Guia de viagem completo, ideal para quem procura que locais visitar e o que fazer no Chile. Inclui informações detalhadas sobre transportes, praias, hotéis e restaurantes, bem como um roteiro completo de 15 dias no Chile que inclui locais como a Patagónia, o Deserto do Atacama ou a Ilha de Páscoa.
Estendendo-se por uns inacreditáveis 4300 km, e ensanduichado entre as águas bravas do Pacífico e a muralha intransponível da Cordilheira dos Andes, o Chile é um dos países mais singulares do mundo. Por via das suas características geográficas, as condições são extremamente diversas ao longo de todo o território, com as paisagens inóspitas e quasi-marcianas do Deserto do Atacama a norte, e o impressionante entrecortado de lagos, picos nevosos e glaciares da Patagónia a sul. Como já deu para perceber, o Chile é um destino de eleição para os amantes dos outdoors e do turismo de natureza!
No entanto, o país tem um lado cultural também bastante vincado, perfeitamente notório na mescla de arquitectura moderna e colonial da capital Santiago – famosa por ter também alguns dos melhores museus da América do Sul – ou na beleza decrépita e pejada de arte urbana da famosa Valparaíso. Isto quem esquecer a lendária Ilha de Páscoa e os seus Moai, que apesar de distar mais de 3500 km da costa Chilena, não deixa de se destacar como um dos destinos mais reconhecíveis do país. Como podes ver, é um destino absurdamente completo!
Assim sendo, e se estás à procura de o que fazer no Chile, vieste ao sítio certo! Aqui descobrirás um roteiro completo de 15 dias (2 semanas) no país, bem como todas as restantes informações necessárias para preparares a tua aventura. Acompanha-nos neste guia de viagem do Chile e descobre os melhores hotéis e restaurantes, como te deslocares entre cidades, quais as melhores praias, dicas de segurança e ainda as melhores alturas para visitar o país.
Tendo em conta a natureza longínqua e remota do país, e a não ser que estejas a fazer um périplo pela América do Sul, o mais provável é que entres no Chile através do seu principal aeródromo: o Aeroporto Internacional Arturo Merino Benítez, na capital Santiago do Chile.
Como já seria de esperar, não existem voos directos entre Portugal e o Chile, sendo que terás sempre que fazer escala num outro país. Embora o melhor seja sempre consultar plataformas como a Google Flights para monitorizar as melhores ligações, companhias como a Air Canada, a LATAM e a Iberia, com escalas em Toronto, São Paulo e Madrid, respectivamente, costumam ter as melhores ofertas a partir de Porto e Lisboa, com voos para Santiago do Chile a partir dos €650 (ida-e-volta).
Conforme já destacámos, o Chile é um país gigantesco! Para além disso, os principais destinos turísticos estão bastante espalhados, obrigando-te a percorrer milhares e milhares de quilómetros. Naturalmente, isto acaba por afectar o teu roteiro, já que terás que despender bastante tempo em deslocações (mesmo que apanhes vários voos internos).
Posto isto, e se quiseres ficar a conhecer bem o país, é altamente recomendado que lhe dediques uma quinzena inteira de férias inteira. Mesmo assim, terás que fazer cedências significativas – razão pela qual optámos por deixar a lendária Ilha de Páscoa fora do roteiro. Seja como for, com 15 dias completos já consegues fazer a travessia do Deserto de Atacama à Patagónia, passando por Santiago, Valparaíso e pela dramática região de Los Lagos, famosa pelos vulcões e termas naturais.
Tendo em conta a diversidade de paisagens presentes no Chile, acertar a melhor altura para visitar o país é um desafio ligeiramente mais complicado que o habitual, já que as condições no deserto serão naturalmente distintas das do cenário semiantárctico da Patagónia (e de tudo o que encontrarás pelo meio).
Ainda assim, é mais ou menos unânime que a melhor altura para visitar o Chile coincida com os meses de Verão no Hemisfério Sul, nomeadamente de Novembro a Fevereiro. Neste período, as condições na Patagónia não estarão tão gélidas ou ventosas, e os trilhos já estarão todos abertos e sem bloqueios. Ao mesmo tempo, o Deserto do Atacama – mais estável o ano inteiro – oferecerá igualmente boas condições para visitantes, com noites estreladas e ligeiramente menos frias que o habitual. Quanto ao resto do país, e embora não seja propriamente a melhor altura para visitar estes sítios, podes sempre ir a banhos na costa em Valparaíso e aproveitar a movida de Verão em Santiago.
Por outro lado, o Verão Chileno é também a época alta do turismo no país, o que significa mais multidões e preços mais altos que durante o resto do ano. Não se pode ter tudo!
Estando o Chile situado fora da Europa, e sem nenhum tipo de acordo com a UE que te permita entrar com qualquer outro documento de identificação, é absolutamente obrigatório estares munido do teu passaporte para poderes visitar o Chile. Para além disso, o documento deverá ter uma validade mínima de 6 meses a contar da data de saída.
Felizmente, o Chile tem um do regime de visto bastante permissivo, sendo que os turistas portugueses podem permanecer em território Chileno durante um período consecutivo de 90 dias sem qualquer visto.
Não é necessário adaptador de tomada se viajares para o Chile. As tomadas elétricas no Chile são semelhantes às nossas. Mesmo as tomadas do tipo L, também bastante comuns no país, são compatíveis com fichas do tipo C, utilizadas em Portugal.
Estando o Chile situado fora da UE e sem nenhum tipo de acordo para a isenção de taxas de roaming nas telecomunicações, não poderás utilizar o teu tarifário português actual durante a tua viagem ao país.
Aliás, a primeira coisa que deves fazer antes de levantares voo rumo ao país é mesmo desligar todos e quaisquer dados móveis que tenhas activos no teu telemóvel, sob pena de teres uma (muito) desagradável surpresa no final do mês. Ainda que os custos possam variar de acordo com a operadora, e apenas para ficares com uma noção do que esperar, a Vodafone cobra os seguintes valores para comunicações em território Chileno:
Posto isto, a nossa recomendação é que compres um cartão SIM para a tua viagem ao Chile. Podes optar por fazê-lo no aeroporto à chegada, ou numa das muitas lojas da capital. Tem apenas em atenção que os preços no aeroporto podem estar ligeiramente inflacionados e os pacotes disponíveis podem ser ligeiramente mais limitados. Quanto ao mercado, existem quatro grandes companhias de telecomunicações no país: Entel, Movistar, Claro e WOM.
Outro factor a ter em conta é que todas as outras empresas vendem cartões SIM básicos, sendo posteriormente feito um carregamento (“recarga”) de dinheiro no cartão, que é depois utilizado para comprares “bolsas” com pacotes de dados adequados às tuas necessidades. Esses cartões básicos costumam vir com 1 GB de dados e custam entre $2000 e $4000. A única excepção à regra vem da Movistar, a única a disponibilizar um cartão pré-pago turístico com um limite estabelecido de dados móveis e chamadas. No caso das restantes companhias, e embora o processo de compra das “bolsas” e “recargas” possa parecer complicado, é só pedir ajuda a um funcionário e eles terão todo o gosto em apoiar-te.
Tendo como moeda oficial o Peso Chileno (CLP – $), qualquer levantamento que faças No Chile recorrendo a um cartão português, recorrerá naturalmente ao pagamento de várias taxas. Para além da taxa percentual sobre o valor do levantamento (relativa à conversão), a tua transacção estará também sujeita ao pagamento de um valor fixo, referente à taxa por levantamento de divisa fora da zona Euro. Contas feitas, podes acabar a pagar ao teu banco bem acima de 6% do valor do teu levantamento.
Uma vez que efectuar o câmbio antes da viagem está também longe de ser económico – para além de não ser propriamente seguro andares com uma quantia tão grande em dinheiro vivo – a melhor alternativa passa por recorreres aos serviços de bancos online como o Revolut ou o N26.
No caso do primeiro, permite-te efectuar levantamentos até um determinado limite mensal sem que te seja cobrada qualquer taxa. Para além disso, mesmo depois de atingido esse patamar, as comissões são residuais quando comparadas às dos bancos tradicionais. Contudo, é importante ter em atenção que o Revolut não te “protege” no que toca a eventuais taxas que o banco responsável pela caixa automática que utilizares cobre por levantamentos com cartão estrangeiro. No caso do Chile, essas taxas podem variar entre os $4000 e os $7000, dependendo do operador. Seja como for, e existindo alguma comissão cobrada pelo banco do destino, essa informação é-te sempre comunicada antes de confirmares o levantamento, por isso nunca serás apanhado desprevenido.
Relativamente a pagamentos, e especialmente nas cidades e destinos turísticos, praticamente todos os negócios aceitam cartão. Mesmo os sítios mais informais como as banquinhas de rua costumam estar equipadas com terminais de pagamentos. Por outro lado, é muito comum que os negócios adicionem uma sobretaxa à conta (de cerca de 3%) se quiseres pagar com cartão. Seja como for, é sempre boa ideia ter algum dinheiro no bolso, até para evitar esta sobretaxa! À data deste artigo, apenas o Banco Internacional não cobra qualquer taxa por levantamento com cartão estrangeiro no Chile. Se preferires levar algum dinheiro e fazer câmbio, podemos aconselhar 5 casas de câmbio com avaliações muito favoráveis em Santiago, San Pedro de Atacama, Puerto Natales e Puerto Varas.
Descobre mais: Dicas para viajantes: Tudo que precisas de saber sobre o Cartão Revolut
Na onda do que acontece na esmagadora maioria dos países da América do Sul, também o Chile lida com índices de criminalidade bastante acima daquilo a que estamos habituados no Velho Continente. Até aos violentos protestos do Estallido Social em 2019, aos quais se seguiu a espiral inflacionária pós-Covid, o Chile era considerado o país mais seguro da América Latina, a par do Uruguai. No entanto, as condições de vida deterioraram-se bastante desde essa altura, assistindo-se a um aumento dos índices de criminalidade – especialmente em Santiago e Valparaíso. Seja como for, muita dessa criminalidade está assente nas redes de tráfico de droga e em zonas altamente marginalizadas, sendo improvável que afectem o turista médio. Para além disso, os números são bastante mais animadores nas zonas turísticas, onde a economia local está bastante dependente do turismo. Como tal, em regiões como a Patagónia, Los Lagos ou o Atacama, as condições de segurança são praticamente semelhantes às da Europa.
Evidentemente, é aconselhável manter um certo nível de alerta para evitares tornares-te alvo de assaltos. Aqui, nada de novo – não andes com grandes quantidades de dinheiro, utiliza apenas caixas multibanco interiores e não faças grandes demonstrações públicas de riqueza. Deixa joias e outros objectos de valor no cofre do hotel, tem o cuidado de utilizares apenas o telemóvel e a máquina fotográfica em zonas turísticas e evita andar por ruas desertas e isoladas. Se tiveres o azar de experienciar algum crime, não te armes em herói, mais vale ficar sem o telemóvel do que arriscar a escalação da violência. No fundo, segue o teu instinto: se algo te parece errado ou arriscado, joga pelo seguro e não o faças. É só estar alerta e manter o bom senso. Quanto aos transportes, deverás ter particular atenção aos teus pertences nos autocarros. Leva sempre as tuas mochilas e objectos de valor no colo, e não coloques nada debaixo do assento ou no compartimento superior, de onde alguém os possa retirar sem que dês conta. Falo por experiência própria, já que foi precisamente dessa forma que me roubaram uma mochila no Chile!
Como dicas finais (e mais generalizadas), utiliza apenas táxis que tenham o taxímetro ligado (se recorreres à Uber, ainda melhor) e nunca aceites cambiar dinheiro com estranhos que te abordem na rua. Por outro lado, a água da torneira é potável e segura, mesmo que o sabor possa não ser o melhor nas cidades. Por fim, e uma vez que o Chile está situado numa zona de elevada actividade sísmica, se tiveres o azar de experienciar algum desastre natural no decorrer da tua estadia, segue sempre as indicações dadas pelas autoridades – afinal, eles é que são os especialistas!
Spoiler alert: o Chile é um destino surpreendentemente caro! Dos tours às deslocações, passando pelos hotéis, restaurantes e supermercados, é extremamente fácil perder o fio à meada e gastar uma pequena fortuna. Se estiveres na disposição de perder tempo a procurar restaurantes locais, dormir em sítios mais humildes e fazer tudo de autocarro, então o teu orçamento parecerá ligeiramente mais generoso… mas não esperes um país barato! Assim, se não tiveres cuidado e optares sempre pela opção mais prática, poderás facilmente gastar quantias semelhantes às que despenderias na Europa. No âmbito da América do Sul, o Chile é mais caro que nações como Brasil, Argentina, Peru ou Colômbia.
Posto isto, e se estás a priorizar a busca de sítios para dormir no país, deixamos-te uma sugestão para cada categoria de classificação no nosso guia de viagem do Chile.
Situado a cerca de 16 km do centro histórico, a melhor forma de viajar entre o Aeroporto Arturo Merino Benítez e o coração de Santiago do Chile passa por recorrer aos autocarros da Turbus e da Centropuerto. Para encontrares as paragens só tens que seguir a sinalética do terminal, com os autocarros a saírem entre as 05h30 e a meia-noite, em intervalos que oscilam entre os 10 e os 15 minutos. Ambas as empresas servem as mesmas estações rodoviárias da cidade, sendo que, de acordo com o que te seja mais conveniente, podes optar por sair nos terminais Pajaritos ou Sur/Alameda. Se optares pela Centropuerto, podes comprar o teu bilhete online (através do site partilhado acima) ou nas cabines do aeroporto, com a viagem única a custar $2200 ou $3500 ida-e-volta. Já para a Turbus, a compra online para as rotas aeroportuárias não está disponível e o trajecto custa $2000. Seja como for, e ainda que os terminais de autocarros fiquem a um esticão do centro, ambas são servidos pelo sistema de metro de Santiago, que te poderá levar onde precisas.
Por outro lado, e se não estiveres para te chatear, é só sacar o telemóvel e pedir um Uber, com a tarifa a rondar os $20.000 até à baixa. No entanto, tem em atenção que a Uber não está autorizada a operar em frente ao terminal de chegadas, pelo que terás que te deslocar até aos parques de estacionamento do aeroporto. Seja como for, o condutor irá dizer-te onde te apanhar via chat. Pelo caminho, prepara-te para seres abordado por uma multidão extremamente insistente (e francamente desagradável) de taxistas.
Para visitares o famoso Deserto de Atacama, o aeroporto mais próximo fica em Calama (Aeroporto El Loa), a cerca de 100 km de San Pedro de Atacama. Embora não exista transporte colectivo directo entre o aeródromo e a principal localidade do deserto, basta apanhar um táxi até ao terminal de autocarros de Calama (5 km) e de lá poderás apanhar um autocarro até San Pedro de Atacama. Entre as empresas que cobrem a rota, destacam-se a Frontera del Norte e a Atacama 2000. Infelizmente, nenhuma das empresas tem site próprio, pelo que terás que consultar os sites Recorrido.cl ou Kupos.cl para horários e compra de bilhetes. Os preços rondam os $5000 pela ida, e a viagem dura apenas entre 1h20 e 2h00. Normalmente, tens rotas a operar entre as 06h30 e as 20h00.
Por outro lado, se chegares a Calama fora deste horário, podes simplesmente optar por contratar um serviço de transfer directamente até San Pedro de Atacama. Empresas como a Transfer Pampa ou a SanPedroAtacama.com prestam este serviço, com valores que oscilam entre os $15.000 e os $20.000 por pessoa. Para um agregador com cartas dadas no panorama internacional, podes sempre marcar o teu transfer através da Viator.
Considerado o principal aeródromo da Patagónia Chilena, o Aeroporto de Punta Arenas (Aeroporto Internacional Presidente Carlos Ibáñez del Campo) fica a cerca de 250 km de Puerto Natales, a melhor base para quem queira visitar o Parque Nacional Torres del Paine. É certo que podes voar directamente para o Aeroporto de Puerto Natales, mas as ligações são todas de cariz sazonal e muito mais limitadas. Seja como for, se encontrares voos para Puerto Natales, é recomendado que os marques, já que a tua vida ficará muito mais facilitada do ponto de vista logístico.
Seja como for, e para a esmagadora maioria que aterra em Punta Arenas, a melhor solução é apanhar um autocarro da Bus-Sur directamente do aeroporto até Puerto Natales. Podes comprar o bilhete por apenas $8000 através do link partilhado. A viagem dura cerca de 3h15.
Por fim, resta apenas partilhar a melhor forma de te deslocares entre o Aeroporto Internacional El Tepual, em Puerto Montt, e a localidade de Puerto Varas, a apenas 20 km de distância. Embora pudesses perfeitamente ficar alojado em Puerto Montt, a outra opção acaba por ser mais prática para quem queira visitar as atracções da região. Para além disso, a própria localidade de Puerto Varas é mais bonita e agradável.
A melhor forma de tratar da deslocação passa por recorrer a uma empresa de transferes privados. Uma vez que a rota é bastante popular, existem várias empresas a percorrer o trajecto, como a Denomades ou a AtoB Transfer, com valores a rondar os $10.000 e os $15.000 por pessoa para o trajecto de 30 minutos. Já para a opção mais barata de todas, podes apanhar uma van da Transportes Império até ao Terminal Rodoviário de Puerto Montt por apenas $3000, e lá apanhar um autocarro até Puerto Varas por uns míseros $900. Estas ligações partem a toda a hora, por isso é só perguntares onde te dirigires no terminal para o autocarro seguinte.
Infelizmente, a rede ferroviária do Chile está circunscrita a algumas localidades do centro do país, não sendo propriamente prática ou apelativa para viajantes. Como tal, a única solução para cobrir as gigantescas distâncias entre destinos passa por apanhar um voo interno ou, em alternativa, uma longuíssima viagem de autocarro. Para distâncias mais curtas, e ainda que não seja propriamente aplicável ao nosso roteiro, pode valer a pena apanhar um “colectivo” – o nome dado aos táxis partilhados com rotas pré-definidas.
Posto isto, e para aqueles com viagem marcada para o Chile, aqui está um pequeno apanhado de como te poderás deslocar!
Considerado o principal meio de transporte no Chile, apanhar um autocarro é absolutamente inevitável, mesmo que tendas a privilegiar os voos internos. À falta de uma ferrovia abrangente e moderna, diariamente são milhares os Chilenos que recorrem às inúmeras companhias rodoviárias para chegar do ponto A ao ponto B. Olhando ao lado positivo, isto acabou por se reflectir numa rede de estradas bastante decente, bem como numa frota de autocarros mais modernos e confortáveis do que aqueles a que estarás habituado na Europa, especialmente para as viagens de longo curso.
De entre as inúmeras companhias que operam em território Chileno, destacam-se a Turbus e a Pullman, as maiores empresas do sector e entre as únicas com cobertura em todo o país. No entanto, e mesmo que nenhuma destas transportadoras cubra uma rota específica de que estejas à procura, podes sempre pesquisar por ligações nos agregadores Recorrido.cl ou Kupos.cl, que incluem companhias mais pequenas e regionais. Ao passo que nas deslocações mais curtas todos os assentos são standard, para as viagens mais compridas podes optar por lugares salón cama. Embora bastante mais caros, estes assentos reclinam totalmente, são muito mais espaçosos e confortáveis e ficam no interior de um compartimento próprio e muito mais sossegado, isolado do resto da cabine. Embora estes lugares premium não saiam baratos, o conforto extra faz a diferença quando tens que estar dentro de um autocarro durante mais de 15 horas.
Posto isto, aqui estão os detalhes de algumas das viagens de autocarro habitualmente mais concorridas entre turistas no Chile:
Como podes ver, e dada a duração de muitas destas deslocações terrestres, é perfeitamente compreensível o porquê de a esmagadora maioria dos itinerários pelo país incluírem vários voos internos. É certo que de autocarro também chegas lá (embora na Patagónia seja notoriamente complicado), mas o tempo perdido na estrada é muitas vezes incompatível com um período de férias de apenas 1 ou 2 semanas! Como tal, optimizar o tempo é essencial! Felizmente, o país é servido por vários aeroportos domésticos, com companhias como a LATAM, a Sky Airline e a JetSmart a ligarem vários destinos espalhados pelo território Chileno.
Uma vez que as distâncias são relativamente exequíveis no centro do país – especialmente no eixo Santiago-Valparaíso-Pucón-Puerto Varas – apanhar um voo revela-se particularmente útil para quem queira explorar o Atacama (no norte) e a Patagónia (no sul), optando por voar e poupar muitas horas na estrada. Para além disso, os voos são tradicionalmente bastante baratos, sendo muitas vezes equivalentes (ou até mais baixos) àquilo que pagarias pelo bilhete de autocarro.
Assim, segue um apanhado das rotas aéreas mais populares no Chile:
Tendo em conta a extensão e variedade territorial do Chile, a que se aliam as influências coloniais e das tribos nativas, o país tem uma cultura gastronómica bastante suis generis no panorama da América do Sul. É evidente que é muito fácil encontrar pratos e alimentos transversais a alguns países vizinhos, mas no cômputo geral a cozinha chilena difere muito do resto do continente. Posto isto, se tivéssemos que designar uma iguaria que se destaque como prato nacional do Chile, teria que ser a Cazuela, um ensopado de carne (vaca, frango ou borrego) com abóbora, batatas e milho, perfeito para aquecer as noites mais frias. Alternativamente, alguns podem indicar o Pastel de Choclo como o prato mais emblemático do país, já que esta caçarola de milho recheada com carne picada está presente em quase todos os menus de restaurantes tradicionais.
Seja como for, o que não faltam são opções de iguarias características da nação andina, como a Chorrillana, uma bandeja (para partilhar) de batatas fritas com topping de cebola caramelizada, tiras de bife e ovo a cavalo; Caldillo de Congrio, um guisado de congro; Robalo Chileno, a espécie mais famosa pescada nas águas do país e que pode ser preparada de diferentes formas; ou Pollo Arvejado, um estufado de frango num molho de vinho branco e pimentão doce. Já nas zonas onde a cultura nativa continua presente, especialmente representada através dos Mapuche, os pratos mais famosos são o Curanto, um gigantesco cozido no qual os ingredientes são colocados num buraco no subsolo sobre pedras quentes; e a Chochoca, um pão achatado feito com batatas e farinha, e que pode ser depois misturado com ingredientes doces ou salgados. Por outro lado, na zona da Patagónia, onde a influência saxónica é maior e existe menor variedade de frutas e vegetais, a culinária é muito mais dependente da carne, com especialidades como Arrollado de Huaso, um rolo de porco com bacon; Cordeiro no Espeto ou Pernil de Porco.
Alternativamente, se andares sempre em movimento e precisares de uma refeição rápida, não faltam opções mais informais e de street food, passando pelas Humitas, a versão Chilena dos tamales; Empanadas de Pino, um recheio de carne de vaca, cebolas, ovo cozido e azeitonas; Sopaipillas, uns bolinhos fritos de abóbora que podem ser comidos com manteiga, tomate ou outra “salsa”; e o famoso Completo, o cachorro-quente tradicional Chileno com topping de abacate esmagado. Já no ramo dos doces e sobremesas, não deixes de provar os Alfajores, uma adaptação da especialidade Argentina que passa por uma sandwich de biscoitos de maizena com recheio de doce de leite; a Torta Tres Leches, um bolo húmido feito com leite vaporizado, leite condensado e leite gordo (daí o nome); Kuchen, uma categoria de bolos e tartes com frutas trazidos pelos imigrantes alemães; e Manjar Blanco, um creme feito com leite e açúcar que é depois infundido com baunilha, sumo de limão ou canela, podendo ser comido à colher ou utilizado para rechear biscoitos e pastéis.
Apesar de não termos tempo para incluir a Ilha de Páscoa no nosso itinerário, é inegável o quão apelativa esta remota ilha do Pacífico se tornou para muitos viajantes. A conta das Estátuas dos Moai, as famosas cabeças gigantes esculpidas pelo povo nativo dos Rapanui, a Ilha de Páscoa é provavelmente um dos destinos mais romantizados de toda a América. Infelizmente, parte desse romantismo advém do seu extremo isolamento, já que a pequena ilha polinésia fica a um voo de mais de 5 horas de Santiago do Chile. Embora os preços possam variar, a tarifa aérea começa nos €266,00 ida-e-volta e a rota é operada apenas pela LATAM.
Fruto do delicado equilíbrio do ecossistema da ilha, para viajares para a Ilha de Páscoa terás que apresentar uma reserva de alojamento e prova de voo de regresso a Santiago, bem como preencher o formulário oficial de entrada nas 48 horas anteriores ao voo. Para além disso, medidas recentes tornaram obrigatória a contratação de um guia privado (ou tour) para poderes visitar o Parque Nacional Rapa Nui, onde estão presentes praticamente todos os locais arqueológicos, petróglifos e estátuas Moai dignos de registo. Podes procurar guias em vários locais, mas o site oficial do Parque Nacional tem uma página dedicada a guias certificados. Pela companhia (obrigatória) do especialista, conta pagar entre $50.000 e $75.000 por pessoa, por dia, aos quais se somam $76.000 do bilhete de entrada no parque e que é válido durante 10 dias.
Este é, de resto, outro dos grandes desafios de visitar a Ilha de Páscoa. Para além dos voos, do bilhete e da companhia do guia, que já deixam um buraco substancial na tua carteira, terás ainda que contabilizar preços de hotéis e restaurantes inflacionados, e acomodar a mais que provável necessidade de alugar carro, uma vez que não existe transporte público na ilha ou dentro do parque nacional. Podes sempre recorrer a táxis, mas terias que pagar extra para o taxista te acompanhar o dia inteiro. Uma solução ligeiramente mais económica pode passar por contratares um guia obrigatório que tenha carro e te transporte pela ilha. A tarifa do guia propriamente dita será provavelmente mais cara, mas pode compensar face ao custo de alugar carro. Contas feitas, adicionar uma estadia de 3 noites na Ilha de Páscoa ao teu roteiro do Chile pode acabar facilmente a custar mais 1000€ por pessoa.
Sem surpresa, tendo em conta as distâncias abismais entre destinos e a forma como os sítios mais emblemáticos estão tão espalhados pelo país, recomendamos que passes pelo menos 2 semanas a explorar o Chile. Não só tens à tua espera uma imensidão de locais para visitar, como o tempo despendido em deslocações vai tomar uma porção significativa do teu itinerário, mesmo que optes por voar com frequência.
Posto isto, e embora mesmo assim não dê para tudo, com uma estadia de 15 dias já é possível desfrutar do que de melhor o país tem para oferecer, com excepção da remota Ilha de Páscoa. Para além da paragem obrigatória na capital Santiago do Chile, com direito a day trip à boémia Valparaíso, com 2 semanas completas podes apreciar a paisagem alienígena do expansivo Deserto do Atacama, antes de desceres ao “fim do mundo” na lendária Patagónia, um dos melhores destinos de natureza do planeta. Com o resto do tempo, recomendamos a passagem na região de Los Lagos e na província de Araucanía, uma zona de vulcões indomáveis, actividades radicais e termas extraordinárias.
Ainda assim, e sem mais demoras, apresentamos-te as cidades e atracções que deves visitar num roteiro de 15 dias pelo Chile.
Enquanto principal porta de entrada aérea para quem visita o país, é extremamente provável que o teu roteiro tenha início na capital de Santiago do Chile. Enquanto maior e mais populosa cidade do Chile, Santiago oferece muito para ver e fazer, com um eclético mix de arquitectura moderna e colonial, quarteirões da moda, arte urbana e alguns dos museus mais interessantes do continente. Infelizmente, a outrora grandiosa cidade tem vindo a sofrer com as sistemáticas crises e protestos/manifestações resultantes, com os índices de crime a crescer e uma baixa turística com evidentes sinais de degradação e desinvestimento. Seja como for, nenhum itinerário chileno que se preze pode ignorar a capital, pelo que recomendamos que passes pelo menos 2 dias em Santiago. Assim sendo, e até para perceberes um pouco melhor a psique do país, a tua primeira paragem terá lugar no Museu da Memória e dos Direitos Humanos, uma instituição gratuita dedicada à preservação da memória das vítimas do regime de Augusto Pinochet. Ditador durante 17 longos anos, à conta de um golpe de estado patrocinado pelos Norte-Americanos contra o popular Salvador Allende, Pinochet cometeu crimes horrendos contra a própria população, perseguindo opositores políticos, seguindo a doutrina ultraliberal dos Chicago Boys e deixando uma marca que perdura até aos dias de hoje no cenário político, constitucional e económico do país. Este museu procura sensibilizar os visitantes, contar a história da ascensão de Pinochet e lembrar os crimes do antigo regime, especialmente numa altura em que os seus herdeiros políticos parecem estar a ganhar popularidade.
Daí, iniciarás o teu caminho até ao Centro Histórico, o distrito que concentrada a maioria dos edifícios antigos da cidade. Pelo caminho, é obrigatório parar no Bairro Brasil, famoso pela quantidade abismal de murais de arte urbana, e por Concha y Toro, um quarteirão extremamente fotogénico de aspecto medieval. De resto, esta é uma das minhas características favoritas de Santiago, já que a cidade esconde pequenos bairrinhos e ruas que destoam por completo do resto da infraestrutura, transportando-te para cenários que parecem saídos de outros locais do mundo. Outros exemplos extraordinários deste tipo de “clusters” incluem o pitoresco bairro Paris-Londres, que encaixaria na perfeição em qualquer cidade clássica europeia; o Paseo Nueva York, lar da Bolsa de Comércio de Santiago; o Bairro Lastarria, com as suas ruas pedonais e inúmeros cafés; ou a Pasaje Adriana Cousiño, conhecida pelas casas senhoriais coloridas. Seja como for, depois da Concha y Toro continuarás o percurso até à inconfundível Plaza de Armas, considerada o coração do centro histórico. À boa maneira sul-americana, esta praça costumava ser a sede do governo colonial, contendo atracções populares como a Catedral Metropolitana de Santiago, o Palácio da Independência (lar do gratuito Museu Histórico Nacional) ou o Correo Central de Santiago. Junto à praça, recomendamos também a visita ao Museu Chileno de Arte Pré-Colombiana ($12.000), uma exposição extremamente interessante de objectos arqueológicos e etnográficos de várias civilizações nativas que habitavam o país antes da chegada dos colonialistas.
Ainda no Centro Histórico, é obrigatório visitar o emblemático Palacio de la Moneda, o assento oficial do Presidente do Chile. Mais que o edifício ou a sua função institucional, o lugar é conhecido pelo já mencionado golpe de estado de 1973, que instaurou Pinochet no poder. Nessa data, e com a devido apoio logístico e militar da CIA, as forças armadas leais ao futuro ditador tomaram as ruas e bombardearam o palácio, culminando com o suicídio do então presidente Salvador Allende, que não aceitava ser capturado pelo exército. Para visitar os interiores, tens que solicitar uma visita guiada gratuita através do site oficial do governo. Se quiseres trocar a ordem do dia e visitar esta zona da cidade pela manhã, podes ainda apanhar a cerimónia do Render da Guarda, que tem lugar dia sim, dia não pelas 10h00 (ou 11h00, ao fim-de-semana). Depois de passeares pelo centro e veres o Teatro Municipal de Santiago, vais dar o dia por terminado no já referido Bairro Lastarria. Para além das bonitas ruas do distrito, é impossível não subir ao Cerro Santa Lúcia para aproveitar o pôr-do-sol. Erguendo-se por cerca de 70 metros face às ruas circundantes, a colina conta com vários miradouros, estátuas e ruínas de fortes e castelos, já que foi a partir deste local que foi declarada oficialmente a fundação da cidade. Dos vários pontos dignos de menção, destaca-se ainda a monumental Fonte de Neptuno.
Resumo do 1º dia:
Depois de visitares o Centro Histórico e os bairros Brasil e Lastarria, é hora de explorares outros distritos da capital Chilena. No entanto, para um gostinho da vida local (e um pequeno-almoço reforçado), recomendamos que comeces o dia no Mercado Central de Santiago, antes de arrepiares caminho até ao Museu Nacional de Belas Artes (grátis). Mesmo que não queiras visitar o museu, o edifício que o alberga é um dos mais bonitos de toda a cidade. Imediatamente a norte, do outro lado do Rio Mapocho, vais entrar na comuna de Providencia, considerada o local onde residem as elites de Santiago, bem como o melhor (leia-se, mais seguro) sítio para ficar alojado na capital. Seja como for, aqui irás começar por passear pelo Bairro Bellavista, o distrito boémio e artístico da cidade, repleto de cafés e restaurantes trendy, ruelas coloridas e lojas de arte. Para além disso, e a fazer jus à sua popularidade entre intelectuais, é também na Bellavista que encontrarás La Chascona ($10.000), uma das 3 casas históricas de Pablo Neruda no Chile. O interior foi agora convertido num museu de homenagem ao trabalho e obra do lendário poeta, embora – na minha humilde opinião – valha mais a pena pagar para ver a casa que Neruda tinha em Valparaíso, que incluí no dia seguinte do roteiro.
De seguida, vais iniciar a longa subida até ao Cerro San Cristóbal, considerado um dos destinos turísticos mais populares da cidade. Enquadrado no gigantesco Parque Metropolitano de Santiago, a subida ao topo tomará uns bons 60 minutos, embora possas optar por guardar energias e apanhar o Teleferico Santiago a partir da estação Oasis ($3000 só ida). Seja como for, do topo aguarda-te uma das vistas mais extraordinárias sobre a capital Chilena, perfeita para apreciar o cenário montanhoso das redondezas e te lembrar que, apesar da dimensão e envolvência urbana, continuas cercado pela Cordilheira dos Andes. No interior do parque, e longe dos radares turísticos, sugerimos a passagem no belíssimo e subvalorizado Jardim Japonês de Santiago, um jardim nipónico também ele com uma panorâmica sobre a cidade. Descendo de volta ao “nível” das ruas, a tua última paragem do dia será o imponente Sky Costanera, o miradouro instalado no topo da Gran Torre Santiago. Do alto dos seus 300 metros de altura, é o edifício mais alto da América do Sul e o 2º em toda a América Latina! Os ingressos para o miradouro custam $20.000 e podem ser comprados online.
Resumo do 2º dia:
Embora te aguarde mais uma noite em Santiago do Chile, o dia de hoje será dedicado a uma das day trips mais populares a partir da capital. Assim, prepara-te para embarcar no autocarro e viajar durante cerca de 2 horas até à inebriante Valparaíso, que chegou em tempos a ser uma das mais grandiosas cidades portuárias do mundo, antes da construção do Canal do Panamá. De resto, Valparaíso tem um ambiente muito próprio de uma cidade que já passou por melhores dias, onde a arquitectura colonial partilha o espaço com alguma da melhor arte urbana que verás. Espalhada por mais de 40 colinas junto às margens do Pacífico – uma topografia que é outra das suas principais características – poucas cidades combinam de forma tão eficaz e pitoresca dois lados totalmente distintos. Um sítio duro, vivido e surpreendentemente bonito, daqueles que parecem saídos de um romance de Isabel Allende. Posto isto, o teu itinerário terá início no Paseo 21 de Mayo, um varandim com uma vista espectacular sobre o Porto de Valparaíso, símbolo icónico da cidade. Já no centro histórico, passarás na Plaza Sottomayor, de onde iniciarás o périplo pelas colinas mais famosas de “Valpo”: Cerro Alegre, Cerro Concepción e Cerro Bellavista.
Embora seja inevitável que o dia inclua um corrupio de subidas e descidas por rampas e escadarias, o sistema de transportes públicos inclui um conjunto de elevadores históricos e baratos ($300 por viagem) que te ajudarão a poupar alguma energia. Entre esses, destacam-se o Ascensor Concepción e o Ascensor Reina Victoria. A par dos elevadores, do porto e das colinas, a arte urbana é outro dos factores diferenciadores de Valparaíso. Aliás, toda a cidade é um autêntico museu a céu-aberto, e é rara a parede e mural que não está coberta de graffiti. Se muitas das pichagens até nem têm grande valor artístico e podem ser facilmente confundidas com vandalismo, outras são autênticas obras-primas que ajudam a dar carácter à cidade. De resto, a ligação de Valpo à arte urbana provém da resistência ao regime de Pinochet. Já que não era possível criticar abertamente a ditadura, os artistas pintavam mensagens políticas na clandestinidade, eternizando-as nas paredes e colinas. Já depois da chegada da democracia, as autoridades e a população abraçaram a arte urbana, incentivando a criação de novas obras e descriminalizando a prática até aos dias de hoje. Seja como for, nem precisas de fazer desvios da rota, já que passarás em milhares (literalmente) de graffiti ao passeares pelo centro histórico.
Passando então a atracções propriamente ditas, e subindo pelo Ascensor Concepción para o cerro do mesmo nome, começarás por percorrer o Paseo Atkinson e o Paseo Gervasoni, duas promenades com vistas fabulosas sobre a colina e o mar, com a Igreja da Santa Cruz entre elas. Continuando a subir rumo ao Cerro Alegre, é sempre boa ideia ir percorrendo as ruelas das colinas para apreciar a arte urbana e as fachadas clássicas. Para chegares ao Cerro Bellavista, a terceira e última colina do dia, subirás então o já referido Ascensor Reina Victoria. Aqui, a principal atracção é mesmo La Sebastiana ($10.000), a mais famosa das casas de Pablo Neruda. Embora já tenha referido La Chascona, em Santiago, La Sebastiana é a mais interessante das habitações do lendário poeta, com o estilo e gosto excêntricos de Neruda em todo o seu esplendor. Para além disso, a vista dos varandins é de fazer cair o queixo! Findo o tour da casa, iniciarás o longo descenso de regresso ao mar, parando na Playa Los Placeres. Embora possas perfeitamente aproveitar para ir a banhos – se o tempo colaborar – esta praia é sobretudo conhecida pelas plataformas marítimas, onde é comum encontrar leões-marinhos a apanhar sol. Um final BBC Vida Selvagem, antes do regresso a Santiago para passares a noite.
Resumo do 3º dia:
Tendo completado as cidades do centro do país, os principais polos culturais da nação, é agora chegada a hora de explorar um bocadinho do leque de tesouros naturais do Chile. Assim, e embora possas facilmente inverter a ordem, começaremos por rumar ao norte do país e à paisagem alienígena do Deserto do Atacama. Para isso, terás que voar de Santiago para a cidade de Calama, a cerca de 100 km de San Pedro de Atacama, principal base para quem queira explorar o território. Conforme explicado em maior detalhe na secção dos transportes entre aeroportos e destinos turísticos, podes optar por apanhar um transfer directamente do aeroporto, ou apanhar um táxi até ao centro de Calama, seguido de um autocarro até ao destino final. De qualquer das formas, é provável que percas toda a manhã em deslocações, pelo que recomendamos que, depois de pousares as trouxas e comeres alguma coisa, dediques a tarde a um passeio leve por San Pedro de Atacama.
Embora quase toda a gente trate a localidade como uma mera base, a verdade é que o cenário é bastante bonito, com alguns edifícios coloniais e casinhas em adobe. Turístico, mas encantador. Para além disso, uma vez que a cidade está repleta de agências, podes também dedicar 1 ou 2 horas a pesquisar que tours estão disponíveis para os dias que se seguem no deserto (se já não tiveres tratado disso com antecedência). Posto isto, os locais a visitar em San Pedro de Atacama incluem a Plaza de San Pedro de Atacama, a Iglesia San Pedro ou a Feira Artesanal. Para além disso, o Museu do Meteorito ($6000) é outra paragem bastante interessante, com uma exposição de quase 80 meteoritos caídos no deserto. Se ainda tiveres tempo e energia, é também recomendado que aprecies o pôr-do-sol a partir da Piedra del Coyote, um miradouro que servirá de introdução perfeita à paisagem indescritível do Atacama.
Resumo do 4º dia:
Agora que já estás devidamente instalado, irás passar os próximos dias a visitar os múltiplos encantos do Deserto de Atacama, considerado o local mais seco do planeta terra! Verdade seja dita, alugar carro seria uma mais-valia no que toca a liberdade e autonomia, mas tenho algumas reservas em fazer essa recomendação. Por um lado, irás precisar de um 4×4 para visitar os sítios que incluímos no roteiro, caso contrário arriscas seriamente ficar atolado na areia. A (des)ajudar está ainda o custo, já que alugar um 4WD no Atacama pode sair bastante caro, especialmente na época alta e/ou se não o fizeres com antecedência. Posto isto, a opção mais segura passa por recorreres a tours, sendo que não faltam opções online e no terreno. Independentemente da tua escolha, prepara-te para gastar umas boas lecas, já que quando começares a acumular tours sentirás o inevitável peso na carteira (algo que se repetirá na Patagónia e em Los Lagos). Para além disso, terás que ser selectivo face à quantidade assoberbante de locais para visitar no deserto, sendo virtualmente impossível cobri-los a todos em apenas 2 dias.
Assim, e barreira logísticas à parte, irás começar a tua aventura no deserto levantando-te ainda antes do pôr-do-sol e juntando-te a um tour dos Geysers del Tatio, considerado um dos maiores campos geotermais do planeta com mais de 80 geysers. Situado a uns bons 90 minutos de San Pedro de Atacama, e a uma altitude de mais de 4000 metros, é recomendado que vás devidamente agasalhado. No entanto, este é um desconforto mais que justificado, já que a paisagem dos geysers explosivos e borbulhantes é uma da mais peculiares de todo o Atacama! Para além do tour, que ocupará cerca de meio dia, é ainda necessário pagar o valor da admissão no campo ($19.000). Já no período da tarde, e de regresso a San Pedro, vais fazer um tour das Lagoas Escondidas de Baltinache. Famosas pela forma como as águas azuis cristalinas destoam da paisagem árida e sépia, estas 7 lagoas ostentam níveis de salinidade assustadores, superiores aos registados no Mar Morto. Os visitantes podem até nadar (ou melhor, flutuar) numa das lagoas, mas tem em atenção que a água é mesmo muito fria e que o tempo lá dentro está limitado a 20 minutos por razões de saúde. Uma vez mais, e a par do tour que durará a tarde toda, é preciso pagar o bilhete de entrada no valor de $12.000.
Resumo do 5º dia:
Após uma etapa inaugural no deserto bastante movimentada, prepara-te para um dia absolutamente alucinante que te deixará totalmente arreado. Preparado? A longa jornada tem início logo às 6h00, com um tour de várias horas que te levará a percorrer a Rota Sul do Deserto do Atacama, o nome dado ao trajecto que passa pelas principais atracções a sul de San Pedro. De resto, esta zona é sobretudo conhecida pelos salares e lagoas que aparecem como autênticos oásis pela paisagem marciana. Assim, os tours mais comuns levar-te-ão por Piedras Rojas, uma lagoa de margens encarnadas com vários trilhos para percorrer, antes de regressarem à base com paragens nas Lagunas Altiplânicas: a Lagoa Miscanti e a Lagoa Miniques. Dependendo da duração do tour, podes ainda incluir a Lagoa Chaxa, um local de eleição para a observação de flamingos no seu habitat natural. Como de costume, os tours não incluem habitualmente os bilhetes de entrada em cada sítio, pelo que deves contabilizar $15.000 para Piedras Rojas + Lagunas Altiplânicas; e $14.000 para a Lagoa Chaxa.
Já de regresso a San Pedro, pela tardinha aguarda-te a visita ao lendário Vale da Lua, considerado a atracção mais emblemática de todo o Deserto do Atacama. Um dramático complexo de formações rochosas, dunas inóspitas e cores fogosas, este é o local que melhor encapsula os ares remotos do deserto. Aliás, a paisagem é de tal forma única que o Vale da Lua é um local de eleição da NASA para missões de treino que procurem mimicar as condições de Marte. Uma vez mais, recomendamos que te juntes a um tour que te leve aos locais mais populares do Vale da Lua. A entrada, paga em separado, custa $10.800. Numa nota importante, se alugares carro e quiseres visitar o vale de forma independente, terás que comprar o teu bilhete com pelo menos 1 dia de antecedência. A compra pode ser feita online e a entrada é feita através do Centro de Informações.
Depois de terminares o Vale da Lua e assistires ao pôr-do-sol a partir de um dos seus inúmeros miradouros, vais jantar em San Pedro e preparares-te para a tua última actividade no Atacama. Fruto do seu isolamento, altitude e da ausência de qualquer poluição visual e sonora no raio de muitos quilómetros, o deserto é um dos melhores locais do mundo para participar numa sessão de visualização de estrelas (aka “Stargazing”). Aliás, o Atacama é lar de 8 dos 10 observatório astronómicos e científicos mais altos do planeta, cimentando o seu estatuto. Cientes disso, as agências locais organizam tours de stargazing diários, levando os clientes a locais mais remotos e sossegados onde podem apreciar o lendário céu estrelado de Atacama em toda a sua plenitude, com ou sem recurso a telescópios. Um dia longo e duro, mas extremamente compensador, antes de iniciares a longa deslocação até ao outro tesouro natural do Chile, no extremo oposto do país.
Resumo do 6º dia:
Após uma etapa extremamente cansativa no Atacama, irás agora viajar até à fabulosa região da Patagónia, um destino mítico para todos os que prezam o turismo de natureza. No entanto, e antes de nos debruçarmos sobre os incontáveis encantos do “fim do mundo”, é necessário tratar da longa deslocação a partir de Atacama até Puerto Natales, a mais de 3000 km de distância por via aérea (sensivelmente a mesma entre Portugal e Bielorrússia, por exemplo). Não existem voos directos entre Calama e Puerto Natales (ou Punta Arenas, também na Patagónia), pelo que terás sempre que fazer escala em Santiago do Chile, alongando assim o tempo de deslocação para cerca de 13 horas, incluindo os tempos de espera.
Para além disso, os voos para Puerto Natales, a base mais próxima do Parque Nacional Torres de Paine, são de cariz sazonal, pelo que podes não ter outra opção que não seja voar para Punta Arenas, a 4 horas de autocarro de distância. Assim, o melhor é mesmo reservar o dia inteiro para a viagem, sendo que podes consultar informações sobre voos e transportes entre aeroportos e cidades nas respectivas secções deste guia.
Resumo do 7º dia:
Amanhecendo em Puerto Natales, importa esclarecer a razão pela qual elegemos esta como a melhor base para a tua estadia na Patagónia Chilena. Se olhares para o mapa, verás que a Patagónia é uma região absolutamente gigantesca, dividida entre Argentina e Chile ao longo da sua área de quase 2 milhões de quilómetros quadrados. Mesmo cingindo-nos apenas à porção Chilena, poderias facilmente passar 1 semana inteirinha (e mesmo assim, à rasca) só a saltitar entre atracções naturais. Queremos com isto dizer que com 3 dias – o tempo que alocámos à região – só dará mesmo para ver o essencial, pelo que a nossa recomendação dita que te fiques pelo extraordinário Parque Nacional Torres del Paine, situado nas proximidades de Puerto Natales e um dos maiores destaques de toda a Patagónia, e adiciones depois uma day trip até ao país vizinho. Famoso pelos seus lagos, glaciares e maciços rochosos, este parque nacional é um microcosmo perfeito de todas as pequenas coisas que fazem da Patagónia uma região tão popular. Ao contrário de muitos outros locais no Chile, visitar o Torres del Paine de forma independente é relativamente simples, com vários autocarros da Bus-Sur a ligarem Puerto Natales a diferentes pontos do parque, nomeadamente Laguna Amarga, Pudeto, Camping Pehoé, Administración e Sector Grey. O preço de cada viagem ida-e-volta custa $22.000, e a viagem terá a duração de pelo menos 2 horas (ou até 3), dependendo do teu destino.
Importa ainda referir que a entrada no Parque Nacional Torres de Paine é paga. Para visitas de duração igual ou inferior a 3 dias, o custo do bilhete é de $32.400 para estrangeiros ($46.200 se precisares de mais tempo). A compra deve ser feita online e com pelo menos 1 dia de antecedência. Agora que já abordámos os detalhes logísticos mais importantes, é altura de ressalvar o que podes fazer com o tempo que atribuímos ao parque. Verdade seja dita, a actividade mais popular em Torres del Paine passa por completar o Circuito W, um trilho de 80 km (4 ou 5 dias) que passa pelos pontos mais emblemáticos do parque. Uma vez que isso requereria mais tempo do que o disponível, bem como um ainda mais avultado investimento financeiro, a nossa sugestão passa por percorrer duas porções individuais deste trilho. Assim, nos dois dias que passarás no Torres del Paine, poderás começar por fazer o trekking até ao Mirador Las Torres, que tem início junto ao Hotel Las Torres, acessível pela paragem Laguna Amarga. Este trilho de 20 km é bastante exigente, levando cerca de 8 horas a completar e com uma variação de elevação de 900 metros. No entanto, por alguma razão é o day hike mais famoso do Torres del Paine, já que atravessa o Vale Ascencio e termina com a panorâmica mais emblemática do parque, com os três maciços rochosos que dão nome ao parque a erguerem-se por detrás das águas cristalinas da Laguna Torres.
Já no dia seguinte, e embora as pernas já estejam a suplicar por clemência, terás mesmo que fazer o sacrifício e completar mais uma secção do Circuito W, desta feita sob a forma do Trilho do Vale Francês. Desta vez, terás que apanhar o autocarro em Puerto Natales e sair na paragem Pudeto, onde farás transbordo para o catamarã de 30 minutos que atravessa o Lago Pehoé até Paine Grande, onde a caminhada tem início. O bilhete de barco pode ser comprado online e custa $27.000. O trilho tem a extensão total de 25 km, mas é mais fácil do que o do dia anterior, já que o terreno é mais confortável e a elevação não sofre tantas variações. Tal como o nome indica, este trajecto percorre o designado Vale Francês, circundando o Lago Skottberg, oferecendo vistas desimpedidas para os picos graníticos dos Cuernos del Paine e subindo ao Mirador Francês através do Campamento Italiano. Para regressares, tens que fazer todo o percurso de volta, incluindo a viagem de catamarã, marcando assim a tua despedida do Parque Nacional Torres del Paine.
Resumo do 8 e 9º dias:
O teu terceiro e último dia na Patagónia estará aberto a debate. Por um lado, podes fazer usufruto do teu bilhete de 3 dias do Torres del Paine e aproveitar para concluir mais um ou outro trilho, como o trilho do Glaciar Grey, do Mirador Cuernos, do Mirador Cóndor ou o Lazo-Weber Trail. No entanto, se já estiveres todo rebentadinho (o que é previsível) e precisares de um dia de derrière tremido, sugerimos que recorras a um tour que atravesse a fronteira para o lado argentino da Patagónia e te leve a ver em primeira mão o imponente Glaciar Perito Moreno!
Considerado um dos maiores glaciares de toda a Argentina, este indescritível bloco de gelo é absolutamente mastodôntico (e continua a crescer), com uma infraestrutura turística – suportada pelo Parque Nacional Los Glaciares – formada por vários passadiços que te permitem chegar extremamente perto. Para além do tour, é ainda necessário pagar 45.000 Pesos Argentinos para entrar no parque. Se assim o entenderes, é também possível fazer um pequeno passeio de barco mesmo juntinho ao glaciar, não incluído no tour. Estes passeios estão disponíveis para marcação à chegada, com preços a começar nos 60.000 Pesos Argentinos para o trajecto de 60 a 90 minutos. É uma actividade cara e longa – mas um clássico da Patagónia que não deve ser ignorado!
Resumo do 10º dia:
A noção geográfica da Patagónia Chilena é algo que não é linear. Se, por um lado, muitos consideram que a região começa apenas em Aysen, outros defendem que a Patagónia deve contemplar o distrito de Los Lagos, um território também ele dividido entre Chile e Argentina. Nomenclaturas geográfica à parte, os próximos dias serão então dedicados a Los Lagos, um distrito de vulcões, lagoas e cascatas, com um bocadinho de cultura sulista – com grande influência europeia e mapuche – à mistura. Naturalmente, para saíres da Patagónia terás que voar a partir de Puerto Natales ou Punta Arenas com destino a Puerto Montt, principal localidade de Los Lagos e lar do maior aeroporto desta zona. Seja como for, o dia de hoje será passado em Puerto Varas, a apenas 20 km de distância, onde de resto recomendamos que estabeleças base. Podes consultar como ir do Aeroporto de Puerto Montt até lá na devida secção do guia.
Assim, depois de fazeres o check-in no teu hotel, vais começar por dar um passeio pela cidade de Puerto Varas. Esta região do Chile tem uma influência germânica muito vincada, fruto das muitas famílias oriundas da Alemanha que para aqui imigraram no século XIX para desenvolver a agricultura. Como tal, não estranhes se algumas casas e igrejas – com destaque para a Iglesia del Sagrado Corazón de Jesús – parecerem saídas directamente de um conto de Hansel e Gretel. Para além da igreja, deves passar no Cerro Philippi, e, sobretudo, desfrutar da emblemática vista junto ao Lago Llanquihue, onde, em dias de céu limpo, é perfeitamente possível ver a silhueta do Vulcão Osorno. Esta vista é, de resto, a grande imagem de marca de Puerto Varas!
No entanto, o grande apelo de Puerto Varas é mesmo a sua localização privilegiada, fazendo desta uma base de excelência para algumas day trips. Assim, no período da tarde, vais já colocar esta popularidade à prova com uma visita até aos Saltos de Petrohué, umas cascatas poderosas e impressionantes cercadas por vários trilhos e passadiços em pleno Parque Nacional Vicente Pérez Rosales. Para além disso, com o pico nevoso do Vulcão Osorno em plano de fundo, constituiu uma das paisagens mais bonitas em todo o distrito de Los Lagos. Para chegares às cascatas a partir de Puerto Varas, basta apanhar um autocarro público (paragem aqui). A viagem demora cerca de 90 minutos e os bilhetes custam $3500. Se ainda tiveres tempo, podes voltar à estrada principal e apanhar o mesmo autocarro no mesmo sentido ($500) ou caminhar por 1h30 até chegares ao Lago Todos los Santos, a última paragem do dia. Para regressares a Puerto Varas, é só apanhares o autocarro no sentido contrário, de volta à cidade.
Resumo do 11º dia:
Permanecendo na região de Los Lagos, é tempo de mais uma day trip com base em Puerto Varas, desta feita até à Ilha Grande de Chiloé. Da cultura à arquitectura, passando pelo ecossistema e meteorologia, esta ilha vive numa realidade bastante distinta da do resto da região circundante, com longos pastos verdejantes, igrejas históricas e um conjunto de tradições ainda muito associadas aos Mapuche, o povo nativo do sul do Chile. De forma algo surpreendente, Chiloé é bastante grande, pelo que 1 dia não será suficiente para ver tudo. Ainda assim, se te levantares bem cedo e estiveres disposto a fazer cedências, dá para desfrutar de um dia incrível por estas bandas! Existem autocarros directos entre Puerto Varas e Ancud, a principal localidade do norte da ilha, com a viagem a tomar cerca de 3 horas. Os bilhetes estão disponíveis a partir de $7000 e podem ser comprados em Recorrido.cl. Dentro da ilha, terás que recorrer ao rudimentar sistema de autocarros local ou, em alternativa, ir viajando de táxi entre atracções e localidades.
Seja como for e depois de chegares a Ancud, não vale a pena perder grande tempo na cidade. Afinal, o tempo é curto e existem paragens mais interessantes, pelo que recomendamos apenas que entre no Mercado Municipal e subas ao Forte de San Antonio para um primeiro vislumbre da costa de Chiloé. Daí, irás apanhar um táxi ou autocarro até à pequena localidade de Puñihuil, famosa pela sua baía e pelas ilhotas que servem de habitat a colónias de pinguins. Aliás, este é o único local do planeta onde o Pinguim-de-magalhães e o Pinguim-de-humboldt partilham o mesmo espaço! Para veres os bichinhos em todo o seu esplendor, é só juntares-te a um dos muitos passeios de barco pela baía. Estes tours custam $10.000 e duram cerca de 40 minutos. De volta a terra firme, segue-se outra viagem até Dalcahue, provavelmente o primeiro sítio onde sentirás mais presente a cultura dos Mapuche. Para saberes mais sobre os nativos de Chiloé e as suas tradições, podes sempre dar um saltinho à Feira Artesanal e visitar o Museu Histórico Etnográfico de Dalcahue. No entanto, o melhor de Dalcahue é mesmo a Igreja de Nuestra Señora de los Dolores, uma das 16 igrejas históricas do arquipélago de Chiloé reconhecidas pela UNESCO como Património da Humanidade.
Legado físico das missões coloniais espanholas de evangelização dos Mapuche, as igrejas de Chiloé têm a particularidade de serem quase exclusivamente construídas em madeira, tornando-se assim um verdadeiro símbolo da região. Para a última paragem do dia, até porque terás que fazer todo o percurso inverso para Puerto Varas, resta-nos a visita obrigatória a Castro, considerada a maior cidade de Chiloé. Para além da Igreja de San Francisco de Castro, outra das lendárias igrejas de madeira da ilha, a capital oferece ainda a possibilidade de visitar a Feira Artesanal de Lillo, uma excelente mostra das tradições locais, e ver em primeira mão as famosas Palafitas de Castro, casinhas coloridas em madeira junto à costa erguidas sobre estacas em madeira. Para captares a foto de cartão-postal das palafitas, desloca-te até ao Mirador Gamboa, antes do inevitável regresso à base. Numa nota final, se todo este corridinho te parece demasiado exigente para abordar de forma independente, podes sempre juntar-te a um tour de Chiloé a partir de Puerto Varas. Outros locais da Ilha Grande de Chiloé que merecem uma visita e que foram deixados de fora por falta de tempo incluem as vilas piscatórias de Chonchi, Cucao e Chacao, os trilhos do Parque Nacional de Chiloé ou o Vale de Chepu.
Resumo do 12º dia:
À medida que o roteiro se encaminha para o final, vais deixar o distrito de Los Lagos e fazer a longa viagem até Pucón, derradeira base da tua aventura. Infelizmente, a viagem de autocarro de Puerto Varas até à província de Araucanía tomará umas boas 5 horas, ocupando assim uma boa parte do teu dia. Seja como for, depois de chegares a Pucón, pousares as malas e comeres alguma coisa, podes sempre aproveitar para explorar a localidade. Apesar da sua pequena dimensão, este é um dos principais centros de turismo de aventura de toda a América do Sul, recebendo por isso a visita de imensos adrenaline junkies e mochileiros. O segredo está na localização, já que Pucón está cercada de vulcões, lagos, parques com excelentes trilhos e até estâncias termais.
De resto, há outras vilas e cidades nas proximidades que também são bastante populares entre turistas – como Villarrica, Curacautín ou Temuco – mas desta vez ficar-nos-emos por Pucón. Feitas as introduções, e com as poucas horas da tarde que te restam, vais então dar um passeio pela vila. Com as suas casinhas baixas em madeira e o cenário montanhoso em redor, Pucón parece mesmo uma estância de neve europeia, quer na estética, quer no ambiente altamente turístico. Para além de deambulares sem rumo, sempre com a Plaza de Armas a servir de ponto de referência, podes aproveitar para ir a banhos na Playa Grande, considerada a principal praia de Pucón, banhada pelo Lago Villarrica. Já ao pôr-do-sol, é obrigatório visitar o Mirador La Poza para uma vista dramática para o lago e para o cume do imponente Vulcão Villarrica.
Resumo do 13º dia:
Já devidamente instalado, é então altura de descobrires se Pucón faz jus à sua fama. Não existe fórmula mágica ou locais prioritários, já que podes optar pela actividade de aventura que mais se adeque às tuas preferências. Entre as opções mais populares nas proximidades de Pucón, destaca-se a possibilidade de fazeres rafting nas águas agitadas do Rio Trancura. Naturalmente, e assumindo que não viajas com a tua própria canoa, a melhor forma de participares nesta actividade passa por te juntares a um tour, sendo que existem secções do rio apropriadas a diferentes níveis de experiência (e de coragem). Alternativamente, se quiseres uma actividade aquática com mais ênfase no lado cénico do que no radical, então o melhor é fazer kayaking no Rio Liucura.
Por outro lado, se te quiseres manter seco e em terra firme, continuam a não faltar opções de renome. No topo da lista, e provavelmente a actividade mais popular de Pucón, está a subida ao Vulcão Villarrica, o monumental maciço cónico que se vê de praticamente todos os recantos da vila. Por razões de segurança, contratares um guia (ou tour) é requisito quase obrigatório, já que a subida ao cume de 2850 metros pode ser bastante exigente e as condições climatéricas mudam de forma repentina. No entanto, e para além da façanha física, do topo do vulcão podes apreciar as fumarolas e vistas desimpedidas sobre Pucón e a localidade de Villarrica. Já se quiseres apreciar a natureza mas não puderes completar um trajecto tão exigente, podes sempre contentar-te com um trilho pelo Parque Nacional de Huerquehue ou com um passeio a cavalo pelas diversas paisagens do Rancho Carhuello.
A juntar a todas estas possibilidades, poderás ainda fazer canyoning em Los Nevados, visitar cascatas no Rio Turbo, no Salto del Claro e nos Ojos Del Caburgua e percorrer mais trilhos no Parque Nacional Conguillio. Uma autêntica Meca dos outdoors!
Resumo do 14º dia:
Chegados ao final do nosso itinerário do Chile, e de forma a compensar todo o esforço físico e logístico desta aventura, achámos por bem compensar-te com um dia nas termas. No entanto, estes estão longe de ser uns banhos quaisquer, já que as Termas Geométricas são um dos sítios mais fabulosos e subvalorizados que o Chile tem para oferecer. Formadas por cerca de 20 piscinas com temperaturas naturais que variam entre os 30ºC e os 45ºC, este local é sobretudo conhecido pela sua localização e envolvência, já que as piscinas estão “escondidas” no interior de um desfiladeiro entre os vulcões Villarrica e Quetrupillán, com um passadiço de madeira vermelho a interconectar todo o espaço. Uma vez que a vegetação é bastante densa e a ponte acaba por desaguar numa cascata, quase te dá a sensação de estares em plena selva. Para além disso, se visitares no Inverno, não seria incomum apanhares temperaturas bem frias, o que significa que podes ter o corpinho de molho enquanto te está literalmente a nevar em cima – uma das minhas experiências de viagem mais memoráveis!
Infelizmente, as Termas Geométricas ainda ficam a umas boas 2 horas de Pucón, numa zona relativamente isolada e sem presença de transportes públicos. Isto significa que as únicas alternativas passam por contratar um motorista privado ou juntares-te a um tour. Se estiveres confortável, podes ainda alugar carro para este dia, embora alguns trechos do caminho não estejam pavimentados. O preço de entrada nas termas é puxadote ($43.000), mas já costuma estar incluído nas tarifas dos tours. Se fores de forma independente, é recomendado que compres os ingressos online. Resta apenas mencionar que é obrigatório o uso de fato/calções de banho ou bikini, e que deves levar a tua própria toalha. Embora o espaço conte com algumas cabines onde podes trocar-te e deixar a roupa, essa parte das instalações é bastante rudimentar (assemelhando-se a um estábulo). Seja como for, esta é uma experiência que vale super a pena, e uma forma belíssima de te despedires do Chile antes de regressares a Santiago para o teu longo voo de regresso a casa.
Resumo do 15º dia:
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