Ryanair considera doce típico como bagagem extra, exige pagamento e arranja problemas com governo das Baleares ✈️🧳

O governo da região autónoma espanhola das Ilhas Baleares quer uma reunião urgente com a Ryanair. O motivo: a companhia aérea tentou cobrar 45 euros extra a dois passageiros que embarcavam no aeroporto de Palma de Maiorca, com destino a Frankfurt, por estes levaram consigo, para além da bagagem de mão, uma ensaïmada cada.

Para contexto, a ensaimada vem, normalmente, numa caixa de dimensões semelhantes a uma caixa de pizza média.

A ensaïmada é um doce típico de Maiorca. Este doce de denominação protegida à base de massa açucarada em forma de espiral leva ainda ovos, farinha, massa lêveda e banha de porco. Saïm é a palavra para banha de porco no dialeto maiorquino. Registos desta receita remontam ao século XVII, mas as suas origens podem ser ainda mais antigas, já que esta pode vir de uma receita semelhante de origem judia, cuja lenda diz já era preparada no século XII.

Os turistas alemães tinham comprado as suas ensaïmadas fora do aeroporto, e por isso a Ryanair recusou-se a deixar entrar esse volume no avião sem que fosse paga uma taxa extra, porque foram consideradas pelo staff como…excesso de bagagem. No final, as ensaïmadas acabaram por ser oferecidas aos funcionários do aeroporto, tendo os passageiros apresentado queixa contra a Ryanair.

Dada a importância da ensaïmada enquanto símbolo gastronómico regional, o governo autonómico não hesitou em convocar uma reunião com a Ryanair, a qual contará também com a associação de doceiros local.

De acordo com Iago Negueruela, ministro do turismo das Baleares, citado pelo The Guardian, o governo procura “salvaguardar a produção local e evitar qualquer tipo de discriminação”. A reunião está marcada para o fim desta semana.

Por seu lado, Pep Magraner, o presidente da associação de doceiros das Ilhas Baleares, também citado pelo britânico The Guardian, todas as companhias aéreas permitem aos seus passageiros levar consigo duas ensaïmadas a bordo sem custos extra, à exceção da Ryanair. A maior preocupação é que discriminar entre ensaïmadas compradas dentro ou fora do aeroporto acabará por prejudicar os produtores mais pequenos.