Nesta nova rúbrica convidamos outros bloggers / criadores de conteúdo de viagens do nosso país a escrever sobre o(s) seu(s) destino(s) favorito(s). Desta vez temos um artigo do Bruno e da Daniela, dos “Circum-Mundum”.
Para esclarecimento de quaisquer dúvidas sobre o Cáucaso ou se tiveres interesse em acompanhar as nossas aventuras, deixamos aqui a nossa página de Instagram 🙂
Tenho que confessar que não somos grandes fãs de superlativos. O “maior”, o “melhor” e o “mais imperdível”, especialmente no mundo das viagens, são conceitos extremamente subjectivos e difíceis de definir. Daí que, quando nos perguntam qual o nosso destino favorito (até agora), temos sempre grandes dificuldades em conseguir dar uma resposta definitiva. Talvez ontem nos sentíssemos com maior carinho por Buenos Aires, a semana passada pelo Uzbequistão, ou o mês passado pelo Iraque. Mas hoje, data em que escrevemos este artigo, o nosso coração fica um pouco mais quentinho quando nos lembramos do Cáucaso, aquela região montanhosa que serve de fronteira natural entre Europa e Ásia, e onde podem encontrar três dos nossos all-time favorites: Geórgia, Arménia e Azerbaijão!
Ao todo, foram quase 5 meses passados a explorar estes 3 países (3 meses em 2021 e 1 mês e meio em 2023), por isso somos sortudos o suficiente para podermos dizer que conhecemos a região razoavelmente bem.
Embora a região do Cáucaso esteja ainda longe de poder ser considerada um “hotspot” turístico, a pequena nação da Geórgia tem vindo a crescer bastante enquanto destino de viagem, e é de longe a paragem mais popular entre os vizinhos. Aliás, de 2021 a 2023, já conseguimos notar uma presença bastante maior de turista e expatriados estrangeiros, reflexo do crescimento do país no que toca ao número de chegadas internacionais.
Na verdade, isto está longe de ser uma surpresa. Apesar de Arménia e Azerbaijão terem o mesmo cenário natural pristino e os mesmos picos montanhosos do Cáucaso em plano de fundo, a sociedade georgiana é consideravelmente mais ocidentalizada, fazendo com que a familiaridade seja maior para quem visita o país vindo de paragens mais ocidentais. Aliás, ao passeares por Tbilisi, dificilmente notas diferenças de fundo face à maioria das capitais da UE, diferenças essas que são mais palpáveis em Yerevan (capital Arménia) e Baku (capital Azeri). A principal cidade georgiana foi a nossa base durante 2 meses (Setembro e Outubro) em 2021, e a verdade é que nos caiu de tal forma no goto que fizemos questão de fazer um desvio do nosso périplo pelo Médio Oriente para lá podermos passar mais uma semaninha em 2023. Do ambiente à arquitectura, passando pela história e pelas pessoas, Tbilisi é uma cidade boémia, mas ao mesmo tempo tranquila. Belíssima, mas ao mesmo tempo decadente. Hospitaleira, mas ao mesmo tempo aguerrida.
No mesmo quarteirão, tens catedrais ortodoxas, mesquitas e sinagogas. Ao percorrer a Avenida Rustaveli, é impossível não reparar na estrambólica e fascinante mistura de estilos. Um teatro parisiense, um prédio soviético, um tribunal monumental a fazer lembrar NYC e um hotel espelhado, que nem parece o mesmo sítio decrépito onde os refugiados de Abkhazia encontravam abrigo nos anos 90.
No subsolo da cidade, escondem-se inúmeras fontes naturais de água quente que fazem funcionar o quarteirão de Abanotubani, onde podes encontrar dezenas de casas termais, vigiadas pela imponente Fortaleza de Narikala. No entanto, a nossa actividade favorita em Tbilisi era mesmo entrar indiscriminadamente nos prédios mais antigos. Passamos a explicar: o centro de Tbilisi era uma zona nobre e a população local vivia confortavelmente há muitas gerações (as desigualdades eram gritantes). Como tal, todas as casas eram verdadeiros palácios. Acontece que, quando a União Soviética foi formada, todos os espaços foram expropriados e passaram a pertencer ao governo. Uma vez que Tbilisi foi inundada de migrantes vindos da província em busca de trabalho, o governo decidiu dividir estes palácios em várias casas. Até hoje, a população da baixa continua a viver em locais com pátios partilhados que, originalmente, eram enormes casas senhoriais. Quando entras no hall de cada prédio, nunca sabes bem o que vais encontrar. Na maioria, claro, as pinturas exuberantes e cornucópias coloridas já desapareceram, mas continua a ser possível encontrar verdadeiros tesourinhos. É só tocar à campainha!
Sinceramente, espanta-nos como é que Tbilisi não é (ainda) uma das cidades mais visitadas do mundo, porque existem muito poucos sítios com tanto para oferecer. Para além disso, a comida georgiana é deliciosa e os preços (ainda que em claro crescimento) continuam bastante simpáticos.
No entanto, e por mais “cool” que Tbilisi seja, o verdadeiro encanto da Geórgia reside para lá dos limites da capital. Por exemplo, sabias que foi na Geórgia que foi produzido o primeiro vinho do mundo? Situada a leste da capital, a região vinícola de Kakheti é a mais antiga do mundo, e para lá das paisagens verdejantes e dos vales até perder de vista, está repleta de mosteiros impressionantes (Alaverdi e Bobde), cidades adoráveis (Telavi e Khareba) e adegas familiares, sendo ainda o recanto georgiano onde vais encontrar a vila mais bonita de todo o país: Sighnaghi!
Já nos arredores da capital, à distância de uma curta viagem de marshrutka (as pequenas vans que ligam diferentes cidades dentro dos países da antiga URSS), recomendamos também uma visita à magnífica Mtskheta, o centro religioso da nação e uma das suas localidades mais fotogénicas. Embora mais longe, ainda que perfeitamente à distância de uma day trip, vale também a pena visita a terra-natal de Estaline em Gori e o seu bizarro museu de homenagem ao antigo ditador; o fantástico castelo de Akhaltsikhe; e ainda os mosteiros de Gareja Lavra e Vardzia e a cidade antiga de Uplistsikhe. Em comum, estes três lugares têm o facto de todas as suas estruturas terem sido inacreditavelmente esculpidas directamente em superfícies rochosas, com vários túneis labirínticos a conectar as diferentes grutas. Por outro lado, se visitares a Geórgia durante o Verão e quiseres até ir a banhos, podes fazê-lo em Batumi, a segunda maior cidade do país e um dos maiores resorts situados ao longo do Mar Negro. É uma cidade estranha, com um conjunto de edifícios modernos estrambólicos que – confessamos – não é bem a nossa “cena”… mas percebemos o apelo!
No entanto, guardámos o melhor para o fim. Por mais bonitas que sejam as cidades, mosteiros e vilas, quem se dá ao trabalho de embarcar num avião até à Geórgia tem normalmente uma só coisa em mente: as montanhas do Cáucaso! Compreensível – ou não tivesse o país alguns dos cenários naturais mais espectaculares do planeta! Aliás, basta sair um pouco de Tbilisi e podes ver imediatamente a paisagem a mudar, mas se quiseres visitar os locais mais famosos e impressionantes da Geórgia, terás que fazer a longa viagem até à região de Svaneti, situada bem no noroeste do país. Ainda hoje, em pleno século XXI, conseguir chegar a Mestia, principal vila da região, é um processo chato e moroso, composto por uma viagem de comboio até Zugdidi, seguida de uma enjoativa travessia em ziguezague de marshrutka até ao destino final. De Tbilisi, viajar por terra até Mestia pode facilmente levar 10 horas. Aliás, esta região é historicamente tão isolada que a população – os Svans – desenvolveu a sua própria língua e etnia, com um código genético distinto dos restantes georgianos. No entanto, vale bem a pena o esforço, uma vez que, de Mestia, podes visitar locais como os Lagos Koruldi, o Gliaciar Chaladi e a pequena aldeia de Ushguli, considerada o cartão-postal do turismo da Geórgia e um dos locais mais populares do país.
Como alternativa (ou complemento), se procuras uma viagem mais curta sem comprometer o cenário montanhoso do Cáucaso, recomendamos que atravesses a Georgian Military Highway e faças o percurso até Kazbegi, onde podes encontrar a Igreja Gergeti, o Mosteiro de Dariali e ainda percorrer os trails do Vale de Truso, da aldeia de Sno e do Vale de Juta.
É sempre difícil para nós identificar quais são exatamente as razões para termos um carinho tão especial pela Arménia. A nossa primeira visita ocorreu em Agosto de 2021 e foi como se os astros se alinhassem para nos garantir uma experiência onde tudo o que pode correr bem, efetivamente corre bem.
Talvez o único senão tenha sido o facto de as temperaturas não deixarem dúvidas de que estávamos no pico do Verão – com os termómetros quase sempre acima dos 35ºC. Mas até isso acabou por reforçar a conveniência das centenas de fontes e bebedouros (designados pulpulaks) espalhados pela capital arménia. Relevantes de tal forma que as pessoas faziam por vezes fila à espera da sua vez para desfrutar da frescura daquela água cristalina. E nós, nos nossos passeios pela capital, desenhávamos os trajectos de forma a coleccionar todos – tipo Super Mario a recolher moedas pelo caminho.
A capital era bem mais cosmopolita do que esperávamos, mas longe de ser uma cidade imponente e intimidante repleta de arranha-céus ou prédios cinzentos. Em vez disso, uma simpática cidade, muito amigável, com ruas decoradas por árvores, adequada para longos passeios, com prédios de estilo soviético (que talvez não seja o estilo arquitectónico mais bonito), mas revestidos pela característica pedra cor-de-rosa típica do país. Ainda hoje, sempre que vemos um prédio naqueles tons, as nossas memórias viajam de imediato para a nossa querida Yerevan – a “Pink City”. Uma capital algo ocidentalizada com uma oferta diversificada de coffee shops, restaurantes de diferentes gastronomias, e um povo de bon-vivants.
Não fomos para a Arménia com a expectativa de que iríamos adorar. Pelo contrário, estávamos preparados para ter uma experiência um tanto ou quanto aborrecida. Surpreendentemente, Yerevan ofereceu-nos muito mais do que o que prometia e repetidas vezes demos por nós a desfrutar dos passeios pelas igrejas e mosteiros de séculos passados, das simples caminhadas de fim de tarde pela encantadora Avenida Abovyan, e das incontáveis visitas à Republic Square – o coração da cidade. Da capital, lembramos também com carinho a Livraria 1512 – um tesourinho escondido repleto de relíquias; o Complexo Cascade – imperdível monumento da cidade que oferece as melhores vistas sobre o Ararat; o mercado Vernissage; e o Museu do Genocídio Arménio para quem quiser aprender um pouco mais sobre a história difícil deste povo.
Mas se é verdade que uma visita à Arménia não pode fazer sentido sem que se explore a fundo a capital; nem só de modernidade vive o Homem, e quisemos por isso aventurar-nos por outros recantos do país. Tal como acontece em todo o Cáucaso, as paisagens mudam significativamente assim que abandonamos a grande cidade, dando lugar à ruralidade. Na falta de outras opções mais viáveis, foram muitas as vezes em que explorámos o país à boleia. Dependentes da boa vontade alheia, sujeitos aos horários dos outros, expostos e tantas vezes vulneráveis. Os poucos veículos que passavam sem lugar para oferecer, reduziam a velocidade e via-se o condutor juntar as mãos ao nível do peito, num gesto que consistia numa espécie de pedido de desculpas. Nem 2 minutos passavam e chegava sempre a tão desejada boleia. Numa dessas aventuras pela generosa Arménia, um carro parou para nos dar boleia apesar de não ter lugares suficientes. Os pais iam à frente, e os dois filhos atrás, duas crianças com não mais de sete e cinco anos. Embora o inglês fosse fraco, a expressão afável e querida, em parelha com os gestos, deixou tudo claro: entrem, entrem, os meninos vão no vosso colo. A generosidade avassaladora de quem nos recebe como se fossemos família, assim foi a Arménia. Esta família que nos levou não só recusou qualquer oferta monetária, como ainda nos ofereceu uvas e nozes que traziam da aldeia que haviam ido visitar.
De transportes públicos, táxi, ou à boleia, corremos o país de ponta a ponta e explorámos locais inacreditáveis como o Templo de Garni, ou o Mosteiro de Geghard – espaços com mais de um milénio de existência que fascinam pelas construções e pela história, mas também pela natureza envolvente, suficiente para nos deixar de queixo caído. Na nossa busca por algum descanso e praia, o Lago Sevan surgiu como uma excelente opção – inclusive as temperaturas mais amenas da região tornaram possível desfrutar confortavelmente do areal, do sol e das águas amenas. A Arménia não é certamente um país que vá apelar a todos os gostos, mas para aqueles que realmente desfrutem de história, paisagens de cortar a respiração e locais onde o turismo é ainda escasso e os preços confortáveis, pode ser uma opção muito inteligente.
Vale ainda apena salientar que a Arménia foi o primeiro país do mundo a instaurar o Cristianismo como religião oficial, razão pela qual o país alberga alguns dos mosteiros mais antigos do planeta. De resto, aquela que se acredita ser a catedral mais antiga em existência pode ser encontrada em Vagharshapat, uma espécie de “Vaticano da Arménia”. Já entre os mosteiros mais impressionantes do país, destacamos o Mosteiro de Noravank como um dos nossos favoritos, assim como o famoso Mosteiro de Tatev (para chegares lá podes apanhar boleia do teleférico mais alto do mundo), o Mosteiro de Haghpat e o Mosteiro de Sanahin. Ainda assim, as melhores vistas do Monte Ararat – considerado o Olimpo do povo Arménio – encontrá-las-ás em Khor Virap. Já para atracções de cariz menos religioso, sugerimos a visita a Gyumri (a segunda maior cidade do país) e às isoladas grutas da vila de Khndzoresk, onde as famílias locais viviam até aos anos 60 do século passado.
E a lista continua. Há muito para ver, muito para explorar, e muito para aprender sobre este país ainda um tanto ou quanto alheio às atenções do mundo.
O último destino que visitámos no Cáucaso, uma vez que em 2021 estava ainda encerrado a estrangeiros à conta do Covid, o Azerbaijão foi, provavelmente, o país do conjunto que mais nos surpreendeu. Quiçá devido à forte ligação que sentimos com a Arménia, era difícil imaginar-nos a gostar do seu arqui-inimigo. Aliás, assim que aterrámos em Baku e viram o carimbo arménio no nosso passaporte, choveram logo meia dúzia de perguntas acerca da nossa visita ao país vizinho, questionando também se havíamos visitado a contenciosa região de Nagorno-Karabakh.
No entanto, essa semi-animosidade foi sol de pouca dura, e logo percebemos que os azeris são o povo mais simpático do Cáucaso. Provavelmente pela sua forte ligação cultural, étnica e linguística com a Turquia, a população do Azerbaijão é bastante simpática e hospitaleira, e é – de longe – o país do conjunto onde menos se sente a ingerência russa e o legado soviético. Para além disso, este é também o país mais rico do Cáucaso, fruto das suas (aparentemente) inesgotáveis fontes de petróleo e gás natural. Quem chega a Baku, pode facilmente deixar-se enganar pela arquitectura monumental, arranha-céus modernos e avenidas largas, mas a verdade é que esse é apenas um brilho “para inglês ver”. Assim que sais da capital, o cenário, infraestrutura e nível de desenvolvimento dão uma volta de 180 graus, e o Azerbaijão passa a assemelhar-se bem mais à ruralidade Arménia. Numa região onde os níveis de centralismo são já elevadíssimos, o Azerbaijão é o país onde mais notámos as gritantes diferenças entre a capital e as outras localidades do país, onde “o resto é paisagem”. Não admira por isso que Baku seja a maior e mais desenvolvida cidade do Cáucaso, e que, de acordo com alguns estudos, se estime que 40% da população azeri lá resida.
Naturalmente, isto faz com que Baku seja um destino imperdível no Azerbaijão, com destaque para o seu centro histórico pristinamente mantido e totalmente muralhado: o quarteirão de Icherisheher! Neste labirinto de ruas antigas, mesquitas históricas e monumentos em pedra, reside o centro turístico mais bem mantido de todo o Cáucaso. Em redor, ainda na baixa da cidade, os edifícios grandiosos parecem directamente saídos dos Campos Elísios. Afinal, quando o país foi invadido pelo Império Russo no século XIX, foi necessário construir inúmeras habitações para os expatriados russos e militares, tendo a cúpula imperial optado por construir tudo da forma mais semelhante possível à capital francesa. Pouco mais de um século volvido, e já depois da desintegração da União Soviética, o novo governo azeri decidiu fazer algo semelhante, demolindo muitos dos descaracterizados edifícios comunistas e erguendo novas construção com um ar clássico europeu. Pode parecer bizarro, mas este estilo fez com que Baku ganhasse o apelido da “Paris do Cáspio”.
Ainda nos arredores de Baku, vale a pena visitar o Templo Ateshgah, um dos principais legados do Zoroastrismo do mundo. Considerada uma das religiões organizadas mais antigas do mundo, os crentes não veneram uma figura ou divindade, mas sim os elementos terrestres, tendo este local ficado conhecido como o Templo do Fogo. Na verdade, até a explicação para isso é científica. Afinal, o subsolo desta região está totalmente repleto de gases e substâncias químicas inflamáveis, próprios da grande presença de petróleo e gás natural. Quando alguns dos primeiros crentes, provavelmente por acidente, acenderam uma chama junto ao solo deste local, a chama continuou a arder “ad aeternum”, continuamente alimentada por gases inflamáveis. Isso fez com que o local se tornasse um destino religioso de grande importância, contribuindo de sobremaneira para o subtítulo oficial dado ao Azerbaijão: “a Terra do Fogo”. Também nas proximidades de Baku, os visitantes não podem perder a maior concentração de vulcões de lama do mundo (a malta da NASA diz que esta região é extremamente parecida com as zonas mais altas de Marte) e os fabulosos Petróglifos de Gobustan, um circuito de gravuras rupestres com mais de 20.000 anos!
Já bem fora da capital, podes visitar Xinaliq, o povoado mais alto de toda a Europa. Como deves imaginar, o caminho para lá chegares está longe de ser rápido, obrigando-te primeiro a parar em Quba, lar da Krasnaya Sloboda, o único bairro judaico que restou em toda a Europa Central e de Leste no final da Segunda Guerra Mundial. Não é um sítio imperdível, mas já que a subida a Xinaliq te obriga a parar em Quba, não deixa de ser um local interessante. Um pouco mais a sul, poderás ainda encontrar a cidade de Sheki, a “capital cultural” do país, e uma das cidades históricas da lendária Rota da Seda. Para além dos caravancerais e dos monumentos antigos, é obrigatório visitar o Palácio de Shaki Khan, um dos edifícios com os interiores mais bonitos que alguma vez vimos. A meio-caminho entre Sheki e Baku, sugerimos ainda o desvio até à minúscula Lahic, conhecida como a “Aldeia dos Artesãos”. O nome provém do facto de que aqui eram produzidos alguns dos artigos em madeira e cobre mais requisitados do mundo árabe, sendo depois transportados através da Rota da Seda e vendidos nos maiores bazares do mundo, em Baghdad, Istambul e Damasco. Para além disso, é extremamente pitoresca!
No entanto, se tivéssemos que escolher o nosso local favorito em todo o Azerbaijão, teríamos que nos ficar pela obscura República Autónoma do Naquichevão. Provavelmente nunca terás reparado, mas se olhares com atenção para um mapa do país, irás reparar que existe um pequeno exclave azeri, separado do resto do país e cercado por Arménia e Irão (e uma quase inexistente fronteira terrestre com a Turquia). Bom, esse exclave corresponde ao Naquichevão! Para estrangeiros que visitem o território desde Baku, a única hipótese é mesmo voar (1 hora, 35,00€), uma vez que a fronteira entre Arménia e Azerbaijão está totalmente encerrada, e a viagem pelo Irão obriga à obtenção de um complicado visto. Aliás, a própria viagem começa ainda no terminal 2 do Aeroporto de Baku, que parece ter ficado parado nos anos 70, com os seus estofos em vermelho aguerrido, pavimento em tijoleira e bancas de rua como único ponto de venda de comidas e bebidas. Quando comparado com o ultra-moderno terminal 1, de onde saem (e onde chegam) todos os voos internacionais, não parece sequer que estamos no mesmo continente, quanto mais no mesmo país!
De resto, esse aparente retrocesso no tempo não se fica pelas cadeiras do aeroporto. Assim que chegamos ao Naquichevão, é impossível afastar a sensação de que retrocedemos várias décadas. Os hotéis soviéticos em alcatifa, as permanentes à Maradona das senhoras mais velhas, os sorrisos com dentes em ouro – este é um sítio especial! Seja como for, os motivos que justificam uma visita estão bem para lá da sensação de arrojo associada a um destino tão fechado e misterioso. Aqui, podes visitar o centro histórico de Ordubad, o Mausoléu de Momine Khatun e o Castelo de Yezidabad na capital de Nakhchivan City, o Mausoléu de Garabaghlar e o Centro de Terapias de Duzdag, situado no interior de umas antigas minas de sal. No entanto, a joia da coroa do Naquichevão é o inacreditável Castelo de Alinja, uma das coisas mais estupidamente bonitas que já vimos na vida. Fenomenal, sublime, majestoso – todos os adjectivos que possas empregar. Chamam-lhe o Machu Picchu do Cáucaso, e, tal como a sua congénere peruana, podia muito bem ser considerada uma das Sete Maravilhas do Mundo.
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