos-de-Ferro da Roménia. No entanto, tem em atenção que esta rota é para os mais resistentes: com partida diária de Viena, demora 19 horas a chegar a Bucareste. Mas tendo em conta que pelo caminho vais encontrar paisagens incríveis que incluem os Montes Cárpatos e as aldeais da Transilvânia – a terra do Conde Drácula –, e podes ainda beber uma cerveja ou experimentar a cozinha romena a bordo da carruagem-restaurante, isso é tempo que passará a voar!
Por esta altura, já terás percebido que a Áustria é mesmo uma referência no que toca a viagens nocturnas pela Europa – quer estejamos a falar das mais clássicas, quer das mais modernas e vanguardistas. A ligação que se segue pertence ao segundo grupo, tendo estreado apenas durante o ano transacto or via da Nightjet. Falamos, pois claro, do comboio nocturno que liga a já mencionada Viena à capital italiana de Roma!
Na verdade, este viagem permite-te percorrer duas das cidades mais belas e extraordinárias do Velho Continente, embora o seu apogeu histórico pertença a épocas bem diferentes. Se a Cidade Eterna está intimamente ligada ao Império Romano, civilização que deixou marcas arqueológicas, arquitectónicas e culturais que perduram nas ruas de Roma até aos dias de hoje, a capital Austríaca viveu os seus anos dourados bem mais recentemente, durante o auge da Monarquia de Habsburgo, antes da Primeira Guerra Mundial. De resto, essa marca está bem presente nas avenidas imperiais de Viena, onde podes encontrar alguma da arquitectura clássica mais imponente e fascinante que existe.
Quanto à viagem de comboio propriamente dita, sai diariamente da Vienna Hauptbahnhof pelas 19h00, chegando a Roma Tiburtina na manhã seguinte, às 11h00.
Uma das viagens mais curtas deste artigo, a ligação entre a capital gaulesa e a principal cidade da Riviera Francesa demora “apenas” 7 horas, com os bilhetes a poderem ser adquiridos através do site oficial da SCNF (Caminhos-de-Ferro de França). Na verdade, este é uma daquelas viagens que tem mais significância do ponto de vista histórico que do logístico, já que existem vários comboios durante o dia e até mesmo com durações mais curtas (6 horas). Porém, para os viajantes que têm mesmo gosto pela ferrovia, é impossível resistir ao detalhe de que esta ligação é a sucessora “espiritual” do lendário Le Train Bleu, uma linha frequentada pelos ricos e famosos, que ligava Calais à Riviera Francesa.
Inaugurada em 1886, essa rota vigorou até 2003, altura em que o serviço do Train Bleu foi descontinuado. Agora, podes (pelo menos) palmilhar o mesmo terreno que o dessa lendária ligação, e imaginar os múltiplos encantos da Riviera no tempo do Grande Gatsby. Depois de chegares a Nice, podes aproveitar para explorar a cidade, bem como outras localidades populares da região, como Saint-Tropez, Cannes ou Ménton. Pelo caminho, podes até acrescentar uma bandeirinha nova à tua colecção com um pulinho rápido ao Principado do Mónaco.
Se as 19 horas entre Viena e Bucareste não são suficientes para ti então temos o desafio perfeito: o Optima Express. Este comboio liga a cidade de Edirne, no território europeu da Turquia, a Villach, na Áustria, de onde é depois possível apanhar a ligação, respetivamente, para Istambul e para Viena.
São pelo menos 33 horas de viagem, isto se não houverem percalços. A viagem atravessa uma boa parte dos Balcãs, passando pela Bulgária, Sérvia, Croácia e Eslovénia. São paisagens únicas em zonas não muito conhecidas. As cinco fronteiras que este comboio tem de atravessar explicam em parte o porquê de não podermos confiar inteiramente no seu horário.
O conforto pode não ser o forte desta rota, mas para os aficionados de viagens longas é uma das mais interessantes. Isto porque com tanto tempo de viagem e não havendo muita informação sobre como a organizar, espera-te uma experiência bastante autêntica. Muitos dos passageiros a bordo do Optima Express são clientes habituais que já vêm bem preparados, pelo que não estranhes os grandes piqueniques a bordo.
Crédito: Instagram do Optima Express
São quase 15 horas de viagem a bordo do EN415 Alpina, outro serviço da Nightjet, que liga estas duas cidades começadas por Z. Durante esse tempo vais atravessar o coração dos Alpes, passando pela Áustria para chegar à Eslovénia e cruzar o belo rio Sava.
Zurique e Zagreb são duas cidades bastante pacatas. No caso de Zurique, mesmo sendo um dos maiores centros financeiros globais, o seu centro histórico é um dos mais calmos e silenciosos no continente. Já Zagreb, longe da agitação da costa adriática que concentra a maior parte dos turistas que viajam até à Croácia, oferece uma experiência muito diferente a quem a decide visitar, incluindo um centro histórico que tem tanto de bonito como de pacato.
Esta é também uma rota onde vais encontrar uma grande diferença no custo de vida: uma garrafa de água que em Zagreb custa €2.00 vai-te custar €4,50 em Zurique. Talvez por isso seja melhor esperares por chegar a Zagreb para a parte gastronómica da viagem – até porque a cidade tem ganho reconhecimento neste aspeto graças à confluência de sabores balcânicos e do centro da Europa.
Palermo, a capital da região insular da Sicília, é uma cidade vibrante, que apesar de estar longe do top de cidades mais visitadas em Itália, vale bem a pena visitar. Alguns dos pontos altos da cidade incluem a imponente praça dos Quattro Canti ou as macabras catacumbas dos capuchinhos.
Já Roma dispensa apresentações, sendo uma das cidades mais visitadas do mundo. Um roteiro que incluí as duas cidades é por isso bastante interessante, já que podes ficar a conhecer alguns dos monumentos mais conhecidos do mundo como o Coliseu de Roma ou a Basílica de São Pedro e depois enveredar por caminhos menos explorados.
Mas se a Sicília é uma ilha, como é que é possível viajar entre Roma e Palermo num comboio noturno? A resposta é o que torna esta rota absolutamente única: para atravessar o estreito de Messina, que separa a Itália continental da Sicília, o InterCityNotte 1955segue dentro de um ferry apetrechado com carris. Se não fosse o suficiente esta particularidade, o comboio segue também junto ao mar durante a maior parte da viagem, pelo que podes aproveitar as horas de luz solar para admirar a paisagem.
Este comboio parte duas vezes por dia de Roma e demora quase 13 horas para completar o trajeto.
Outra ligação doméstica italiana, esta viagem de comboio é claramente inspirada nos anos 20 e 30, quando a ferrovia era um meio considerado glamoroso e, em grande parte, reservado às elites europeias. Talvez por isso, o Espresso Cadore tenha sido criado propositadamente como um trajecto turístico, com decoração, compartimentos e carruagens de bar e restaurante que nos tentam transportar de regresso aos anos dourados dos caminhos-de-ferro. A contribuir para o encanto do trajecto estará também o cenário que atravessa, já que a linha passa mesmo pelo meio dos picos montanhosos das Dolomitas, antes de chegar a Cortina d’Ampezzo, um dos principais resorts de ski do país. Aliás, a pequena cidade é tão popular que foi escolhida como anfitriã dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2026!
Se é previsível que a frequência destes comboios aumente à medida que se aproxime o importante evento, para já podes contar apenas com uma ligação semanal para cada lado, saindo de Roma à Sexta-Feira às 22h00 e chegando a Cortina no dia seguinte pelas 08h00. O regresso é feito no mesmo horário, mas na noite de Domingo (chegando à Cidade Eterna na Segunda-Feira).
Outra adição da Nightjet, este comboio foi durante muito tempo a única ligação directa entre aquelas que são – muito provavelmente – as capitais mais importantes da União Europeia. Embora tenha sido inaugurado em Dezembro um serviço de alta-velocidade novinho em folha, os puristas e entusiastas da ferrovia vão continuar a preferir a opção nocturna, que demora cerca de 13 horas a concluir o trajecto. Infelizmente, e ao contrário das novas ligações, o comboio nocturno conta apenas com 3 viagens semanais para cada lado.
Quanto às duas cidades propriamente ditas, dispensam apresentações! Se a cidade francesa nos brinda com um ar mais clássico e turístico, com monumentos como a Torre Eiffel ou o Arco do Triunfo à cabeça, a capital germânica é bem mais hardcore, a começar na sua história e a terminar na lendária vida nocturna, sem esquecer a arquitectura moderna e a gastronomia repleta de influências estrangeiras. É como embarcar a ouvir música clássica e sair horas mais tarde ao som de grunge e heavy metal. Dois mundos diferentes, portanto.
O comboio Chopin, assim chamado em honra do compositor polaco de música clássica, é uma parceria das companhias de caminho-de-ferro da Polónia e da República Checa (podem comprar bilhete em ambos os sites). Este liga a capital checa à cidade polaca de Cracóvia diariamente, em compartimentos com uma a três camas. Comparada com outras nestas lista, esta viagem é particularmente curta, demorando apenas cerca de 7 horas e chegando a Cracóvia pouco depois das 06h00.
Ambas as cidades são conhecidas por terem muita vida de rua. Praga é associada aos bares, à cerveja barata e à bela arquitetura nas margens do rio Vitava. É incontornável passar pela Ponte Carlos e pela Praça da Cidade Velha – ou Staroměstské náměstí – onde se encontram alguns dos ícones da cidade como o relógio Orloj e a Igreja da Nossa Senhora de Týn.
Cracóvia é igualmente uma cidade cheia de agitação. Aqui, um quarto dos habitantes são estudantes, pelo que não faltam bares, discotecas e restaurantes com comida bastante em conta. A sua praça principal é a maior praça medieval da Europa e um mostruário da incrível arquitetura da cidade. Com tanto para fazer em ambos as cidades, tanto de noite como de dia, o comboio poderá ser mesmo a única oportunidade para dormires!
Crédito: NightJet
Esta rota é conhecida como o Expresso do Pai Natal, uma vez que nos leva da capital finlandesa até Rovaniemi, a principal cidade da região da Lapónia, “residência oficial” do Pai Natal e dos seus ajudantes. Esta cidade fica acima do círculo polar ártico, e é por isso possível observar daí as luzes da aurora boreal ou o sol da meia-noite.
Nas épocas de maior turismo, esta ligação chega a partir três vezes por dia de Helsínquia. A viagem demora menos de 12 horas e começa da estação central de Helsínquia, uma das principais atrações da cidade e considerada uma das mais belas do mundo. Bem no coração desta compacta cidade, a estação está a poucos minutos a pé de outros marcos como a catedral, e sendo a Finlândia não estará certamente longe de uma agradável sauna.
A viagem faz-se a bordo de um comboio da VR, a companhia nacional de caminhos-de-ferro. Nos meses mais frios terás a oportunidade de admirar as paisagens geladas a partir da carruagem-restaurante. De entre as comodidades deste comboio, não falta um local específico para transportares o teu equipamento de ski.
Crédito: VR
Provavelmente uma das ligações mais aleatórias desta compilação, a Snalltaget gere uma rota que liga Estocolmo a Innsbruck, em plenos Alpes Austríacos. De resto, este é mesmo o foco desta companhia ferroviária privada, privilegiando acima de tudo destinos de ski e montanha. Para já, a rota opera apenas 1 vez por semana para cada lado (idas à Sexta-Feira, regressos ao Sábado), com a viagem a demorar umas durinhas 27 horas. Pelo caminho, tens igualmente paragens em locais como Copenhaga, Hamburgo, Munique e Salzburgo. No caso das primeiras duas, podes optar por embarcar lá e mesmo assim aproveitar a viagem nocturna.
Quanto a Innsbruck, é um destino extremamente bonito, com um mix saudável de natureza/montanha, oportunidades de ski e cultura. Aliás, esta não é a típica estância turística de Inverno, destacando-se como a quinta maior cidade da Aústria e antiga capital da região do Tirol quando esta pertencia ao Sacro Império Romano-Germânico. Como tal, podes contar com um local extremamente bonito, repleto de arquitectura clássica antiga. A par desta rota, a Snalltaget tem ainda uma excelente alternativa nocturna que liga Estocolmo a Dresden, possivelmente o destino mais subvalorizado de toda a Alemanha!
Para fechar a lista, achámos apropriado reservar uma ligação que está prestes, prestes, a entrar em funcionamento (Fevereiro de 2025). Da autoria da European Sleeper, a viagem entre Bruxelas e Veneza demora umas estonteantes 20 horas. No entanto, e a par dos pontos de origem e destino, importa destacar alguns dos locais que a linha atravessará, muitos deles com um potencial turístico tremendo. Para além de Antuérpia, principal cidade da Flandres, Utrecht e Roterdão, duas facetas totalmente distintas dos Países Baixos, e de Colónia e Munique, polos industrais e culturais alemães, a rota passa ainda por algum do melhor cenário paisagístico de montanha da Europa, nomeadamente em Innsbruck (Áustria) e em Bolzano (Itália), um dos principais pontos de acesso às Dolomitas.
Ainda no país transalpino, a comboio passa na belíssima Verona, terra de Romeu e Julieta, antes de terminar o périplo em Veneza. Não há muito que possamos dizer da Cidade dos Canais que não tenha já sido mencionado, já que este é um dos locais turísticos mais emblemáticos do planeta, factor a que de certo não será alheia a ausência de faixas rodoviárias, extraordinariamente substituídas por vias aquáticas. Um destino de eleição, a coroar uma viagem inigualável!
Infelizmente, Portugal não conta atualmente com qualquer serviço de comboios noturnos.
Nem sempre foi assim. A partir de 1943, o Lusitânia Comboio Hotel passou a assegurar a ligação entre Lisboa e Madrid. Não tendo ficado tão famosa como outras rotas europeias, como o Expresso do Oriente, esta ganhou mesmo assim uma mística própria. E até Agatha Christie chegou a viajar neste comboio.
Mas a rota não sobreviveu à pandemia de COVID-19, tendo sido suspensa em 17 de Março de 2020, permanecendo desde então encerrada já que a espanhola RENFE se recusou a retomar o serviço. Resta esperar que o crescente interesse nesta forma de viajar surta efeito em Portugal e que voltemos a ter um comboio noturno!
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